30 September 2011

TESTAMENTO VITAL



Após meio século de uma vida a acompanhar Carlos Paredes e inúmeros outros cantores e músicos como Alfredo Marceneiro, Argentina Santos, Caetano Veloso, Amália Rodrigues, Pedro Caldeira Cabral, José Afonso, Chico Buarque e sucessivas gerações de guitarristas portugueses, Fernando Alvim – porque, tão simplesmente, dispôs, enfim, do tempo necessário para isso – gravou o seu primeiro álbum de fados e canções originais. E, como que para recuperar o tempo (não exactamente) perdido, fê-lo em formato duplo - Fados & Canções do Alvim - para o qual convocou uma espécie de concílio das vozes máximas da música portuguesa (de Carlos do Carmo a Ana Moura, Camané, Amélia Muge, Cristina Branco, Ricardo Ribeiro, Ana Sofia Varela, Vitorino, os irmãos Pedro e Hélder Moutinho... poucas ficam de fora). Chame-se-lhe “testamento” e “vital” e não se perca demasiado tempo a descobrir a música que Alvim esperou todos estes anos para revelar.

Porquê só agora este duplo álbum, Fernando Alvim?
Foi um projecto que surgiu há cerca de dois anos. Ao longo de toda a minha vida, sempre acompanhei e tive o tempo muito ocupado com espectáculos, ensaios, digressões. O que não me libertou grande margem para me poder dedicar à composição. Apenas, nos anos sessenta, tinha composto umas quatro ou cinco coisas pouco significativas. Nestes dois últimos anos, por questões de saúde, tive de parar e essa paragem fez-me pensar que dispunha de tempo para compor. Com a cumplicidade da minha mulher que sempre me entusiasmou nesse sentido, comecei a compor. A partir daí, surgiu a ideia de a quem se deveriam entregar essas canções. Tratou-se, então, de pensar no perfil e no estilo dos artistas e, à medida que compunha, convidá-los para participarem.

Pensava primeiro num cantor e só depois o convidava?
Exacto. Não resultou com todos mas, na grande maioria dos casos, sim. Vinham cá a casa, ouviam e aceitavam. Inicialmente, tinha sido pensado para incluir doze temas mas, a pouco e pouco, fui-me entusiasmando e ampliou-se até aos trinta e cinco finais (dezoito fados e dezassete canções). Depois, tive de ir perguntando aos cantores que poetas quereriam para as músicas já compostas.

Nunca seguiu o processo inverso de compor a partir de um texto?
Não. Eles sugeriam-me uns poetas, eu ia-os convidando. Às vezes, telefonavam-me para aqui à uma da manhã a dizer “Acabei de fazer a sua letra!” E nós íamos logo, avidamente, ao computador vê-la...


Fernando Alvim & Cristina Branco

Como é esse processo de compor a pensar num cantor em particular? Como modelou cada canção em torno das vozes, por exemplo, do Camané, da Cristina Branco, da Carminho?...
Ouvi os discos deles, familiarizei-me com o estilo de cada um. O Camané, por exemplo, veio cá a casa, ouviu e escolheu dois fados. Foi ele mesmo que falou logo daqui ao João Monge para lhe escrever as letras. Já com o Ricardo Ribeiro, tinha escrito dois temas para ele e estava convencido que ele escolheria um deles, de caras. Afinal, acabou por escolher o outro, houve qualquer coisa que lhe tocou mais nesse. O outro – "Pássaro Voz" – foi para a Ana Moura.

Fado, evidentemente, é fado. Mas, num momento em que as fronteiras entre fado e canção já não são tão acentuadas como antes, porquê, no próprio título do álbum, continuar a separar os territórios?
Procurei, nas canções, diversificar os estilos: compor um bolero, um tango, músicas que me marcaram ao longo da minha vida, nos anos cinquenta, sessenta, em que, além do fado, tocava outros géneros como o jazz, bossa-nova. Tinha um conjunto, o Nova Onda, que ia fazer os bailaricos ao Clube Naval de Cascais, nos fins-de-semana e também um programa com o mesmo nome na antiga Emissora Nacional em que, das coisas do Marino Marini ao jazz ou a João Gilberto, tocávamos tudo, inclusivamente, fado. Nesse programa, houve revelações como o João Ferreira Rosa, a Mercês Cunha Rego, a Teresa Tarouca ou o João Braga.



O Fernando Alvim, contudo, começou por ter formação clássica. Todo o resto foi descobrindo mais ou menos instintivamente?
Comecei por estudar violoncelo mas era um instrumento demasiado grande para mim, na altura... aprendi guitarra com o professor Duarte Costa e tudo o que veio a seguir foi, de facto, por instinto. Aprendi por mim, ia muito ao Hot Clube com o Luís Villas-Boas que, na altura, trazia muitos discos da América. Principalmente de guitarristas como o Barney Kessel, Wes Montgomery, Jim Hall... aquela torre de discos que está a ver ali, são os clássicos todos da guitarra de jazz.

Em que medida é que essa sua afinidade com o jazz se comunicou aos outros géneros que também interpretava?
Tocava, na Emissora Nacional (e no Hot, de vez em quando) com o Ivo Mayer e o Paulo Gil e isso, agora, veio a influenciar-me mas minhas composições. Mas tanto acompanhava o Carlos Paredes como diversos fadistas e procurava moldar-me aos diversos géneros.

No fado – tal como quando acompanhava o Carlos Paredes –, presta-se toda a atenção ao cantor e à guitarra portuguesa mas a viola de acompanhamento (passa-se o mesmo, de certo modo, no jazz e no rock, com o baixista) acaba por ser o herói oculto: sente-se-lhe a falta se não tocar mas, quando toca, raramente se repara nela. Como convivia com essa situação?
Convivia bem: procurava cingir-me à respiração do guitarrista, aos seus ritmos e balanços, o que se adquiria nos ensaios exaustivos de cinco horas por dia que fazíamos. Como ainda não tínhamos acesso a gravadores, tinha de ser tudo aprendido de memória. Concentrava-me na parte harmónica: ouvia as variações e tentava tirar a minha harmonia que se adequasse ao estilo do guitarrista. Na altura, essas harmonias tinham, às vezes, uma certa tonalidade de jazz que me parecia que combinava muito bem com o estilo de determinado tipo de variações do Carlos Paredes. De modo que as composições dele, a partir de determinada altura, foram evoluindo para outros campos diferentes daqueles que pisava quando começou a tocar comigo. O Carlos Paredes era, fundamentalmente, um clássico, não gostava de jazz.



Não gostava? Mas ele chegou até a tocar com o Charlie Haden...
Isso eu acho que foi um bocadinho para esquecer... (risos) mas, enfim... eu também toquei com eles, estivemos no Hot a tentar tocar umas coisas mas foi complicado: as linguagens são diferentes, a do Paredes não era uma linguagem jazzística...

Foi, então, uma experiência que correu mal?
Eu gosto de tal maneira da música do Paredes que tenho dificuldade em dizer isso. Mas o entrosamento com o baixo, as ideias de um e do outro que pediam uma linguagem comum mais explícita, isso acho que não correu muito bem.

Tanto nessa altura como agora, foi, naturalmente, prestando atenção aos executantes de guitarra portuguesadas diversas gerações que iam aparecendo. Sente que, desde então, houve alguma transformação na linguagem da guitarra portuguesa e do que isso implica no trabalho de acompanhamento?
Posso dizer-lhe que toquei com mais de cem guitarristas. Dos mais novos, admiro profundamente o Ricardo Rocha mas também o José Manuel Neto, o Bernardo Couto, o Custódio Castelo... houve uma grande evolução. Os acompanhamentos são muito mais variados, tirando partido de dissonâncias e inversões de tons. Há uma muito maior cultura musical o que lhes oferece uma enxada mais rica que se apoia em tudo o que os antepassados lhes deixaram para se inspirar.

(2011)
TRATAR-SE-Á DE UMA CONSPIRAÇÃO
CUBANA PARA CORROMPER O OCIDENTE?






... mazáital, foi engano, era só o que faltava...

(2011)
O MINISTRO DA OPUS DEI QUE DEIXOU EM SUSPENSO O PLANO DE FOMENTO DO SEXO ORAL E ANAL É JÁ, INDISCUTIVELMENTE, O MAIS SÉRIO CANDIDATO À SUCESSÃO DE MARGARIDA MOREIRA



"Uma pessoa que é desempregado e que o cônjugue aufere três mil euros..." + primeira prova de candidatura.

29 September 2011

27 September 2011

A PROPÓSITO DESTE POST E DESTE OUTRO (FRAGMENTOS DE UMA POLÉMICA - JÁ CLÁSSICA - COMEÇADA AQUI *), DESCOBRE-SE O QUE REALMENTE INTERESSA SER DESCOBERTO












































































































* a partir daí, é favor seguir o caminho das pedrinhas; + material complementar de apoio onde alguns desses graffiti também figuram.

(2011)
SÃO SÓ COISINHAS BOAS


O apocalipse em directo

Governo assume recessão “à volta” de 2,5% em 2012

Merkel rejeita novas medidas para estimular economias da zona euro

Obama acusa Europa de estar a assustar o mundo com a crise

(2011)

(2011)
L'OSSERVATORE ROMANO (III)


























(cortesia de mr. apostate)

(2011)

26 September 2011

(O ANO A SEGUIR AO) ANO DO TIGRE (LXI)


























Tigre em casa

(2011)
O POVO LIBERTOU A CAMARADA LEOPARDO!!!



(2011)
ONDE SE DEMONSTRA QUE AS "CIÊNCIAS" DA EDUCAÇÃO
E ARTES OCULTAS AFINS NÃO DETÊM O EXCLUSIVO DA
HERANÇA TEÓRICA E PRÁTICA DO PROFESSOR KARAMBA

(e que esta pode facilmente legitimar "científica" e "culturalmente" qualquer tipo de selvajaria - raccord daqui)


A intersecção da linha horizontal com a vertical: indiscutivelmente, o momento mais belo do toureio

"O toureio tem a sua explicação matemática no movimento geométrico de uma linha vertical, que é o homem, e de uma linha horizontal, que é o touro. Enquanto a linha vertical usufrui da vantagem de girar sobre si mesma, sobre o mesmo ponto de apoio, a horizontal é obrigada a deslocar-se com maior ou menos amplidão. A possibilidade de tourear reside exactamente na forma como for aproveitando esse tempo que o touro leva a investir contra o homem, e depois, a voltar-se para carregar todo de novo. Todas as outras regras falharão se esta não for levada em conta" (aqui)

(2011)

25 September 2011

DEMOCRACIA LÍQUIDA



Partido Pirata toma Berlim com o país em vista: "O Partido Pirata, conhecido sobretudo pela defesa de uma Internet mais livre e a despenalização das cópias para uso privado, teve um sucesso nas eleições de Berlim tão grande que surpreendeu os próprios membros do partido. A força política, nascida após o estabelecimento do primeiro Partido Pirata na Suécia, prometia crescer já desde as últimas legislativas. Mas nada fazia prever os 8,9% de há uma semana nas eleições da cidade-estado. Tanto que todos os integrantes da lista (15 em 149 deputados estaduais) foram eleitos: se tivessem ganho mais votos, ficariam com lugares por preencher".

(2011)
IR SEMPRE EM FRENTE, NUMA ILHA, PODE SER PERIGOSO
(apesar de o acento, ajuizadamente, ir para trás)


(daqui)

(2011)
A "MEDITAÇÃO NA PASTELARIA" SOB ATAQUE



Algum dark side of the force resolveu sabotar o blog da Ana Cristina Leonardo: quando se pretende aceder à Meditação na Pastelaria, surge o aviso "Se visitar este Web site poderá danificar o computador!". Apela-se, com carácter de urgência, para a ajuda de quem, menos infoexcluído nestas matérias, possa contribuir para derrotar as hostes do Mal (informático, político, cultural ou extraterrestre) e fazer voltar a refulgir a luz clara do Bem.

(2011)
VIVA A CATALUNHA!



A arena Monumental de Barcelona é a última, na capital catalã, a fechar portas. Este domingo marca o fim da temporada das corridas e das touradas na Catalunha, já que a lei proíbe que esta antiga tradição espanhola seja retomada em Janeiro de 2012: "180 mil catalães assinaram a petição a favor da interdição submetida ao parlamento regional. A Catalunha votou a lei em Julho de 2010 e segue os passos das ilhas Canárias, onde a lei se aplica desde 1991.

Para o presidente da Libera, a associação de defesa dos direitos dos animais, o exemplo vai ser seguido por outras regiões:
'Acreditamos que a Galiza se vai juntar a nós em breve, porque lá não existe uma tradição tauromáquica como noutras regiões do norte de Espanha. É claro que em Madrid e na Andaluzia vai demorar mais, mas é uma questão de tempo' afirma Carlos López Pérez".

(2011)

24 September 2011

MESMO ANTES DA CERIMÓNIA DE TRANSFERÊNCIA DE PODERES PARA A "REPÚBLICA INDEPENDENTE DO JARDIM DA MADEIRA", PARECEM REUNIDAS TODAS AS CONDIÇÕES PARA QUE, COM A DESEJÁVEL TRASLADAÇÃO DE UM NOVO ESTUDANTE PARA PARIS, SE PUDESSE CRIAR EM FRANÇA UM IMPORTANTE POLO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGÊS






















Governo da Madeira volta a contradizer-se sobre a dívida: "Na quinta-feira à noite, o presidente do governo regional, Alberto João Jardim anunciara numa entrevista à RTP-Madeira que o total da dívida é de 'cinco mil milhões e tal', 'uma coisinha de nada'".

(2011)
CLAIM YOUR FITINHA, SI US PLAU!



Abre-se a "Única", do "Expresso", e, colada a uma página de publicidade do Millennium BCP, está uma fitinha ridícula acerca da qual um gebo da bola qualquer nos intima a "ir já" a "uma das 900 sucursais" do banco pedir "as restantes" e nos informa que são "as fitas do orgulho português". Empolgado, explica ainda que "este é o momento de mostrar o orgulho que temos em Portugal. De expressar a nossa identidade e sentimento de nação (...) o orgulho que temos no nosso País, na nossa história e na nossa Portugalidade".

É capaz de não ser fácil, num sábado de manhã, "ir já" a alguma sucursal do Millennium... Por outro lado, não tendo, por natureza, nenhum especial "orgulho em ser português" (nem italiano, nem egípcio, nem uruguaio - "vim ao mundo, por acaso, em Portugal, não tenho pátria, sou sozinho e sou da cama dos meus pais"), não me parece que, em particular, neste momento, abundem razões para esse tipo de manifestações tribais. Até porque aquele "expressar" não ajuda muito... Mas o orgulho que, supostamente, deveríamos ter "no nosso País, na nossa história e na nossa Portugalidade" fica definitivamente de rastos quando a Meios & Publicidade nos informa que isto é apenas "o claim da nova campanha de publicidade do Millennium BCP" - viva Portugal! viva a Portugalidade! viva o claim! -, "com criatividade assinada pela Bassat Ogilvy Barcelona" - viva Portugal! viva a Portugalidade! viva a... err... União Ibérica?! (ok, aqui até gostei) - que não deve ter trabalhado de borla por amor à Portugalidade, para a alegadamente à rasca banca portuguesa.

Confirma-se: é muito triste ser parolo.
(já os gatos - admiráveis criaturas sem pátria - adoraram a fitinha)
(2011)
PODE SER JÁ AMANHÃ?



Jardim: "Se Portugal e Madeira são dois países, dêem-nos a independência"

(2011)

23 September 2011

POETA ESSENCIALMENTE BUCÓLICO E PASTORIL, CULTOR DA "AUREA MEDIOCRITAS" MAS ABERTO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS, NO CORPUS CAVACAL, O GADO VACUM OCUPA, SEM DÚVIDA, O PRIMEIRO PLANO (NÃO ESQUECENDO AS ANONAS)



O recentíssimo "Sorriso das Vacas"

O já clássico "Orgasmo da Ordenha"

(2011)

22 September 2011

OU SEJA: OS ESPIÕES ESPIARAM MAS NÃO SE TEM A CERTEZA SE O FIZERAM REALMENTE COM A INTENÇÃO DE ESPIAR OU SE FOI SÓ PORQUE NAQUELE DIA ESTAVAM MORTOS DE TÉDIO, NÃO HAVIA BOLA NA TV E NEM SEQUER UM DAQUELES JANTARES TUPPERWARE COM AVENTALINHOS MAÇÓNICOS






















“Secretas” não conseguem concluir se houve espionagem a ex-jornalista do "Público"

(2011)
ISTO SIM, SÃO CIÊNCIAS (SEM ASPAS) DA EDUCAÇÃO



(2011)
HÃ???!!!...



(2011)
PENSAR COMO ALEMÃES
(slight return)



"Pope Benedict XVI landed in Berlin on Thursday morning about fifteen minutes ahead of schedule, but the city was ready for him. A 21-gun salute fired into the air as he stepped out of the plane, and protesters around the capital gathered for demonstrations in front of the Brandenburg Gate as well as the German parliament building, the Bundestag. Benedict was scheduled to speak before the Bundestag in the afternoon, but around a hundred legislators will not sit and listen to him -- choosing instead to stand outside with the protesters" (aqui)

(2011)
FAÇAMOS, ENTÃO, DE NOVO, O ELOGIO DA PRODUTIVIDADE


























Oscar Wilde

Governo propõe despedimento por não cumprimento de objectivos ou quebra de produtividade

(2011)

21 September 2011

"A wise man once said -'the skill in attending a party is knowing when it's time to leave'. We built something extraordinary together. We did this thing. And now we're going to walk away from it" (Michael Stipe)



"To our Fans and Friends: As R.E.M., and as lifelong friends and co-conspirators, we have decided to call it a day as a band. We walk away with a great sense of gratitude, of finality, and of astonishment at all we have accomplished. To anyone who ever felt touched by our music, our deepest thanks for listening." R.E.M.



"Talk About The Passion"

(2011)
ORA AQUI ESTÁ UM BELO EXEMPLO DA
INUTILIDADE DO ACORDO ORTOGRÁFICO

(e logo havia de ser com a ilustre filóloga ao barulho...)

Edite Estrela promove Dia Internacional da Rapariga


Bruna Surfistinha, célebre rapariga e escritora brasileira

(no Brasiu vai ter de adapitar, né?... já, quanto a "dias internacionais", estamos conversados)

(2011)
(O ANO A SEGUIR AO) ANO DO TIGRE (LX)



(2011)
WHEN I PAINT MY MASTERPIECE


Opium (2009)

Exhibition of Bob Dylan Paintings Will Be Shown at Gagosian Gallery in New York




(2011)
ALINHAR OS CHAKRAS
 


Jonathan Wilson - Gentle Spirit

Vão desculpar-me mas, a sério, “The raven who flies through the desert sky is wiser than you or me... the desert raven, he has poetry” é coisa possível de ser cantada e escutada sem que ninguém se ria? E isso, aninhado num fofinho casulo filosófico que adverte "Natural world she needs our energy" (notar o emprego do género feminino para “natural world” – estamos em plena cena "new age" da “deusa-mãe” primordial e diáfanos panteísmos afins uma vez mais reciclados), sintoniza “vibrations in the air” e remata o assunto com aquele tipo de proclamação – "A hundred blowin' up in the headlines, we've seen it all before, the powers are killing the paupers, for some idea of God, or whatever" – que cai sempre bem à hora do chá, coloca-nos, então, onde?

Exactamente: Laurel Canyon, Los Angeles, final dos anos 60, início dos 70, jardim do paraíso da aristocracia folk-rock bem pensante, cenário transbordante de amor, paz e dólares no qual James Taylor, Joni Mitchell, Jackson Browne, CSN&Y e diversos outros apóstolos da boa nova ensinavam que, se déssemos as mãos, alinhássemos os chakras, consumíssemos as drogas certas, e, ocasionalmente, saíssemos da toca para participar numa ou outra manifestação contra as guerras mazinhas, Marx e Cristo dansariam a valsa, Hitler e Buda trocariam afectuosos ósculos no além e, de um modo geral, tudo correria muito bem. Jonathan Wilson, residente actual do Canyon e criatura de prestígio enquanto músico e produtor junto de gente como Elvis Costello, Robbie Robertson ou Erykah Badu, acredita piamente que o tempo se imobilizou há quarenta anos e, com desmedido "savoir-faire" musical, para quem não teve oportunidade de estar presente na altura certa, recria, ao detalhe, a cena original de Laurel Canyon. Que Shiva e Shakti o façam muito feliz.

(2011)

20 September 2011

19 September 2011

SERÁ, EM BREVE, PUBLICADO UM MANUAL DE DESCODIFICAÇÃO
DOS DISCURSOS DO SOBA O QUAL IMPEDIRÁ QUE EXPRESSÕES E DITOS JOCOSOS COMO "ESSES FILHOS DA PUTA DE MERDA DO CONTENENTE" POSSAM SER MALICIOSAMENTE DISTORCIDOS E PERFIDAMENTE MANIPULADOS PELOS "CABRÕES DOS CUBANOS"




"Manipula-se qualquer eventual frase ou 'lapsus linguae', normal na torrente discursiva e emocional de um comício".

Edit (20.09 às 12.44 AM): outra colecçãozinha jeitosa de "lapsus linguae"; e a mente vagueia...

(2011)
FIGURAS & FACTOS DA HISTÓRIA CRISTÃ (IV)

Versão muito abreviada do episódio de Abraão e Isaac




(cortesia de mr. apostate)

(2011)

18 September 2011

CHICO BUARQUE & FRANCIS HIME - "MEU CARO AMIGO"
(agora, em sentido inverso)



(2011)
MY FAVOURITE ALBUM



"Guardian" writers are picking their favourite albums

(2011)
NÃO SE PODE PRIVATIZAR A MADEIRA?



Jardim diz que omitiu 1113 milhões em legítima defesa da Madeira

(2011)
CINEMA EM PORTUGAL: OS PRIMEIROS ANOS



"Das primeiras imagens em movimento aos alvores do cinema sonoro, a exposição percorre as primeiras décadas do cinema em Portugal, recordando a evolução da técnica e tecnologia envolvidas durante a I República. Dos primeiros espectáculos e primeiros filmes aos estúdios e rodagens, passando pelas salas e públicos e estrelas de cinema, sem esquecer os coleccionadores, mostram-se equipamentos, documentos e filmes, que são um testemunho, em Portugal, do nascimento fulgurante desta arte de multidões e da invenção de uma nova indústria no virar do século" - Museus da Politécnica, Rua da Escola Politécnica, 58 (aqui)

(a desatenção até pode ser minha, mas se, apenas por acaso, não tivesse passado anteontem na R. da Escola Politécnica, esta recomendável exposição ter-me-ia passado ao largo do radar; continua até dia 2 de Outubro)

(2011)
ST. VINCENT - "YEAR OF THE TIGER"



When I was young
Coach called me the tiger
I always had
A knack with the danger

Living in fear in the year of the tiger

Italian shoes
Like these rubes know the difference
Suitcase of cash
In the back of my stick shift
I had to be the best of the bourgeoisie
And my kingdom for a cup of coffee

Living in fear in the year of the tiger

Oh America
Can I owe you one
Oh America
Can I owe you one
Oh America
Can I owe you one
Oh America
Can I owe you one

Living in fear in the year of the tiger


(2011)
HAJA ALGUÉM QUE MANTENHA UM
CORRECTO SENTIDO DAS PRIORIDADES!...



Henryk Hector Siemiradzki - Roman Orgy in the Time of Caesars (1872)

Magistrates investigating an alleged prostitution ring in Italy have published wiretaps in which Silvio Berlusconi boasts of spending the night with eight women and complains that meetings with Gordon Brown and the Pope are interfering with his partying.


Beastie Boys - "(You Gotta) Fight For Your Right (To Party)"

(2011)

17 September 2011

SÓ PODE SER AQUELA HISTÓRIA DO
"ELEMENTO NEUTRO DA ADIÇÃO"



"Nunca, em quase 50 anos, conheci um político que se aproximasse tanto de não ser nada como António José Seguro". (Vasco Pulido Valente no "Público" de ontem)

PS no governo. Já há quem admita contingências agravadas que possam exigi-lo

(2011)
PORQUE É QUE NÃO É PRECISO SER UM PROFESSOR KARAMBA PARA ADIVINHAR QUE O BOY HAVIA DE IR DAR AO MUI SÉRIO E IMPOLUTO MUNDO DO LUDOPÉDIO?



Antigo 'boy de Sócrates' investe no futebol

(2011)

16 September 2011

LE DÉTOURNEMENT (VI)
(sort of)


(daqui - clicar na imagem para ampliar)

(2011)
LES PORTUGAIS SONT TOUJOURS GAIS (V)






















Edit (10:10 PM) - Fui informar-me melhor: "Portugal manda na Europa" porque o Braga derrotou uma equipa da segunda divisão inglesa e o Sporting venceu o 7º classificado (em 10) do campeonato suiço, esse gigante do ludopédio planetário.

(2011)