24 March 2022

MATÉRIA PARA REVER

Vai ter mesmo de ser: fã dos Divine Comedy (ou de Neil Hannon, o que acaba por ser igual) digno desse nome deverá galopar até ao site do Barbican londrino e reservar bilhetes para os cinco dias de concertos, de 31 de Agosto a 4 de Setembro, nos quais a totalidade da discografia da banda (excepto o primeiro álbum, Fanfare For The Comic Muse, 1990, implacavelmente excomungado pelo autor – “Era apenas uma banda indie de guitarras a querer imitar os R.E.M., uma coisa lamentável”, dizia-nos ele em 1996 –, e o último, Office Politics , 2019, por ser “demasiado recente”) será executada, aos pares. Isto é, uma extensa maratona que, iniciando-se em Liberation/Promenade, continuará com Casanova/A Short Album About Love, Fin de Siècle/Regeneration, Absent Friends/Victory For The Comic Muse e chegará, enfim, à meta Bang Goes The Knighthood/Foreverland. Submetidos à designação geral “Venus, Cupid, Folly & Time” – inspirada no quadro homónimo do florentino Agnolo Bronzino, de 1545 –, também título da vitaminadíssima "box-set" de 24 CD que, em 2020, reuniu a integral dos Divine Comedy, serão a concretização do que, há 2 anos, deveria ter sido a celebração do 30º aniversário do grupo: “Por causa da pandemia, foi tudo remarcado para o ano passado e, quando nos aproximávamos da data prevista, compreendemos que teríamos de voltar a fazê-lo. Uma coisa parecida com o que acontece na escola quando, por algum motivo, um teste é adiado e pensamos: ‘Boa, vou ter tempo suficiente para fazer as revisões que não tinha feito’. E continuamos a não as fazer. Portanto, digamos que ainda há muita matéria para rever”. (segue para aqui)

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