28 February 2023

"Working from home with my cat: I was working at home on 22 February, taking calls with my cat next to me, just enjoying life. I took the picture because my cat looked adorable. Her name is Fura, which means truck. My sister rescued her from the side of a highway when she was a kitten. There was some media coverage at the time suggesting something was going to happen, and people were talking about it. But I was hopeful that if there was an escalation, it wouldn't affect the civilian population. On the 25th we decided to leave Kyiv. We brought the cat with us and moved to north-west Ukraine. In the summer, we returned" (Anna, 32)
Coitadito do Florimelo... anda tudo ao rebusco das migalhitas do CDS que o neo-facho e a Paliativa Liberal ainda não roeram ...
de uma história pouco edificante

26 February 2023

... e, a seguir, a seita social-fascista deveria propôr, no mínimo, a condecoração de Putin, grande e heróico combatente pela liberdade, no próximo 25 de Abril
Educadores de gente que leva  
7 anos para fazer umas continhas, realmente, não merecem progredir na carreira
As "justificações" aparvalhadas a que, sonsamente, a seita social-fascista recorre para (des)apoiar as iniciativas do rival (sim, já estamos nesse ponto...) que ameaça tirar-lhe o tapete debaixo dos pés...
PSICOGEOGRAFIA RURAL
Lumbee, Occaneechi, Shakori, Eno, Saponi, Tuscarora, Catawba, Sissipahaw, Tutelo, Adshusheer, Cheraw. É uma lista de povos nativos americanos em cujos territórios ancestrais H.C. McEntire, nas "liner notes" de Every Acre, faz questão de sublinhar que o seu terceiro álbum foi gravado. E, em "Turpentine", por entre labaredas de guitarra dignas de Neil Young lançando fogo aos Crazy Horse, canta: “We can tend the land for a little while, bones of those beneath the boundary lines, east in sets first, then clockwise, every acre that you ever owned, hissed and split like a radiator hose”. Uma outra lista, mais curta, surge logo na primeira faixa, "New View". Após uma muito explícita investida na direcção da amante (“Bend me and break me, split me right in two, mend me and make me, I'll take more of you, in the high hunter's moon”), reconfigura poeticamente a manobra de sedução: “Read me Day, Ada, Laux, Berry, and Olds, who knew it'd be so good? Baby, did you?” (daqui; segue para aqui)

22 February 2023

LIMPAR O PÓ AOS ARQUIVOS (LXXXI)
 
(com a indispensável colaboração do R & R)

(clicar na imagem para ampliar)
 
"Cold Irons Bound" (álbum integral aqui)
 
(sequência daqui) Um quarto de século mais tarde, o 17º volume das Bootleg SeriesFragments: Time Out of Mind Sessions (1996-1997) – seria a oportunidade ideal para procurar restaurar o conceito original sem incorrer em pecado de profanação. Nas “liner notes”, o crítico/jornalista Steven Hyden desvenda as coordenadas: “O álbum foi remisturado para soar como as canções resultaram quando os músicos inicialmente as tocaram, sem os efeitos que Lanois posteriormente aplicou. A intenção não é substituir o álbum que ganhou todos aqueles Grammys mas sim reimaginá-lo, oferecer uma visão alternativa de uma grande obra de arte”. Missão confiada a Michael Brauer já antriormente envolvido nas Bootleg Series que, faria questão de estabelecer limites: “Aceitei a proposta mas avisei: não vou reinventar o álbum, não pretendo transformá-lo em algo completamente diferente. Time Out Of Mind é um dos meus discos favoritos de Dylan, uma selecção de canções que falam de um homem destroçado. Há e não há esperança. Nunca ouvira antes um disco assim. É um daqueles que tenho escutado vezes e vezes sem conta”. Incluindo as versões original e “reconfigurada”, "outtakes", versões alternativas e ao vivo, multiplicam-se as razões para o escutar outras tantas.

21 February 2023

Alguém faça a caridade de explicar ao sábio Júdice que a historieta das "aldeias à la Potemkine" por ele, hoje, na SIC-N, convictamente convertida numa linda história de amor entre Catarina, a Grandessíssima, e Grigory Potemkine, governador da Crimeia, é um "fake" histórico - divertido mas "fake"

"Roald Dahl books rewritten to remove language deemed offensive"

 Leitura (muito) recomendada:

20 February 2023


John Cale & Guests - The Velvet Underground & Nico (Paris 2016)

"Love Sick" 
 
(sequência daqui) Não sem conflitos, cenas de fúria fumegantes e equívocos – “Ele andava à procura de canções que me definissem como pessoa mas aquilo que faço em estúdio não me define enquanto pessoa” –, em 1989, Oh Mercy ressuscitaria o Dylan sobrenatural por que o universo aguardava e levá-lo-ia a escrever “Fiquei com uma admiração absoluta pelo que Lanois realizou. Voltaríamos a encontrar-nos dez anos depois e retomaríamos no ponto onde tínhamos ficado”. Na realidade, foram apenas precisos oito anos até que ambos se voltassem a encontrar para a gravação de Time Out Of Mind, o álbum que confirmaria Bob Dylan como definitivamente regressado ao número dos (muito) vivos. Os prémios e consagrações choveram mas alguém não ficaria inteiramente feliz com o resultado final. Dylan havia passado a Lanois uma série de álbuns clássicos de Charley Patton, Little Walter, Little Willie John e Arthur Alexander que ele deveria tomar como pontos de referência na busca da sonoridade assombrada e minimalista que pretendia mas, concluida a gravação, tal como, em 2001, confiaria à “Rolling Stone”, sentir-se-ia “extremamente frustrado”“Não consegui incluir nenhuma das canções com andamento mais vivo que pretendia. Não fui capaz de dar às canções a dimensão que mereciam se tivesse tido a força de vontade para o fazer. Deixei-me ir atrás dos acontecimentos. Os ritmos eram demasiado semelhantes, sempre à volta daquela atmosfera vudu que o Daniel favorece”. (segue para aqui)

19 February 2023

Alela Diane - "When We Believed"

Será assim tão difícil de compreender que o problema (sejam quais venham a ser os "aperfeiçoamentos" e "enriquecimentos" e  o ponto de partida míope e vesgo) é que, por muito piores que possam ser as alternativas, ninguém já confia que o que o que o governo diz (este ou outro qualquer) o governo venha realmente a cumprir (em tempo razoável e não na era do "quando for possível")?
Gaye Su Akyol - "Şahmeran"

18 February 2023


NO MUNDO DOS VIVOS

“Tinha dado demasiados tiros nos pés. Não tinha desaparecido por completo mas a estrada tinha-se afunilado, quase fechado. Ainda não me tinha extinguido mas cambaleava caminho fora. Havia uma pessoa desaparecida dentro de mim e precisava de a encontrar. Sentia-me gasto, um destroço vazio e esgotado. Demasida estática na minha cabeça de que não conseguia livrar-me. Estivesse onde estivesse, era um trovador dos anos 60, uma relíquia do folk-rock, um artesão da palavra de tempos idos, um chefe de estado de ficção de um país que ninguém conhecia. Não tinha a menor ligação a qualquer tipo de inspiração. Já não era o meu momento da História. O espelho tinha rodado e conseguia ver o futuro – um velho actor a vasculhar o lixo à porta do teatro dos sucessos passados”. Era este o Bob Dylan de 1987 que ele mesmo desenhava em Chronicles Volume One (2004). A salvação chegaria na pessoa de Daniel Lanois – “Ele era 'noir' por todo o lado – sombrero preto, calças pretas, botas altas, luvas – todo ele sombra e silhueta, um príncipe negro das momtanhas negras” – que, numa hora, o convenceria a aceitá-o na qualidade de produtor/anjo redentor. (daqui; segue para aqui)

16 February 2023

Gaye Su Akyol - "Kendimin Efendisiyim Ben"
"20211130"
 
(sequência daqui) Agora, seis anos depois, essa “gramática e sintaxe das emoções”, uma vez mais – mas discretissimamente, como sempre –, é obrigada a reflectir a influência que “o mundo real” sobre ele (e sobre nós), inexoravelmente, exerce: na sequência de uma recidiva de grau 4 (o mais avançado) exigindo cirurgia e hospitalização, Sakamoto conta que “por volta do final de Março de 2021, à medida que fui sentindo o corpo um pouco mais leve, dei por mim a procurar o sintetizador. Não tinha nenhuma intenção de compor. Apenas desejava banhar-me num chuveiro sonoro. Parecia-me que poderia ter um pequeno efeito curativo no meu corpo e espírito arruinadoss. Até aí, mal tinha energia sequer para ouvir música, muito menos para tocar alguma coisa. Mas, depois desse dia, comecei, ocasionalmente, a tocar no teclado e a gravar pequenos esboços sonoros, como quem escreve um diário. Tentei escolher 12 dos meus esboços preferidos para este álbum. Sem adornos – publico-os exactamente como ficaram. De agora em diante, irei ter de conviver com o cancro. Mas, até que o meu corpo ceda de vez, irei, provavelmente, manter esta espécie de diário. Espero poder fazer música durante algum tempo mais”.
(álbum integral aqui)
 
12 é, assim, tanto uma recolha das entradas desse diário – os títulos das faixas, começando em "20210310" correspondem tão só às datas em que foram registadas – como uma terapêutica em doses homeopáticas de essências sonoras finamente decantadas, das quais Sakamoto extrai apenas as moléculas estritamente necessárias para que seja possível dar o salto que permite passar dos meros conceitos de altura, duração, volume e timbre para o de música. Um documento da persistência da vida feito de reflexos infinitesimais de Debussy, Bach ou Chopin, em contagem decrescente para o silêncio derradeiro.

14 February 2023

CONTAGEM DECRESCENTE 

A propósito de Discord (1998), uma peça orquestral escrita de impulso em reacção às notícias sobre a fome em África e às tragédias humanitárias que, então, ocorriam no Ruanda e no Zaire, Ryuichi Sakamoto, em entrevista ao “Expresso”, sentiu a necessidade de se explicar: “A música não é um utensílio nem uma máquina capaz de interpretar o mundo real. Tem o seu próprio universo mas contém também uma gramática e uma sintaxe das emoções. Nesta altura, porém, senti a necessidade de tomar posição relativamente a esses acontecimentos. Não é o tipo de atitude que, habitualmente, pense dever assumir através da música. Mas é evidente que não posso fugir à influência que aquilo que se vai passando no mundo tem, inevitavelmente, sobre mim. Todos os dias. Não de uma forma clara e explícita mas a um nível mais profundo”.

"20210310"

A esse mesmo “nível mais profundo” situar-se-ia também async (2017) gravado três anos após lhe ter sido diagnosticado um cancro da laringe. Por essa altura, dir-me-ia: “Nunca pensaria na minha música como um testamento final. Gravar este álbum foi como trepar uma montanha sem um mapa na mão. Uma vez atingido um cume, descobrimos logo outro mais à frente e não temos o fim à vista. Mas, na verdade, cada trabalho meu representa sempre a minha última vontade. Claro que o problema do cancro acentuou bastante mais essa ideia. E fez-me tomar consciência de que a atitude de encarar cada álbum como sendo, potencialmente, o último é, de facto, a mais correcta. Não sei se terei um ano ou dez ainda à minha frente mas claro que continuo a ter sonhos, esperanças e planos para o futuro”. (daqui; segue para aqui)


"Nova orientação" após 2000 anos de história criminal?!!!...

13 February 2023

Uiiii!... isto rebenta com os limites do aceitávelzinho!... (quer parecer-me que a área do Parque do Perdão deverá ser substancialmente ampliada)

"Comissão estima 'mínimo' de 4815 crianças abusadas pela Igreja Católica em Portugal: Segundo a Comissão Independente, esse é o número 'absolutamente mínimo' a que foi possivel chegar após terem sido validados 512 testemunhos"

Edit (16:40) - “Bishops asking forgiveness doesn’t mean anything to me”

Edit (17:08) - "Odeio. É a única coisa que odeio na vida. A Igreja, o credo, as crenças e pessoas ligadas a ela. Desde que sou autónoma, nunca fui a uma igreja e não acredito em Deus"

"Moonstruck (Nico's Song)" (álbum integral aqui)

(sequência daqui) Ele próprio refere que, em Mercy, “houve certos parâmetros que procurei evitar, Na verdade, a maioria das canções nasceu de um certo tipo de improvisação no sentido em que eu não tinha um plano pré-determinado. Não tinha uma lista de artistas... Na altura, havia um certo número de pessoas disponíveis para gravar e procurei tirar partido delas o melhor que fui capaz. E não foi fácil”. Com a emergência pandémica a reforçar a reclusão, John Cale calcula que, nos últimos anos, terá escrito cerca de 80 canções. “Houve qualquer coisa em mim que fez clic de um modo positivo. Tive momentos de calma e também de raiva com os quais consegui lidar de uma forma que não me foi intolerável”. Esse gatilho, no entanto, tendeu a disparar sobre o eixo sombrio do mundo (“Lives do matter, lives don’t matter, wolves getting ready, they’re gonna buy more guns”, “The monster growls at you, it shakes you to your bones”), e sobre a vertiginosa aceleração do tempo à beira do desastre (“Did you realize how late it was? Later than you think”), o que determinou o modo de encarar cada instante: “Não quis realmente insistir demasiado nos aspectos de intimidação histórica. Mas vivemos um momento em que desejamos conhecer e identificar a posição de todos os malfeitores que foram surgindo e tornando as vidas de todos num inferno”
 
 
É, talvez, um contraponto com o mal em acção que, num turbilhão de electronica malsã, ele procura na evocação de Nico (“Console me, I have come to make my peace... Don’t be afraid of this light, be afraid of this light”), em "Moonstruck (Nico’s Song)", ou dos encontros com David Bowie na noite de Nova Iorque ("Night Crawling"), em contraste imediato com a liturgia de sangue, cinzas e trevas de "Story Of Blood" (“This is the story, the story of blood, it starts in the heart, it moves all around, wakes you in the morning and brings you down”) em cujo video, Cale no papel de decano oficiante e Weyes Blood/Natalie Mering enquanto vestal de rendilhado branco, encenam um episódio de pausa súbita, brevíssimo "scratch" e retorno ao curso normal da canção. Tal como, uma noite., Rimbaud sentara a Beleza sobre os joelhos e, achando-a amarga, a injuriara, Cale não suporta viver sem aquele momento no qual desfigura a harmonia perfeita.

12 February 2023

Marina Ovsyannikova: navegar pelas estrelas

"Marina Ovsyannikova, the former Russian state TV editor who famously interrupted a live news broadcast to protest against the start of the Ukraine war, has described her escape from house arrest in Moscow and how she fled across Europe to seek asylum in France. 'We went in so many different directions I don’t even know what direction we took, we changed to seven different vehicles'"

11 February 2023

Pet Shop Boys - "Living in The Past"

"A questão é hoje muito simples: não há fim da guerra sem a Rússia abandonar, ou ser obrigada a abandonar, as anexações que fez de parte importante da Ucrânia, que vão muito para além das zonas separatistas pró-russas. A partir do momento em que Putin e o Parlamento russo declararam que as chamadas 'repúblicas populares' de Donetsk e Lugansk e as regiões de Kherson e Zaporijia, todas em território ucraniano, eram parte do território da Federação Russa, a Ucrânia, a União Europeia, a NATO e uma parte importante dos países na ONU nunca poderão aceitar que uma guerra ofensiva redefina as fronteiras da Europa. (...) Putin devia rezar a todos os seus santinhos para que a guerra na Ucrânia não seja a guerra NATO ou EUA versus Rússia, como ele a descreve na propaganda, porque então as enormes fragilidades convencionais que se têm revelado, mesmo com surpresa para o 'Ocidente', levariam a uma derrota militar rápida e humilhante. (...) Pareço beligerante e belicoso, sem consideração pela 'paz' dos invasores? Não pareço, sou. Não quero viver numa Europa em que um Estado autocrático e imperial dita as regras de Vladivostok a Lisboa. Prefiro a Rússia de Tolstoi, ou melhor ainda de Tchekhov, de atenção aos mais fracos, de percepção sobre a fragilidade humana, de recusa da brutalidade e da força. Essa, sim, é poderosa e nunca será derrotada" (JPP)

  (com a colaboração do correspondente do PdC em Pequim)

09 February 2023


"Bairros mais antigos" esses onde (mero pormenor, claro) se situam os hospitais de S. José, Capuchos, Dona Estefânia e Stª Marta 

"A nossa cidade está extremamente preparada (para a ocorrência de sismos) depois dos anos de 1980, infelizmente não nos bairros mais antigos"


 
 
(sequência daqui) Agora que, à beira de completar 81 anos, publica Mercy (17º álbum a solo e o primeiro numa década), na companhia de Weyes Blood, Animal Collective, Sylvan Esso, Fat White Family e Laurel Halo, um coro de louvores fez-se ouvir, oriundo de diversos quadrantes e gerações.“Se fossemos apenas o produtor que ele é e foi, teríamos lugar garantido na História. Se apenas tivéssemos sido parte dos Velvet Underground, teríamos um livre trânsito para o paraíso do rock’n’roll. Mas, depois, ainda há todos os álbuns a solo para a Island, a colaboração com Brian Eno e Songs For Drella!... Aborda as coisas sempre numa perspectiva de ‘O que é que, neste momento, me parece interessante?’ em vez de o fazer numa atitude carreirista. Canções criadas assim persistem de um modo muito diferente porque foram pensadas com respeito” diria James Murphy, dos LCD Soundsystem, esquecendo-se, porém, de dar o mui devido destaque ao sobrenatural Music For a New Society (1982) que, Cale sendo Cale, em M:FANS (2016), metodicamente demoliria; “Considero uma enorme honra poder observar cada uma das pequenas decisões que ele toma. Atira-nos duas ou três frases para explicar aquilo que pretende e isso tem um significado imenso”, adianta Brian Weitz/Geologist, dos Animal Collective; “De certo modo, ele podia ser muito formal – muito erudito e clássico. Mas era também capaz de ser tão selvagem como qualquer um de nós”, acrescenta Patti Smith, de quem – numa lista que inclui igualmente os Stooges, Nico, Modern Lovers, Happy Mondays, Siouxsie & The Banshees – ele produziu o álbum de estreia, Horses (1975). (segue para aqui)

07 February 2023

Duvidais ainda? Os avisos dos sábios não bastaram? Então, abri os olhos e vede,  vede bem, como Belzebu se apodera das nossas mentes!!!

(o video integral da apresentação em palco desaparece sucessivamente a uma velocidade... demoníaca)
Ukrainian folk band DakhaBrakha uses music to bring attention to the war in their homeland

05 February 2023

"Story Of Blood" (c/ Weyes Blood)
 
(sequência daqui) Após uma troca de cartas com John Cage e Aaron Copland, conseguiria, via-Leonard Bernstein, uma bolsa de estudo para o Tanglewood Music Center, no Massachusetts. Mas, rapidamente se desentendeu com Copland que lhe fez saber que não o autorizava a tocar a sua música em Tanglewood; “Disse-me que era demasiado destrutiva e não queria que eu lhe desse cabo do piano”. Mais tarde, num dos fugazes momentos de aproximação entre ambos, Lou Reed diria “Só espero que, um belo dia, John seja reconhecido como Beethoven ou outro compositor dessa grandeza. Ele sabe muito de música apesar de ser completamente louco. Mas isso é por ser galês”. Mais amadurecidamente, Cale recordaria as hesitações iniciais; “Quando tocava com as minhas bandas, tinha tendência para acreditar que o rock não estava dentro de mim mas ao meu lado. Via-o não muito longe mas não o encarnava. Mas o rock estará sempre presente no meu trabalho, qualquer que seja o projecto em curso. Não quero nem seria capaz de lhe virar as costas”. (segue para aqui)
"ChatGPT isn’t a great leap forward, it’s an expensive deal with the devil" (há 10 anos, uma conversa com o Grande Manipanço Cósmico já ocorrera...)

03 February 2023

O EIXO SOMBRIO DO MUNDO


Em Superstars: Andy Warhol e os Velvet Underground (Assírio & Alvim, 1992) – extenso dossier incluindo entrevista quadripartida e dicionário sobre os VU, publicado por “Les Inrockuptibles” aquando da reunião histórica da banda para a abertura da exposição Andy Warhol System, Pub, Pop Rock, a 15 de Junho de 1990, na Fundação Cartier, em Paris – John Cale, por entre um desfile de memórias agridoces, aqui e ali, vai deixando cair uma ou outra confissão que ajudam a iluminar melhor o percurso dele e da banda. Por exemplo, logo a abrir, ele que, enquanto jovem, tocara com a National Youth Orchestra do País de Gales, estudara no Goldsmiths College, de Londres, aproximara-se de John Cage, do Fluxus e do Theatre Of Eternal Music de La Monte Young, dispara: “Não existe qualquer futilidade no rock’n’roll. Na vanguarda, sim. O rock’n’roll é demasiado urgente para ser fútil e é isso que ele tem de fantástico”. Tudo começara quando, aos 15 anos, num cinema de Gales, assistiu a Rock Around The Clock. Para ele que, até ali, “imaginara o rock’n’roll como algo semelhante à música de Stravinsky”, o choque fora tremendo: “Fiquei terrivelmente confuso: queria mesmo dedicar-me à música de vanguarda ou atirar-me ao rock’n’roll?”, conta ele, agora, ao “New York Times”. (daqui; segue para aqui)

Se fossem 59 milhões, safava-se

02 February 2023

Gaye Su Akyol - "İsyan Manifestosu"

Mas porque é que ninguém fala do que verdadeiramente importa: a  exigência intolerávelmente cruel de inocentes criaturas do 9º ano terem de escrever, acerca do que for, 150/180 palavras???!!!... Querem matar os nossos jovens???

01 February 2023

(real. Giuseppe Tornatore)
 
(ver também aqui)
Em síntese, é isto:
Gaye Su Akyol - "Yıllar Yılan"

"AI Can Now Make Music From Text Descriptions" (mas os resultados não são extraordinários...)
 
 Hugo van der Goes - The Fall of Man (c. 1440 –1482)
 
(ver também aqui)