30 April 2022

Performance sindical hortofrutícula

(a partir dos 4' 57")
Nunca imaginaria sair em defesa de um Tory (ainda por cima um cobardolas pronto a admitir o seu "erro") - mas o que existirá de tão malignamente criminoso (talvez pior ainda: pecaminoso!) em passar os olhos por sites porno?...
Irão, portanto, jogar à mímica
 
Assim mesmo é que é: a vítima - a pobre Yulia - é mudada de serviço para 'não ser molestada'" e o gabinete (porque, em Setúbal, não existe uma única alma que fale ucraniano e seja fã do Putin) "está a funcionar com dois funcionários que não sabem falar a língua'"
The Delines - "Surfers In Twilight"


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29 April 2022

 
Edit (17:55) - "Jerónimo diz que notícia quer "prejudicar o PCP" - mas seria totalmente desnecessário!... O PCP é mais do que capaz de se prejudicar sem ajuda de ninguém...

 Amélia Muge - Amélias (doc. RTP)

(ver também aqui)

"D. Falcão" (Hélia Correia/A. Muge)
O social-fascismo em toda a sua miserável crueldade

(rever aqui)

28 April 2022

O INÍCIO DO POENTE

 

Os céus estão cheios de fantasmas. Mesmo aqui ao lado, a 2,5 milhões de anos-luz de distância, inúmeras cintilações de Andrómeda que observamos pelo telescópio foram geradas por estrelas há muito extintas na explosiva glória de supernovas. Continuamos a ver o que já não existe tal como, sem nos darmos conta, podemos habitar hoje um mundo que não é mais o de ontem. Como haveremos, então, de olhá-las? A pergunta é-nos dirigida por Tamara Lindeman em How Is It That I Should Look At The Stars. Um ano após ter concluído Ignorance, entre 10 e 12 de Março de 2020, Tamara (aliás, The Weather Station) entrou no estúdio da Canterbury Music Company de Toronto para gravar as “peças do puzzle que faziam falta” a esse álbum. No dia 13, o primeiro ministro do Canadá, em quarentena, anunciava um plano de restrições severas para combater a disseminação do coronavirus. “Entrámos no estúdio pela porta de um mundo e saímos pela de outro”, conta Lindeman à “NBHP”, acrescentando: “Praticamente todas as canções deste álbum são acerca do acto de ver, sobre a percepção e sobre a necessidade de a interrogar”. (daqui; segue para aqui)

Cat Power - "Pa Pa Power"
(Dead Man’s Bones)

27 April 2022

Nota: Transdniester=Transnístria
O ANO DO TIGRE (CLXII)

"Se os gatos pudessem fazer filosofia, se tivessem a capacidade intelectual e o pensamento abstracto que a filosofia requer, provavelmente não estariam interessados. Não precisam dela. Os seres humanos inventaram a filosofia para tentar limitar as próprias ansiedades. Todas as três principais escolas clássicas de filosofia — estoicismo, epicurismo e cepticismo — defenderam explicitamente que o objectivo da filosofia era atingir um estado imperturbável de calma. Nós, humanos, não somos naturalmente felizes, não regressamos ao contentamento, à tranquilidade, como os gatos fazem sempre. Quando não estão a caçar, a acasalar ou a brincar, estão simplesmente a dormir, a comer ou a ver a vida a passar. É essa a sua condição natural. São felizes ao ser o que são, desde que consigam viver a vida para a qual nasceram. Já os seres humanos são invulgares e únicos entre os animais que conhecemos: não são felizes com a própria natureza. (...) Se um gato pudesse ser filósofo, o que faria? Interessar-se-ia pela filosofia? Poderia praticá-la por entretenimento, como brincar com uma bola. Imagino, no fim do livro, dez dicas felinas, não mandamentos. Os gatos nunca escreveriam mandamentos para ninguém. E também não acham que os seres humanos são suficientemente inteligentes para os seguir, certamente. Não espero que os humanos os sigam. (...) O francês Michel de Montaigne, tinha uma gata e escreveu: 'Quando brinco com a minha gata, como sei que não é ela que passa tempo comigo, e não eu que passo tempo com ela?' Montaigne adorava gatos e entendia-os, mas para ele era uma forma de recuperar da má filosofia, uma espécie de antídoto. Se o usasse, então, podia viver de forma natural. Como humanos, não podemos confiar inteiramente na nossa natureza como os gatos fazem, temos de usar alguma arte". (daqui; ver aqui)
Amélia Muge - "Diferente"  
(Wassily Kandinsky/A. Muge)

... and then we take Transnistria (II)
 

24 April 2022

Tudo isto é muito verdade mas não existirá quem, sem meias palavras, seja capaz de perguntar directamente ao PCP: 1) Qual a real natureza das relações do PCP com o Partido Comunista da Federação Russa? 2) Apoia o PCP as posições do PCFR? (não vale responder que o PCP não se intromete nas posições dos "partidos irmãos") 3) Qual a posição do PCP, no âmbito do International Meeting of Communist and Workers' Parties, no que à Ucrânia diz respeito? (tópicos já abordados aqui)
 
 
(sequência daqui) A escolha de Gullick não foi um acaso e, se pudesse escutar, Polly Jean, aprovaria certamente o que dali estava prestes a sair. Tal como, provavelmente, o fariam Dylan e Tom Waits, outras das abertamente reivindicadas divindades presentes na improvisada galeria. Gravado durante dois anos encolhidos para um período útil de três meses em consequência dos altos e baixos pandémicos, Reeling é uma redescoberta da turbulência primordial do rock, músculo, osso e nervo eléctricos, ruidosos disparos de veneno ácido (“My words like bullets through your heart, but I will keep on trying, cause I like to watch you dying”) e o insolente contralto de Lia a abrir crateras (“Everybody thinks I should say sorry, others think I’m the life of the party, I don’t know, I think I’m just horny”).

21 April 2022

Será que a seita social-fascista, fiel aliada do bandido Gennady Zyuganov e soldadinho obediente do novo Komintern, ainda não se apercebeu que não tarda muito irá fazer companhia ao CDS no clube dos partidos ex-parlamentares? (naturalmente, depois alegarão que foi tudo consequência de "campanhas difamatórias")

Edit (22/04/2022) - Chega quase (quase!) a dar pena:
 
(via DT)
TURBULÊNCIA
 

"Reeling" era a terceira faixa – e um dos 6 temas inéditos – de 4-Track Demos, o álbum de maquetas de Rid Of Me (1993) publicado por PJ Harvey em Outubro de 1993 após grande insistência do produtor Steve Albini. Abria, memoravelmente, com as palavras “I wanna bathe in milk, eat grapes, Robert De Niro sit on my face, I can't sleep for thinking, set my head a reeling”. Reeling With PJ Harvey (1994) seria também o título de um video-álbum realizado por Maria Mochnacz, essencialmente dedicado ao registo de um concerto no London Forum, em Maio de 94. É, pois, apenas uma quase inevitabilidade que, no momento em que Reeling, álbum de estreia de The Mysterines – quarteto de Liverpool constituido por Lia Metcalfe (voz e guitarra), George Favager (baixo), Callum Thompson (guitarra) e Paul Crilly (bateria) – vê, finalmente, a luz do dia, a “DIYMagazine” nos faça saber que, numa parede da sala de ensaio da banda, uma foto emoldurada de PJ enquanto jovem (oferecida a Lia como prenda de aniversário pelo fotógrafo Steve Gullick) observa atentamente as operações. (daqui; segue para aqui)

Recordando Marc Ribot, em 2017:

18 April 2022


Neil Hannon 30 Years of 
The Divine Comedy
(ver aqui e aqui)
Sopa de Pedra - "Bate, Bate Meu Tear" (A. Muge)

(ver também aqui)
"A Prenda dos Amantes"

(sequência daqui) O método arquitectural-Martins? “Além da melodia, temos as quatro vozes de um côro clássico (soprano, alto, tenor e baixo/barítono). Dobradas, são sempre oito vozes que estão ali”. Adaptadas e configuradas à medida de cada canção: “O arranque de ‘O Meu Coração Emigrou’ é um acorde-pedal feito por um brinquedo, um pião, que, quando é posto a girar, emite um som, um pouco como o das taças tibetanas. ‘A Prenda dos Amantes’ é o único tema em que a Amélia está sozinha a cantar (ou quase). Electronicamente, criei duas caixas de ritmo e um xilofone. Só no refrão aparece outra voz e o violoncelo da Catarina”. Abandonadas na oficina, à espera de reparação ou do raio-Frankenstein que lhes insuflasse vida feliz, estiveram "D. Falcão" (“Este poema da Hélia Correia é um dos temas mais antigos. Esteve quase para entrar no Taco A Taco. Deixei-o em suspenso porque a melodia nunca me agradou muito, o lado instrumental também não, nunca conseguiu descolar. Retrabalhei a melodia, e introduzi-lhe algumas variações que faziam falta”), "Fica Mais Um Bocadinho" (“Foi composto pelo Michales Loukovikas para as Maria Monda que não chegaram a cantá-lo. É dos temas que mais vai ser transformado ao vivo. Dá muito mais pano para mangas, é um tema em transito”) e "Un Recuerdo" (“Há muito tempo que me apetecia fazer alguma coisa com a poesia da Alfonsina Storni. Seria possível fazer um tango só com vozes? Foi o tema mais difícil. Todas estas sílabas são dificílimas de dizer, quase desisti. Foi preciso abandoná-lo duas ou três vezes...”). E, a deixar portas abertas, há a "Versão Condensada do Nascimento dos Desertos": “Tinha este poema há muito tempo. A música foi já feita completamente dentro do espírito das vozes. É mais outra daquelas sobre as quais, em palco, vou variar imenso. Posso fazer o que quiser porque, sobre esta base, ficará sempre bem”. Ou apenas entreabertas: “Do Múgica – que era uma matriz de caminhos musicais onde estava já tudo que, depois, fui aprofundando - a Amélias, comecei com o nome de família, vou acabar com o nome próprio. Não sei se acaba mesmo ou se fecha apenas um ciclo. Não sei como vou iniciar outro. Se calhar, já não o farei”.

16 April 2022

... e, culminando uma tournée absolutamente desastrosa, a Fatinha do Imaculado Pipi... kaput! (mas não foram os russos, foi o Diabo!!!...)

e siga o baile
"Les Russes sont des brutes. Comme dit le proverbe moscovite, on ne fait pas de borsch sans écraser de betteraves. Alors, ils font la guerre comme des soudards, sans aucun respect pour les règles, pourtant claires, édictées par le droit international. À chaque fois, c’est la même chose, en Tchétchénie, en Syrie, au Donbass, et maintenant dans toute l’Ukraine… À croire qu’ils n’ont jamais entendu parler des conventions de La Haye et de Genève. Non, monsieur Poutine, on ne fait pas la guerre à la va-comme-je-te-massacre: depuis le début du XXe siècle, le grand concert des nations s’est échiné à mettre en place un code guerrier précis, enrichi sans relâche, que chaque belligérant est prié de respecter. Sinon, c’est le bordel et on ne s’entend plus tirer, avec tout le foin que font les associations humanitaires. (...)
 

Bien sûr, il peut se produire des accidents. S’il arrive que, dans le feu de l’action, on blesse ou tue par inadvertance un civil désarmé, il devient un 'dommage collatéral'. Car le droit de la guerre est parfois une affaire de vocabulaire. Ainsi, lors de la première guerre du Golfe, en 1991, il fut beaucoup question de frappes 'chirurgicales' et de bombes 'intelligentes'. Contrairement à la bombe idiote (par exemple, la bombe russe), la bombe intelligente repère scrupuleusement sa cible – strictement militaire, on le rappelle –, toque à la porte, vérifie que toutes les personnes à l’intérieur sont bien des militaires, fait sortir, le cas échéant, les civils désarmés et leur indique la direction du corridor humanitaire, puis, une fois qu’elle est bien certaine que les seules victimes qu’elle fera seront des ennemis répertoriés comme tels, accomplira son sale boulot de bombe, que voulez-vous, il faut bien que quelqu’un le fasse, si vous croyez que ça l’amuse. De tout ce bel édifice de droit, scrupuleusement pensé pour que plus-jamais-ça, les Russes n’ont que faire. Une fois encore, ils s’obstinent à bombarder hôpitaux, bâtiments civils, routes d’exil. À faire la guerre à l’ancienne, celle qui, sans aucune honte, tue les fleurs, les enfants, les grand-mères, et en plus fait monter le prix de l’essence. (Gérard Biard -"Une guerre propre dans un monde juste"; via MnP)

15 April 2022

 

"Meu Coração Emigrou"

(sequência daqui) Mas como surgiu, afinal, a ideia para um álbum no qual, à excepção de José Salgueiro (percussões e fliscorne) e Catarina Anacleto (violoncelo), apenas se escutam a(s) voz(es) de Amélia Muge sobrepostas no mil-folhas sonoro dos arranjos e cenografia electrónica de António José Martins? “Durante a pandemia quando, aparentemente, não era possível fazer nada e a própria disponibilidade mental nos obrigava a estar quase todo o dia frente à televisão a tentar perceber o que se passava. Por outro lado, parecia que a única coisa que tínhamos era a voz, só contactávamos com as outras pessoas através do telefone. Perante isto, pensei que fazer um novo trabalho era quase uma questão de sobrevivência mental. Por outro lado, o que poderia eu fazer que usasse o mínimo de recursos possivel dado que o contacto com outros músicos seria complicado? Claro que ter o António José Martins é logo possuir os recursos de uma central nuclear. Pensei, pois, no Zé mais as vozes de mim. E foi isso que aconteceu. À medida que se foi avançando com o trabalho, mais eu percebi que trabalhar apenas com esta ideia da voz não era um recurso pequeno, era um recurso enorme. Ligado a toda a experiência e a todas as memórias. Não numa atitude de 'antes era tão bonito, eu podia fazer isto, ai agora já não posso', mas como recurso a retirar de uma experiência vivida que nos permite ir um bocadinho mais além. Isso, articulado com o conhecimento que tenho do trabalho de outros músicos como a Laurie Anderson, as Zap Mama ou, mais recentemente, as Cocanha e os San Salvador. Houve sempre muita gente com quem trabalhei ou que ouvi e que iam tendo um bocadinho a ver com a minha própria experiência. Cada um ouve como pode e como sabe. Sabia que podia diversificar a minha voz em matéria de timbres, de alturas, de ressonâncias. Tinha as minhas experiencias com os outros e o conhecimento daqueles com quem nunca trabalhei mas sempre me inspiraram. Uma voz é feita de muitas vozes”. (segue para aqui)

13 April 2022

Hino Nacional da Ucrânia em viola amarantina (Chico Gouveia)

"O Tempo Arrefece"

(sequência daqui) Acerca de "O Tempo Arrefece", António José Martins acrescenta mais uma peça: “Dado o caracter estranho e vagamente fantasmagórico desta canção, pensámos ‘quais os coros cujos ambientes são mais misteriosos?...’ As Vozes Búlgaras! Este arranjo foi feito pensando um pouco que se trataria de Vozes Búlgaras numa geografia completamente diferente. Foi composta originalmente, há bastante tempo, para um cantor lírico que a cantou no Mosteiro dos Jerónimos. Agora, foi preciso esquecer totalmente o arranjo original para orquestra”. E Amélia, recordando, justamente, a colaboração, durante a Expo 98, com as búlgaras do Pirin Folk Ensemble (mas também, noutras circunstâncias, com Elena Ledda e Lucilla Galeazzi e os corais Outra Voz, Cramol, Sopa de Pedra, Segue-me à Capela e Maria Monda), completa: “A minha ideia era ter como referências todas as experiências que fui vivendo com vozes e com coros. A relação com as Vozes Búlgaras era algo que me apetecia perceber como haveria de estar presente neste trabalho. Recusei por completo a ideia de põr-me a cantar como elas. A situação é um pouco a mesma do ‘Chove Muito, Chove Tanto’: tinha uma coisa na memória e procurei construir, a partir daí, associando-lhe a recordação dos fins de tarde na Póvoa de Varzim a ver o voo das gaivotas”. (segue para aqui)

11 April 2022

Longa vida, muito longa a Wolfgang e Helene Beltracchi!

UMA VOZ FEITA DE MUITAS VOZES 

Ainda procurávamos espreitar por entre as palavras (“A noite entrelaça seus riscos de sombra, e luzes no escuro são quase penumbra, são gestos de gestos, no afã do afã, parece um Pollock sonhando a manhã”) quando, como quem pensa alto, Amélia Muge deixa cair “Este disco está um bocadinho entre o canto dos Neanderthal e o HAL 9000 do 2001 Odisseia no Espaço”. Ela (e o co-autor António José Martins) já tinham esclarecido que, para um exercício de audição assistida de Amélias – 12º volume de um percurso iniciado em 1992 com Múgica –, nunca se trataria de “explicar os temas mas de falar acerca das ideias de base sobre as quais foram contruídos”. Largámos, então, o Paleolítico Superior, a "action painting" e Van Gogh, Miró e Chagall com quem já nos havíamos cruzado antes, e, entrando pelo labirinto dentro, a propósito de "Chove Muito, Chove Tanto" (com texto da irmã, Teresa Muge), os contornos tornam-se um pouco mais nítidos: “Este texto da Teresa remeteu-me muito para as minhas memórias de infância. Eu não comecei como os outros meninos. O meu universo musical não foi o do que ‘estava a dar na rádio’ mas o de gente que, em Moçambique, cantava à minha volta.



As minhas primeiras memórias do canto colectivo são, quando tinha cerca de três ou quatro anos, ter ido para um miradouro de Maputo de onde se via um mar fantástico, com as várias amas negras – umas 20 ou 30 – dos vários meninos e onde elas cantavam em lingua ronga e dansavam. É evidente que não me lembro nada do que elas faziam, isto já é uma invenção, uma pura ficção, sobre uma experiência que eu sei que vivi. Quis fazer recuando eu, como personagem, aquele tempo. Até porque, se calhar, as memórias que tenho não correspondem exactamente ao que elas faziam mas aquilo que eu, com aquela idade e sendo de outra cultura, consegui absorver como experiência sonora fortíssima”
. (daqui; segue para aqui)

Laurie Anderson - "Beautiful Red Dress"

09 April 2022

Alina Pash - "Shadows of Forgotten Ancestors"



STREET ART, GRAFFITI & ETC (CCXCV)

Novosibirsk, São Petersburgo, Moscovo, Yekaterinburg, Rússia, 2022

É oficial, a Rússia está descompensada: afirmar que "esconder" a receita do borsch (que, convenhamos, não é nada de gastronomicamente transcendente) é um tenebroso exemplo de "xenofobia, nazismo e extremismo" só pode denunciar que, na Rússia, há já uma perigosa escassez de anti-psicóticos 
 

08 April 2022

Mànran - "Crow Flies"

(daqui; álbum integral aqui)

(ver aqui, aqui e aqui)
STREET ART, GRAFFITI & ETC (CCXCIV)

Swimming Through: Putin the Hague is waiting for you  (Neringa Rekasiute, Berta Tilmantaitė, Rūta Meilutytė, Aurelija Urbonaviciute, Mindaugas Drigotas, Andrius Repšys, Karolis Pilypas Liutkevičius)

07 April 2022

 
(sequência daqui) Desde 1996 – primeiro, com os 12 álbuns dos Richmond Fontaine e, depois, a partir de 2014, com os 3 dos Delines – que ele não faz outra coisa. Mas fá-lo tão assombrosamente bem (nas canções e nos 6 romances que, entretanto, foi publicando) que não desejamos senão que nunca pare. Se, para cenários virtuais, optou, até agora, por hotéis de beira-da estrada (The Imperial, 2019), espeluncas a 28 dólares/noite (The Fitzgerald, 2005), ou avenidas que tanto acolhem papas como prostitutas em horário de trabalho (Colfax, 2014), desta vez é The Sea Drift, cidade minúscula da Gulf Coast onde descobriu “estas histórias à deriva”. Pela voz de Amy Boone – belíssima combinação do melhor de Dusty Springfield e Rickie Lee Jones – comecem, por exemplo, aqui: “There's a half pack of Winstons and an overfilled ashtray, a pint of V.O. that’s nearly put away, and sitting on the TV is a loaded .38, he lights a cigarette and says nothing, just stares out into space”.
Mais outra vez: comparar mentira e embuste
Desinfecção

04 April 2022

HISTÓRIAS À DERIVA
 
 
Sem aviso, somos forçados a ver: “Little Earl is driving down the Gulf Coast, sitting on a pillow so he can see the road, next to him is a twelve pack of beer, three frozen pizzas and two lighters as souvenirs”. Logo a seguir, apercebemo-nos que “Little Earl's brother is bleeding in the backseat, it's been twenty miles and he can't stop crying”. Tal como começou, de súbito, termina: “Little Earl don't know what to do, he's looking for a hospital even though his brother don't want him to, he's starting to panic he's too scared to stop, he's never driven at night and he keeps getting lost”. Willy Vlautin dá poucas explicações mas adianta que procurou “uma tonalidade cinematográfica para a história de dois irmãos que se envolvem num assalto que corre mal a um mini-mercado nos arredores de Port Arthur, no Texas”. E sublinha: “Gosto muito de canções que nos projectam, inesperadamente, no meio de uma cena”. (daqui; segue para aqui)

"It was a controlled shot to the head"


Qualquer coisinha de português (LXXXI)

A inigualável Lenita Zhdanov é de opinião que se deve prestar mais atenção às eleições presidenciais francesas, nomeadamente em relação ao "envolvimento de portugueses em diferentes candidaturas", caso do maravilhoso Geoffrey Carvalhinho, "chauffeur de salle" de Valérie Pécresse, "militant fidèle, fiable et attachant" conhecido pela sua "voix haut perchée", uma espécie de Devin Nunes de (ainda mais) baixo perfil