31 December 2013

2013 - PRÉMIO "OS ANIMAIS SÃO NOSSOS AMIGOS"

O calca-mar & a osga (ex aequo)

2013 - PRÉMIO "GORDURAS DO ESTADO"


2013 - PRÉMIO "EU AINDA ACABO A FAZER CRÍTICA DE ARTE NO GUINESS BOOK OF 
RECORDS OU NA MODAS & BORDADOS"

Gabriela Canavilhas


"A artista [Joana Vasconcelos] que em 2013 alguns quiseram transformar em 'artista do regime', aquela que maior visibilidade teve nos media, que maior sucesso conquistou nas várias exposições em que a sua obra foi mostrada este ano (...) foi quem estabeleceu o novo recorde de visitantes numa exposição individual em Portugal - 178 mil visitantes no Palácio da Ajuda, entre Março e Agosto de 2013. O anterior recorde também lhe pertencia, com a exposição no museu Berardo, em 2010. (...) 


E como se justifica o seu enorme sucesso? Pop-arte e pop-star são conceitos muito próximos um do outro; quando 'arte' e 'star' têm 'pop' em comum - 'pop' de popular, de proximidade com as pessoas, de dessacralização e de mediatização - estão criadas as condições indispensáveis para o estrelato. Joana Vasconcelos consegue este estatuto raro: é uma estrela popular (...) em quem o público se reconhece (...) porque se revê no seu imaginário, na sua personalidade solar, no seu universo colorido e morfológico.(...) Dela se espera (...) que nos mostre ao mundo, lá do alto dos seus objectos em grande escala, elevando-nos, com ela, colectivamente, para nosso orgulho e contentamento" ("DN" de hoje)
MÚSICA 2013 - INTERNACIONAL (III)

(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 24)




















A desproporção de forças entre a multidão de retrocompulsivos e – em frente unida na outra trincheira – classicistas, reconfiguradores e franco-atiradores, é imensa. E não dá sinais de, nos próximos tempos, vir a alterar-se muito. Mas isso não bastou para impedir que, como invariavelmente acontece, fosse possível, durante doze meses, ir alinhando um programa de audições não irremediavelmente engatado em marcha-atrás. Se a Shaking The Habitual deve ser atribuído o destaque de objecto sonoro não identificado, June Tabor integrada nos Quercus abriu mais uma janela por onde a tradição, coabitando com o jazz contemporâneo, respira ar fresco (o que, de outros vários modos, também aconteceu em Son of Rogues Gallery). Reordenando as peças do puzzle, British Sea Power, These New Puritans, Midlake, Vampire Weekend, Broadcast, Anna Calvi e, sotto voce, Laura Marling, apresentaram provas indiscutíveis de como a legibilidade não tem de ser, obrigatoriamente, redundante. O resto, no índice do último ano antes do primeiro sem Lou Reed, foi óptimo labor clássico.

* a ordem é razoavelmente arbitrária...
2013 - PRÉMIO "SEGUNDA MELHOR AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO" 

MÚSICA 2013 - INTERNACIONAL (II)

(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 24)




* a ordem é razoavelmente arbitrária...
 

30 December 2013

... dassss!... Os comunas estão em todo o lado, até no "Economist"!... país do ano? O Uruguai, presidido por um fulano que faz o Jerónimo de Sousa parecer-se com o Américo Amorim

José Mujica, à saída do palácio presidencial
MÚSICA 2013 - INTERNACIONAL (I)

(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 24)








 





* a ordem é razoavelmente arbitrária...
Nick Cave & The Bad Seeds - "Jubilee Street"

A Economist Intelligence Unit faz intolerável apelo à violência!

2013 - PRÉMIO "PLANO NACIONAL DE LEITURA"  

Eternamente grato, Sapientíssimo Mestre, por nos tranquilizares: o CEO da Vaticano S.A. é o CEO da Vaticano S.A.

"A psychoanalyst shows a patient an inkblot, and asks him what he sees. The patient says: 'A man and woman making love'. The psychoanalyst shows him a second inkblot, and the patient says: 'That's also a man and woman making love'. The psychoanalyst says: 'You are obsessed with sex'. The patient says: 'What do you mean I am obsessed? You are the one with all the dirty pictures'"

"A new monk shows up at a monastery where the monks spend their time making copies of ancient books. The new monk goes to the basement of the monastery saying he wants to make copies of the originals rather than of others' copies so as to avoid duplicating errors they might have made. Several hours later the monks, wondering where their new friend is, find him crying in the basement. They ask him what is wrong and he says 'the word is CELEBRATE, not CELIBATE!'" (aqui)

29 December 2013

O "franchise" de Madrid da Vaticano S.A. é de opinião que as badalhoquices e as poucas vergonhas inspiradas por Satanaz devem ficar restritas à sede central da empresa

"One of the most perplexing questions of the early 21st century is this: how can the French, who invented joie de vivre, the three-tier cheese trolley and Dior’s jaunty New Look, be so resolutely miserable? To outsiders, the world’s favourite tourist destination embodies the triumph of pleasure over desk-slavery, slow food over fast, the life of the flâneur over that of the frenetic.

Yet polls suggest that the French are more depressed than Ugandans or Uzbekistanis, and more pessimistic about their country’s future than Albanians or Iraqis. A global barometer of hope and happiness puts the French second to bottom of a 54-country world ranking, behind austerity-battered Italians, Greeks and Spaniards, and ahead only of Portugal"
(aqui)
These New Puritans - "Fragment Two"
 

28 December 2013

Era uma boa altura para transformar os centros de atendimento da Vaticano S.A. em lugares de utilidade pública
A viúva e herdeira espiritual do suposto escritor que declarava "Deus é vingativo, rancoroso, má pessoa, não é de fiar", confirma que quem não concorda que o CEO da Vaticano S.A. é fofinho só pode alinhar com a "direita sociopata"

"No passado podia haver pobres, estes tinham, porém, a possibilidade de ter uma dinâmica social e política para saírem da pobreza, uma capacidade de inverterem as relações sociais que lhes eram desfavoráveis. Eram pobres, mas não estavam condenados à pobreza. Era isso a que se chamava 'a melhoria social', num contexto de mobilidade e num contrato social que permitia haver adquiridos. Agora tudo isso aparece como um esbanjamento inaceitável, e o que hoje se pretende é que os pobres, cada vez mais engrossados pela antiga classe média, sejam condenados à sua condição de pobreza em nome de uma crítica moral ao facto de 'viverem acima das suas posses', perdendo ou tornando inúteis os instrumentos que tinham para a sua ascensão social, a começar pela educação, pela casa própria, e a acabar nas manifestações e protestos cívicos, as greves e outras formas de resistência social. 


É um conflito de poder social que atravessa toda a sociedade e que se trava também nas ideias e nas palavras, em que a comunicação social é um palco determinante, com a manipulação das notícias, a substituição da informação pelo marketing e pela propaganda. E o PS escolheu estar ao lado dos 'ajustadores'. (...) Seguro e os seus criaditos diligentes estão ali para servirem as refeições aos que mandam, convencidos que as librés que vestem são fardas de gala num palanque imaginário. Vão ter muitas palmas e responder com muitos salamaleques" (aqui)
OPORTUNIDADE ÚNICA PARA O COMPLETAMENTO DE HABILITAÇÕES ACADÉMICAS DO ESTUDANTE DE SCIENCES PÔ E DO PERFORMER, SUPERGRASS 


... e aborrecem-se de morte, sem nada interessante para contar...

("Expresso")
INSIDE LLEWYN DAVIS 
(números e clips)
 




+ leitura complementar desta

27 December 2013

A impossível e transcendente missão de, hora após hora, acertar com um nome (parte II)








(sequência daqui; + aqui)
(O 3º ANO A SEGUIR AO) ANO DO TIGRE (CIV)

The Long Goodbye - real. Robert Altman (1973)

Breakfast At Tiffany's - real. Blake Edwards (1961)
É a justíssima retribuição por o primeiro acto de Nuno Crato, logo em 2011, não ter sido o encerramento das Escolas Superiores de Educação

26 December 2013

MIL ARDIS 


A realeza folk gosta de se apresentar na companhia de gatos: Dylan, deixou-se fotografar com eles em diversas circunstâncias, e, em especial, na capa de Bringing It All Back Home, com o seu "Rolling Stone" ao colo (em Rock Dreams, Guy Peellaert desenhá-lo-ia-o no interior de uma limusine abraçando outro tigre de bolso); Joan Baez, é omnipresente nas imagens do Google com uma pequena pantera negra nos braços; Joni Mitchell escreveu "Man From Mars" dedicada ao bem amado "Nietzsche" – arraçado de ocelote – e pintou-o (nomeadamente, na capa de Taming The Tiger); June Tabor escolheu-os para as capas de Abyssinians e Angel Tiger; Suzanne Vega não esconde o enlevo pelos "lounge tigers", "Caramel" e "Cinnamon", evocados em "Caramel" (que, bastante a propósito, seria incluída na banda sonora de The Truth About Cats And Dogs); e, acerca de Leonard Cohen, conhece-se a lenda dos seus poderes sobrenaturais de "cat whisperer", por meio dos quais terá devolvido a saúde ao felino "Hank" (assim baptizado em honra de Hank Williams). Mas, apesar disso, nenhum deles tinha tido, até agora, a honra de se juntar aos seus pares mais célebres do cinema como o "Orangey", de Breakfast At Tiffany's, o denunciante involuntário de Harry Lime/Orson Welles em O Terceiro Homem, o companheiro de Philip Marlowe no Long Goodbye, de Altman, ou a fabulosa assombração a preto e branco do genérico de Saul Bass para Walk On The Wild Side, coreografada sobre a música de Elmer Bernstein.



A sorte coube ao laranja, "Ulysses", encarregado de, em Inside Llewyn Davis, de Joel e Ethan Coen, representar o anónimo vadio que, na capa do álbum Inside Dave Van Ronk, espreita da mesma porta do Village a que este se encosta. Llewyn Davies não é Van Ronk, tal como o Salieri de Amadeus não era o Salieri histórico. Mas, nesta libérrima revisitação dos anos do folk revival nova-iorquino conduzida metaforicamente pela deambulação de um Ulysses de quatro patas, mais ou menos reconhecíveis ou com as identidades trocadas, não deixam de se encontrar marcas e figuras de uma era determinante para a música popular. Se Van Ronk era “o mayor de MacDougal Street” – esse santuário onde se situavam o Gerde’s Folk City, o Cafe Wha? ou o Gaslight Cafe, locais de peregrinação dos "beats", de Auden, Pollock, Miles Davis, Dylan Thomas, Gore Vidal e "tutti quanti" –, erudito supremo em matéria folk, isso não bastou para que, com o surgimento de Bob Dylan, em 1961 (a quem, em No Direction Home, de Scorsese, ele acusa justamente de lhe ter roubado o arranjo de "House Of The Rising Sun"), enquanto representante da geração de puristas ortodoxos, o seu tempo tivesse passado. Na banda sonora do filme (superiormente produzida por T Bone Burnett, reincidindo, ao lado dos Coen, após O Brother, Where Art Thou?), esse momento é assinalado pelo "Farewell", de Dylan, logo antes de "Green, Green, Rocky Road", do próprio Van Ronk. A restante cenografia musical – às mãos de Marcus Mumford, Punch Brothers e do improvável mas correctíssimo Justin Timberlake –, de tradicionais a temas de Tom Paxton, Brendan Behan e Ewan MacColl, é objecto de engenhosa reconstituição histórica. Tanto quanto os mil ardis de Ulysses.
VINTAGE (CLXXI)

Dave Van Ronk - "Green, Green Rocky Road"
FOLK SINGER(S) WITH(OUT) A CAT (VI)

(da esquerda para a direita) Mimi Fariña, Dave Van Ronk, Joan Baez, Leonard Cohen, Judy Collins, Chad Mitchell (na guitarra) - daqui