Hiperson - "Spring Breeze" (daqui)
31 December 2020
30 December 2020
29 December 2020
28 December 2020
(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 38)
Fiona Apple – Fetch The Bolt Cutters
Bob Dylan – Rough And Rowdy Ways
Stick In The Wheel – Hold Fast
* a ordem é razoavelmente arbitrária...
"Gosto imenso de juntar palavras, mas apenas quando isso me é fácil, quando esse processo parece desenvolver-se por si mesmo. Nunca apago nada e praticamente nunca escrevo. Uma canção tem de estar completa na minha cabeça antes de eu a escrever. E só a escrevo se, de alguma forma, me servir, se me aperceber que, para me sentir melhor, não posso evitar escrevê-la. Se não tenho coisa alguma a transbordar, nada tenho para dar. Preciso de manter a antena sintonizada e, quando me dou conta de que já estou ‘cheia’, então, sento-me e escrevo. Se não tenho vontade de escrever canções, nunca me forço a fazê-lo”, conta Fiona Apple numa videomontagem do YouTube na qual conversa com Quentin Tarantino. E, quando este lhe diz que começou a analisar as canções dela e se apercebeu de que as melhores são aquelas que recorrem a imagens violentas (“Metafóricas, sim, mas, simultaneamente, autênticas. Naquele instante, pensavas mesmo em matá-lo!”), Fiona recorda como a mãe lhe descrevia as suas birras infantis: “Quando, por algum motivo, me irritava, ouviam-se sempre três sons: batia furiosamente com os pés no chão, fechava as portas com estrondo e corria a martelar o piano. Pela sua natureza percussiva, o piano atraía-me muito, tal como muita gente que toca bateria como forma de libertar a raiva”. Tudo isso está intensamente presente em Fetch the Bolt Cutters e, muito em particular, nas três canções desse álbum — "I Want You To Love Me", "Shameika" e "Fetch the Bolt Cutters" — que, em outubro passado, interpretou num vídeo para o New Yorker Festival (online): as mãos como aranhas sobre o teclado, a voz, à beira do sufoco, que gorgoleja à maneira do John Cale do tempo em que lhe corria lava nas veias, o quase rap alucinado e vertiginoso de "Shameika" cuspido sobre um microfone em risco de ser avidamente devorado. Aí apenas com a implacável e austera cumplicidade "live" do contrabaixista Sebastian Steinberg, da baterista Amy Aileen Wood, e do guitarrista/teclista Davíd Garza, mas despida da formidável atmosfera waitsiana de primitivismo sonoro presente no disco, cozinhada nas nada canónicas "jam sessions" (baldes, pedaços de metal, mesas, paredes, utensílios de cozinha, ossadas de cães, arquejos, gritos, latidos) da casa-estúdio de Venice Beach, na Califórnia, lugar de encarceramento voluntário onde Fiona, desde há muito, se exilara. A intolerável existência do (ainda) inquilino da Casa Branca já lhe inspirara o "loop" de agitprop "Tiny Hands" (“We don’t want your tiny hands, anywhere near our underpants”) e o nojo perante a nomeação de Brett Kavanaugh para o Supremo Tribunal de Justiça (“Good mornin’, good mornin’, you raped me in the same bed your daughter was born in”) fá-la-ia transbordar no labiríntico desenho rítmico do coral "For Her". Penúltima canção a ser escrita, "Fetch the Bolt Cutters" deveria ser o sinal para “o culminar de tudo o que tinha sido a minha vida até aí, o momento em que diria: ‘É a altura de enfrentar o mundo e sair daqui para fora.’ E, justamente no instante em que estava disposta a usar o alicate para me desencarcerar, aconteceu o 'lockdown'”. Fiona continuou em casa, mas o álbum seria publicado a 17 de Abril... (daqui)
27 December 2020
26 December 2020
(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 38)
The Rheinghans Sisters – Receiver
It’s Immaterial – House For Sale
* a ordem é razoavelmente arbitrária...
25 December 2020
23 December 2020
Poupadinho e muito frugal porque ouviu dizer que isso rende mais votos
22 December 2020
“Will Oldham (Bonnie ‘Prince’ Billy), é o fantasma, a escuridão, a morte, a perda, as memórias. Kate Stables (This Is The Kit) é a luz, a benignidade, o calor. A soma dos dois é Cabane”, sintetiza o belga Thomas Jean Henri, quando fala acerca do seu álbum Grande Est La Maison. Mas, nesse esforço de síntese, deixa de fora vários outros elementos essenciais dessa “experiência colectiva de geometria variável” tão simples de imaginar que custa a acreditar nunca ninguém ter pensado nela antes: os arranjos de Sean O’Hagan (o futurista de antiquário que já distribuiu cores pelas paletas dos Microdisney, Stereolab e High Llamas) para quarteto de cordas, vibrafone, piano eléctrico Wurlitzer, a episódica "drum machine" de Andy Ramsay (Stereolab), as cinco vozes das Bostgehio e a colaboração nos textos de Caroline Gabard e Sam Genders. (...). (daqui; segue para aqui)
21 December 2020
(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 38)
* a ordem é razoavelmente arbitrária...
20 December 2020
18 December 2020
17 December 2020
16 December 2020
O "Ur-Fascismo" (II)
(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 38)
Brigid Mae Power - Head Above The Water
* a ordem é razoavelmente arbitrária...
15 December 2020
14 December 2020
(iniciando-se, de baixo para cima *, de um total de 38)
* a ordem é razoavelmente arbitrária...
13 December 2020
11 December 2020
Se do que aconteceu antes ( "O senhor ministro da Defesa tem toda a confiança do primeiro-ministro para o exercício das suas funções e exerceu as suas funções como é função do senhor ministro da Defesa") pode prever-se o que acontecerá depois, deverá pensar-se que a afirmação "O primeiro-ministro esclareceu que não costuma falar sobre assuntos internos no exterior mas que desta vez abria uma excepção para dizer que mantém 'total confiança' no ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. 'Foi um ministro que fez o que devia fazer' perante um 'acto bárbaro'” significa apenas que o chefe da charanga sabe perfeitamente o que, por pura decência mínima, será inevitável mas, lealdades tribais "obligent", irá espernear teatralmente até ao fim