31 January 2020



"Os slogans oficiais lançados para a ocasião [7º Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, Maio de 2016] soavam tão estranhos em coreano como nas versões em inglês distribuidas pela agência noticiosa norte-coreana: "Façamos o país inteiro fervilhar com uma campanha estridente para a produção de hortaliças em estufa!" (Anna Fifield - O Grande Sucessor - continua)
The decline and fall of the British empire (according to The Kinks)






(ver aqui)
A História a repetir-se? (I)


30 January 2020

Ne Travaillez Jamais! [ca. 1965-66]
 

15 x 10.5 cm.; ill. color postcard. Second printing (following the 1952-53 black & white version by Alaph) 

"Postcard designed by French postcard maker Louis Buffier featuring a colorized photograph of the famous 'Ne travaillez jamais' (Never Work) graffito, for which Debord claims ownership. The slogan was scrawled on a wall on the Rue de Seine in Paris, likely in 1952. The young Debord was possibly influenced by Rimbaud, who wrote in his poem Vierge Folle: 'Jamais, jamais je ne travaillerai' (Never, I shall never work). On the bottom-left corner, Buffier added the text “Les Conseils Superflus” (which can translate as “commonsense advice”). Debord would reprint a photograph of the graffito in issue no.8 of Internationale Situationniste in January 1963. A few months later, he received a letter from the Cercle de la Librairie demanding a payment because of copyright infringement. In his response (found here in translation), Debord clarified that he was the author of the graffito, and sought to understand why the publisher had stolen his work. He received no response to his letter" (ver também aqui)

Phil Ochs - "The Ballad of Joe Hill"

Billy Bragg -"I Dreamed I Saw Phil Ochs Last Night"

Christopher Hitchens about Phil Ochs and politics
Mais de 12 horas depois, o pasquim direitolas online continua a afirmar que a Alemanha "devolveu um enorme padrão de calcário à Namíbia, levado pelo navegador português Diogo Cão para a Alemanha" (tal como já explicado nesta caixa de comentários, por preocupante incapacidade de compreensão do texto do "DN")

Diogo Cão implantando um padrão em Lübeck, na costa alemã do Mar Negro, pouco antes de ir dar um abraço ao seu grande amigo, o ornitologista japonês Thomas Mann, na companhia de quem realizou a primeira travessia aérea do Atlântico Sul

28 January 2020

A "radicalíssima" proposta da Joacine, afinal, é igual à do perigoso esquerdista Macron (e de vários outros extremistas do "marxismo cultural"... desde há séculos)

Kirsty - The Life And Songs Of Kirsty MacColl

Monarquia pimba
(uma redundância)

"Mas quem será o pai (e a mãe) das crianças? 
Eu sei lá, sei lá..."

IMPRESSÕES  DIGITAIS


Meia hora depois de ter escutado o discurso de tomada de posse de Donald Trump enquanto presidente dos EUA, Billy Bragg pegou na guitarra e, de jacto, sobre "The Times They Are A-Changin’’, de Bob Dylan, inventou uma versão inquietantemente actualizada, "The Times They Are A-Changin’ Back" - “Come Mexicans, Muslims, LGBT and Jews, keep your eyes wide for what’s on the news, for President Trump is expressing his views, and I fear that the mob he’s inciting will soon break your windows, burn down your schools, for the times they are a changin’ back” – que, nessa mesma noite, cantaria num concerto em Salisbury. Afinal, nada de muito novo nem no método nem na atitude: nunca hesitou em confessar que o verso de abertura de "New England" – a canção que Kirsty MacColl, em 1983, converteria num êxito – fora tomado de empréstimo a "Leaves That Are Green", de Simon & Garfunkel, e que a melodia se inspirara bastante em "Cowboy Song’", dos Thin Lizzy (o que nem era escancaradamente óbvio), tal como, desde o início, não se deslocou um milímetro do lugar de "songwriter" politicamente activo. 


Quando, há três anos, publicou o livro Roots, Radicals and Rockers (sobre a história do "skiffle"), em entrevista ao “Guardian”, deixou razoavelmente claro o seu ponto de vista na inesgotável polémica acerca das relações entre música e política: “A música pode contribuir para os processos de transformação mas apenas as pessoas podem concretizar a mudança. A música, só por si, não possui essa capacidade de actuar mas pode oferecer uma perspectiva diferente”. Um pouco ao jeito de um Woody Guthrie (de quem, com os Wilco, musicou uma série de textos inéditos) dos tempos actuais, em mais de cinco dezenas de álbuns, EP e singles, programas de rádio e documentários, há impressões digitais suas em todas as causas, lutas e trincheiras, do que este duplo CD Best of Billy Bragg at the BBC, 1983-2019 – compilando gravações dos programas de John Peel, David Jensen, Janice Long, Phill Jupitus, Bob Harris e Tom Robinson – é um exaustivo panorama.

27 January 2020


Dominic Bradnum - Neon Graffiti (for Guy Debord and The Situationist International)


(com a colaboração do correspondente do PdC em Pequim)
Carsick Cars - "Zhong Nan Hai"

Memória de elefante (VI)

A beatagem social-fascista e o MPLA/José Eduardo dos Santos/Isabel dos Santos (daqui)

No já justamente célebre "case study" de tricologia política, uma nova etapa: a intrigante migração capilar do crâneo para a face (exactamente quando "the beard phase is on its way out")

(daqui)

25 January 2020

Foster Parents - Idle Archipelago

(1º DIA DO 10º ANO A SEGUIR AO) ANO DO TIGRE (CXLVIII)

Islamicat: Former pet of Abu Bakr Al-Baghdadi, now nomadic jihadicat, dedicated to establishing the Pusslim Catliphate. Hates dogs, pigs, mice, infurdels; loves Klaw'ran

24 January 2020

Memória de elefante (V)


Memória de elefante (IV)

Só repararam agora?.. 18 páginas sobre Isabel dos Santos no "Maka Angola" (desde 2013)


+ um bombom
Memória de elefante (III)

O(s) abafado(s) caso(s) Kangamba




+ Kangamba no "Maka Angola"
Memória de elefante (II)

A CRÓNICA DE PEDRO ROSA MENDES POR OCASIÃO 
DO "PRÓS & CONTRAS" ENCENADO EM LUANDA, EM 2012,
QUE LHE VALEU A EXPULSÃO DA RDP 

(repescada daqui)

23 January 2020

Musica Reservata ‎– Music from the 100 Years War

Mas se os documentos foram obtidos por um hacker - português, angolano ou paraguaio, seja com que objectivo for - que entrou nas redes informáticas das empresas do maravilhoso casal, isso apenas pode significar que são documentos verdadeiros! (sequência daqui)

A menos que tenham as suas camaradas russas a acolhê-los no check-in, não se antevê grande sucesso à operação



Edit - Convenientemente adaptada, esta anedota rambém se aplica: "A man dies and goes to Heaven. After several years in Heaven, he gets bored and decides to go on vacation to see Hell. So he packs his bags and goes on the trip. Upon arrival in Hell, he's taken on a tour. It's the most amazing place he's ever seen: warm, but not hot, the women are beautiful, everyone's very friendly and even Satan himself stops by his hotel room just to say hello. 

When the guy goes back to Heaven, he decides to move to Hell, because of how amazing it is. So he packs his bags again, and books a one way ticket to the 9th circle. But upon arrival, he's stripped naked and thrown into a searing hot pit of lava. As he sinks, he notices Satan walking by and yells out "What the hell?! Last time I was here, it was all beautiful women and nice people. What happened?" Satan looks back at him and, recognizing the man, laughs and answers: 'Don't mistake tourism for immigration!'"

22 January 2020

Mas o grande artista Coréon Du, parceiro de negócios do infante de Machete, tinha sido "removido"...

A santíssima trindade
Shirley Clarke - "Bridges-Go-Round" (1958)



"Bridges-Go-Round was crafted by Clarke from leftover project footage. In her hands, the monumental bridges spanning New York Harbor dissolve into flattened abstractions that seem to sway with the music. The dream-like quality is intensified by the vivid color, which was achieved by 'bi-packing', a process in which certain colors of the film original are altered by running the strip through the printer with a second piece of film. When rights issues threatened the use of the initial music track by Louis and Bebe Barron, who had composed the groundbreaking electronic score for Forbidden Planet (1956), Clarke asked jazz producer Teo Macero to develop a replacement. She liked them both and often screen the two versions back-to-back, as they are presented here"
Mega Bog on Audiotree Live

(ver aqui)


(sequência daqui)

21 January 2020


Georgian State Merited Ensemble of Folk Song and Dance - "Chakrulo"
 

"The spacecraft will be encountered and the record played only if there are advanced space-faring civilizations in interstellar space, but the launching of this 'bottle' into the cosmic 'ocean' says something very hopeful about life on this planet" (Carl Sagan)
DILETANTES GENIAIS

  
Faltava ainda quase uma década para que a Alemanha deixasse de estar dividida em Leste e Oeste mas, no início dos anos 80, com polos em Dusseldorf, Hamburgo, Colónia, Hagen e, naturalmente, Berlim, um desassossego subcultural agitava músicos, artistas, gente do cinema, da fotografia, da moda e do design, oxigenada pelas correntes de ar fresco que sopravam do pós-punk novaiorquino e britânico. Foi por essa altura – pouco depois de David Bowie ter gravado a “trilogia de Berlim” e em simultâneo com a chegada à cidade do Spree de Nick Cave e dos Birthday Party – que travámos conhecimento com Einstürzende Neubauten, Die Tödliche Doris, Sprung Aus Den Wolken, Der Plan, Freiwillige Selbstkontrolle (F.S.K.), Palais Schaumburg, Ornament & Verbrechen, e Deutsch Amerikanische Freundschaft (D.A.F.), praticantes de abalos sonoros que tanto se alimentavam do futurismo, dadaismo e situacionismo como dos Cabaret Voltaire, Throbbing Gristle, Glenn Branca e William Burroughs. 



O seu momento histórico ocorreria a 4 de Setembro de 1981, quando, no Tempodrom de Berlim Ocidental, teve lugar o festival “Geniale Dilletanten” (Diletantes Geniais), ponto de encontro de radicais livres, agitadores e provocadores vários e futura designação geracional do informal movimento. No interior dele, Gudrun Gut, Bettina Koster, Beate Bartel, Christine Hahn, Manon P. Duursma e Susanne Kuhnke, aliás, Malaria!, oriundas de incubadoras artísticas diversas mas absolutamente enxutas de qualquer sarro académico, foram um colectivo feminino de relativamente curta duração em cujo acelerador de partículas colidiam desgovernadamente o punk, techno, jazz, Kurt Weill, batida motorik, Bowie, disco e Nico. Compiled 2.0/Full Emotion – reeditado em vinil duplo – é uma preciosidade a (re)descobrir.

18 January 2020

É, sem dúvida, um momento de grande elevação democrática e linguística escutar o candidato pimba/mad a "cumprimentar as muitas milhares de pessoas que..." blá, blá, blá...
Musica Reservata ‎– Music From the Time of Christopher Columbus

"Candidato pop"?... A designação tecnicamente correcta (e premiada!) é "candidato pimba"


... ou, vá lá, "candidato Mad"

17 January 2020

Anna Meredith - Dynamic Sketches FIBS

(ver aqui)

Valya Balkanska - "Izlel ye Delyo Haydutin"
 

"The spacecraft will be encountered and the record played only if there are advanced space-faring civilizations in interstellar space, but the launching of this 'bottle' into the cosmic 'ocean' says something very hopeful about life on this planet" (Carl Sagan)

16 January 2020

... portanto, o primeiro a marchar vai ser o "ideólogo" Pacheco de Amorim, terrorista e bombista do MDLP, de Spínola, e do MIRN, de Kaúlza, não é verdade?

Portugal numa casca de noz (LV)

"Montepio alvo de buscas da Polícia Judiciária" (ou o capítulo mais recente na história da grande coligação nacional de "lojas, aventais, martelos, cruzes, cilícios, apertos de mãos esquisitos" & tudo à volta)

Não era preciso nenhum estudo da Universidade de Glasgow para demonstrar que a bola (cabeçeada, pontapeada ou falada) provoca a demência - basta, num rápido "zapping", passar os olhos pelos infindáveis programas de TV para que não restem dúvidas acerca disso
 
Mais coisa, menos coisa, 
essencialmente, é isto

Yves Klein - Blue Monochrome 1961

"A História de Arte sendo uma história inevitavelmente imersa no cenário mais vasto da História das transformações sociais, políticas, económicas, das revoluções sonhadas, da democracia possível, e das ditaduras que vamos permitindo, é, ao fim e ao cabo, mais uma história de indivíduos que, oriundos indiferentemente das massas ou das elites, constroem entre si cumplicidades de acção e de pensamento, acumulando nesse processo uma inteligência que se vai transmitindo de geração em geração através da poesia ou da literatura, do teatro ou da música, do cinema ou da dança, da arquitectura ou da arte, da filosofia ou da ciência. É neste tesouro acumulado ao longo dos séculos por gentes de muitas geografias, de culturas, religiões e rituais, práticas sociais e políticas diversas, que parece moldar-se aquilo que, à falta de melhor, convencionámos designar por civilização, termo que, por muito precário e discutível que se nos possa afigurar hoje no seu significado e limites, é ainda uma das poucas palavras desejavelmente possíveis. A arte que, apesar de tudo, não é tão velha como a espécie, seguramente continuará a acompanhá-la e, num qualquer dia próximo ou longínquo, virá a perecer com ela. Mas até esse dia, artistas hão-de continuar a nascer e morrer, o pensamento transformar-se-á incessantemente, revoluções hão-de talvez continuar a ser feitas, gerações suceder-se-ão, os jovens serão combativos como sempre foram, a humanidade construirá novos sonhos sobre os escombros de horrores ainda por vir. A arte, essa, será sempre. Até ao último dos dias"

15 January 2020

VINTAGE (DVIII)

Malaria! - Kaltes Klares Wasser


Anthony Holborne - "The Fairie Round/Galliard No. 3" (Early Music Consort of London dir. David Munrow)


"The spacecraft will be encountered and the record played only if there are advanced space-faring civilizations in interstellar space, but the launching of this 'bottle' into the cosmic 'ocean' says something very hopeful about life on this planet" (Carl Sagan)
Trupa Trupa - "Satellite"

14 January 2020



(com a colaboração do correspondente do PdC em Pequim)
Mega Bog - "Wet Moss"

Nacionalismo, coisa sempre peçonhenta, porém, pior ainda em versão trolha

O REINO DESUNIDO


Em Novembro de 2018, 50 anos após a data de publicação original, The Kinks Are The Village Green Preservation Society atingiu, finalmente, o estatuto de Disco de Ouro no Reino Unido por vendas superiores a 100 000 cópias. Lançado em Novembro de 1968, no mesmo dia do White Album dos Beatles, enquanto este, numa semana, despachou 2 milhões de exemplares pelo mundo fora, Village Green não conseguiu sequer meter um pé nas tabelas de vendas, transformando-se no que Ray Davies qualificaria como “the most successful flop of all time”. O êxito tardio, coincidindo com a publicação comemorativa da "Super Deluxe 50th Anniversary Edition" de 11 CD, teve, porém, um catalisador invisível mas decisivo: o desunido reino do Brexit tinha, enfim, chegado ao momento histórico no qual podia apreciar devidamente aquela – meio imaginária, meio real – “Englishness” em vias de extinção que as canções de Ray Davies celebravam, caldo de cultura para todas as peçonhas nacionalistas. 

"Victoria" (todo o álbum aqui)
 
Continham tanto de candura quanto de ironia – como levar a sério “God save little shops, china cups, and virginity”? – mas o lado-B desse mítico paraíso rural-proletário tornar-se-ia gritante no álbum do ano seguinte, Arthur (Or the Decline and Fall of the British Empire) - agora também reeditado noutra "Super Deluxe 50th Anniversary Edition". Porque esta história de um homem vulgar esquecido pelo império era tudo menos idílica: da era vitoriana (“Long ago, life was clean, sex was bad, called obscene, and the rich were so mean”) às bravíssimas forças armadas (“Give the scum a gun and make the bugger fight and be sure to have deserters shot on sight, if he dies we'll send a medal to his wife”) e às pequenas ilusões (“She's bought a hat like Princess Marina's to wear at all her social affairs, she wears it when she's cleaning the windows, she wears it when she's scrubbing the stairs, but you will never see her at Ascot”) dos peões no tabuleiro (“You look like a real human being, but you don't have a mind of your own”), o retrato ferozmente realista emoldurado em requintada pop era assaz deprimente. Em 1969, foi muito mais bem acolhido do que Village Green. Desta vez, não é tão certo.
"Fora com os líderes religiosos!" (de todas as cores, no poder ou fora dele) é uma bela palavra de ordem