31 January 2024

"Global Media: os nomes por detrás do fundo que fez reféns os salários dos trabalhadores" 


"Senhora Minha" (Camões/A. Muge)
 
(sequência daqui) Estamos, pois, perante uma assombrosa terceira vida do fado: após os passos iniciais, em modo "castiço", de tão grande pobreza formal que Fernando Lopes Graça lhe chamaria “o execrando fado, canção incaracterística e bastarda”, depois da transfiguração que Amália, com Alain Oulman (e posteriores e mais actuais discípulos), lhe determinariam, eis agora o processo daquilo a que Lina chama "trazer para o futuro aquilo que nasceu tão simples", agarrada à intemporalidade de Camões e pronta a, sem medo da desconfiança da ortodoxia, aí lhe insuflar uma outra respiração. Na verdade, agradecida até a eventuais manifestações puristas: "Ainda bem que os puristas existem, estão sempre a recordar-nos de como é a base, a raíz. Assim, podemos desconstruir, voltar a construir e colorir de outra forma".

30 January 2024

O mais divertido da história é que esta imagem do filho do Panthera é tão real e verídica como todos os outros milhares que existem dessa personagem de ficção
 
Não se compreende como, lá na estrebaria nazistóide onde ele se acoita (1143, noves fora, nada), aceitam um tipo tão pouco brancoariano, praticamente mouro, sabe-se lá se não mesmo coisa pior...

(não será gesto de grande inteligência táctica 
mas faz imensamente bem ao fígado)

28 January 2024

Como era inteiramente previsível
(com a colaboração do correspondente do PdC em Pequim)
Dvořák - Symphony No 9 From the New World (Orq. Filarmónica de Berlim, dir. Herbert Von Karajan)
"Se De Saudade Morrerei Ou Não"
 
(sequência daqui) De longe, a Norte, Amélia recorda-se como, durante a colaboração que mantiveram, Lina "interrogava-se bastante sobre o que ia fazendo e tudo se centrou em ir propondo mais pistas do que escolhas, ajudar a que ela criasse mais entradas de análise para o que pretendia concretizar. Era importante trazer para o projecto aquilo que ela é: uma voz antiga, profunda". Justin Adams sabia da existência de um género musical designado como fado mas, não sendo, confessadamente, conhecedor profundo, foram-lhe enviadas como TPC gravações de Amália Rodrigues e Carlos Paredes. Não poderia ter corrido melhor: "A primeira vez que estivemos juntos foi em estúdio e, logo no primeiro dia, às primeiras horas da manhã gravámos um tema. Já tínhamos conversado antes mas houve, de facto, uma conexão imediata muito grande". A questão que, então, inevitavelmente, se coloca é a de saber se a estes painéis de melodia e silêncio (como "Senhora Minha", de Amélia), a estes inquietantes jogos de luz e sombra ("Amor é um Fogo Que Arde Sem Se Ver"), ao labirinto sonoro de "Pois Meus Olhos Não Cansam de Chorar" ou ao bilingue "O Que Temo e o Que Desejo" (com o espanhol Rodrigo Cuevas), ainda é legítimo continuar a chamar fado ou é já outra coisa que, partindo do fado se situa noutro território. "É fado. Não sei se são as palavras do Camões que servem o fado ou se é o fado que serve as palavras do Camões. A guitarra portuguesa voltou ao meu caminho e o que eu fiz neste disco foi pegar na lírica de Camões e na estrutura dos fados tradicionais - o fado bailado (que é o 'Estranha Forma de Vida'), o triplicado, o versículo, o esmeraldinha, o alexandrino, do Marceneiro... - mas também fazer um trabalho estrutural sobre quadras, quintilhas, sextilhas, decassílabos". (segue para aqui)

25 January 2024


 Edit (19:15) - ... + consciência (in)tranquila e "desapontada"...

Edit (23:14) - Opá, "MILFs" e "lesbian cougars", na foz do Lizandro?!!!...

Era de começar a investigar à lupa,  
um por um, todos os candidatos do neo-facho

(sequência daqui) Se o álbum gravado com o compositor/produtor catalão Refree era, decididamente, uma obra a quatro mãos, Fado Camões apresenta-se como peça em nome próprio ainda que com um fortíssimo braço direito oferecido por Justin Adams (guitarrista e produtor, personagem da intimidade de Jah Wobble, Tinariwen, Robert Plant, Sinéad O'Connor, Brian Eno e figurões vários da "world music" afro-mediterrânica), a quem se juntaram Pedro Viana (guitarra portuguesa), John Baggott (Massive Attack, Portishead, Robert Plant) e Ianina Khmelik (violino). Aparentando buscar um ponto de equilíbrio entre o abstraccionismo radical de Lina_Raul Refree e uma abordagem mais imediatamente reconhecível do fado - "Não se tratou de olhar para trás mas de trazer aquilo que aprendi e que continua a fazer todo o sentido para mim: os espaços entre a voz e instrumentos, os silencios, a criação de maior lugar para a respiração das palavras, e o trabalho sobre todas aquelas texturas que determinam atitudes diferentes de introspecção. Voltei a beber um bocadinho dessa fonte e de tudo aquilo com que me identifiquei bastante no anterior" -, tudo se centrou, afinal, na delicadíssima tarefa de articular os poemas de Camões com a estrutura dos fados tradicionais. Com o mar Atlântico em frente dos olhos, Lina confessa que "Trazer o Camões para o fado não é propriamente uma coisa fácil. Tive uma enorme ajuda da Amélia Muge que participou no trabalho sobre os textos deste projecto e acreditou que eu seria capaz de levá-lo a bom porto. Foi uma longa jornada até ter conseguido identificar quais os poemas do Camões sobre os quais iria trabalhar musicalmente durante duas semanas em estúdio". (segue para aqui)

22 January 2024

 
Edit (23/01/2024) - ... They live!...
The Mary Wallopers- "Lots Of Little Soldiers"

(No war but class war)

A TERCEIRA VIDA DO FADO 

No que às origens do fado diz respeito, não é demasiado arriscado dizer-se que "no princípio era o verbo": “O fado, nos seus primórdios, representou o último estádio do romanceiro tradicional (...) o qual ao longo dos séculos, foi perdendo o carácter épico inicial e foi-se progressivamente novelizando até versar quase exclusivamente assuntos de carácter amoroso ou trágico-sentimental. (...) Esse fado popular, esse fado das ruas, de faca e alguidar, dos ceguinhos, não é outro senão o substracto novelesco do romanceiro tradicional, e o subsequente manancial das canções narrativas, afinal, o primitivo, o primacial, o originário fado, a fonte, a génese, o tronco primevo do nosso fado”, defende José Alberto Sardinha em A Origem do Fado (2010). Mas - só para citar outro exemplo -, já na 7ª edição (1878) do Dicionário de Morais, se escrevia: "Fado, poema do vulgo, de caracter narrativo, em que se narra uma história real ou imaginária de desenlace triste, ou se descrevem os males, a vida de uma certa classe, como no 'fado do marujo', da 'freira', etc. Música popular, com um ritmo e movimento particular, que se toca ordinariamente na guitarra e que tem por letra os poemas chamados 'fados'". E, agora que - quatro anos depois de, em Lina_Raul Refree, ter praticamente desmaterializado o reportório clássico de Amália - abraça a lírica de Camões, Lina, interogando-nos, segue por caminho próximo: "Quando damos espaço às palavras, elas acabam por fazer mais sentido. Se cantarmos um fado a cappela, isso não é fado? O 'Povo que Lavas no Rio', cantado a cappela, sem instrumentos, alguem poderá dizer que não é fado? Só voz e palavra não é fado? O fado vive da palavra e para eu passar a mensagem que pretendo, preciso de entender essa palavra". (daqui; segue para aqui)

"Desamor"

19 January 2024

Afinal, estamos perante um futuro-ex-monteventura (ou lá o que é)

Quanto tempo até ser expressamente proibida e (caso aconteça) reprimida?
 

"We preach not only action in and for itself, but also action as propaganda. (...) The existing system will be quickest and most radically overthrown by the annihilation of its exponents. Therefore, massacres of the enemies of the people must be set in motion"

Johann Most (1846-1906)

18 January 2024

(sequência daqui) "A música folk é História preservada. Conta a história de uma classe que nunca deteve o poder. Que nunca escreveu os livros. Penso ter sido Frank Harte quem disse: 'Quem tem o poder escreve a História, quem sofre escreve as canções'. Continuar a cantar estas canções é mantermo-nos em contacto com a história das classes trabalhadoras e manifestar-lhes solidariedade no presente", disse também Flynn a "The Thin Air". E isso poderia ser integralmente transposto para abordar CYRM, dos ØXN, colecção de 6 canções maioritariamente sob uma perspectiva feminina e retratando uma espécie de eternas trevas mentais medievais, nas quais a selvajaria exercida sobre mulheres supostamente possuídas por demónios ou outras entidades malignas é regra. Fruto da maravilhosa promiscuidade estética de Dublin, a banda é constituída por Radie Peat (voz dos Lankum), Eleanor Myler (Percolator), Katie Kim e John ‘Spud’ Murphy (produtor dos Lankum). ØXN designa uma variedade de touros castrados usados como bestas de carga na velha Irlanda e CYRM um maligno encantamento feminino. Reforçando a faceta das coincidências significativas, o grupo teve origem no fatídico dia 6 de Janeiro de 2021, quando, ao mesmo tempo que, em Washington DC, uma multidão de bárbaros enfurecidos assaltava o Capitólio, Peat, Kim e Myler celebravam o Nollaig na mBan (Natal das Mulheres irlandês) actuando na mesma torre militar de vigia debruçada sobre o Atlântico onde os Lankum gravaram False Lankum. "Cruel Mother", "The Trees They Do Grow High", e "Love Henry" injectam o soro de misoginia, vingança, perda e assombração de raiz tradicional e "The Wife of Michael Cleary" (de Maija Sofia) e "The Feast" (inspirado pelo romance de Nick Cave, And The Ass Saw The Angel), são a demonstração concreta da linha contínua que une o Mal de todas as épocas. Os 13 arrasadores minutos finais de "Farmer in the City", extraída de Tilt, de Scott Walker (1995), não autorizam espaço nem tempo para que um único soluço possa ocorrer.
 

17 January 2024

A pena deveria ser aplicada por um animal, aproveitando-se a arena do Campo Pequeno para, numa "joint venture" com o Zoo, oferecer uma divertida lição de História do Império Romano

Se parece indispensável exigir aos "partidos de esquerda" aquilo que os "partidos de esquerda" naturalmente deveriam fazer, é porque esses "partidos de esquerda" são certamente de uma "esquerda" duvidosa, indolente e muito pouco "esquerda". 

Leitura recomendada: Breve História Mundial da Esquerda de Shlomo Sand

14 January 2024

"Willie Crotty"
 
(sequência daqui) Foi nas "salas de aula" do Cobblestone ("Vivo ao virar da esquina, por isso, duas ou três vezes por semana passo por lá. Foi ali que forjei a minha identidade musical. Todas as noites podemos escutar diferentes tipos de música. Ao longo dos anos, fui-me aperfeiçoando lá. Tudo sem pagar um cêntimo, aprendendo com os mestres e fazendo bons amigos. O Cobblestone é mais um centro cultural do que um pub. Haverá sempre gente a tocar música tradicional irlandesa mas, se não for assim, nunca se poderá desenvolver um sentido enraizado de comunidade. Se não existe um ponto de encontro, é difícil dar início a qualquer coisa") que a matéria do que viria ser Look Over The Wall See The Sky começou a ser modelada: "Este álbum ocupa-se a explorar a identidade irlandesa e o que ela significa. Faço experiências mas não toco na sua essência. A música irlandesa não precisa de ser refrescada ou modernizada. Não a vou salvar, ela não precisa de ser salva, está de muito boa saúde. Simplesmente, há um muito amplo espectro de formas de a abordar". Tal como já se anunciava em I Would Not Live Always, estão todas presentes em Look Over The Wall See The Sky. Seja em peças enraizadamente irlandesas ou noutras objecto de conversão por afinidade, pelo meio de melodias em dissolução ou em confronto com tempestades de ruído branco, sintetizadores, guitarras, violino, drones, electrónica, flauta, interferências de rádio, e painéis de dissonância electro-acústica, afagam ou esventram "Willie Crotty" (a história de um fora-da-lei do século XVIII, das montanhas de Comeragh), "Mole In The Ground" (exumada da Anthology of American Folk Music, de Harry Smith) ou "The Lag’s Song" (lamento de prisão de Ewan McColl). Sob uma só condição: "Se respeitarmos a música de origem e a essência da canção, temos todo o direito de seguir em busca de uma visão diferente". (segue para aqui)
 
Está já a acontecer em Fátima!!!...

11 January 2024

Já existia a "Casa-Museu" mas nada é demais para o muito que a Peixotal figura merece: o Centro de Interpretação irá, sem dúvida, ajudar-nos a compreender por que motivo ao Alentejo não lhe bastava já ser duramente castigado pela seca
 
 
(sequência daqui) Na verdade, não se trata apenas dele mas de uma comunidade informal de músicos irlandeses de Dublin que tem, até agora, como figuras mais destacadas os Lankum (publicaram, este ano, o belíssimo False Lankum) mas igualmente os nada menores Lisa O’Neill (All Of This Is Chance, acabado de entrar para o cânone em 2023) e, idem aspas, os ØXN, de CYRM. John Francis cresceu a tocar "tin whistle", estudou música na universidade e considerou a hipótese de vir a ser professor. A "pós-graduação", porém, fê-la pelos "pubs" de Stoneybatter e Capel Street, na margem norte do Liffey, mas, sobretudo, no Cobblestone, em Smithfield (anunciado como "A drinking pub with a music problem"). Foi por aí que descobriu as gentes dos Lankum e afins, deu corda aos Skipper’s Alley e, em 2021, por ocasião da campanha contra o extermínio do Cobblestone às mãos dos tubarões do imobiliário, as várias pontas de um problema começaram a tornar-se evidentes: "Quando as coisas ficam hiper-globalizadas, as habitações são devastadas pelos grandes negócios, é impossível pagar uma casa na nossa própria cidade, e nos descobrimos à deriva num mar de 'branding' empresarial, temos de nos dedicar realmente às raizes culturais. Começamos a interrogar-nos de onde somos e o que isso significa e é muito fácil agarrarmo-nos à nossa identidade: basta cantar uma canção ou escutá-la". Mais ou menos o mesmo que, há um par de anos, Radie Peat, dos Lankum, no "Irish Independent", perguntava: "Desejamos realmente uma cidade onde tudo é propriedade da mesma gente, só existem Lidls e Aldis e as lojas de esquina desapareceram?" (segue para aqui)

08 January 2024

Arnaldo Trindade, fundador da editora Orfeu (1934 - 2024)

HISTÓRIA PRESERVADA

Na manhã do passado 30 de Novembro, quando a notícia da morte de Shane MacGowan foi difundida, John Francis Flynn viajara de Dublin para Belfast e regressara após receber uma cópia de vinil recém-prensada do seu segundo álbum, Look Over The Wall See The Sky. Quase profeticamente, entre as oito canções que o compunham, encontravam-se "Kitty", último tema de Red Roses For Me (álbum de estreia dos Pogues, 1984) - MacGowan confessara tê-la aprendido da mãe que, em criança, a escutara cantada à lareira nos campos de Tipperary - e "Dirty Old Town", de Ewan MacColl (do segundo, Rum Sodomy & The Lash, também dos Pogues, 1985). "Há anos, ouvi uma versão de 'Kitty' num concerto dos Pogues", contou Flynn ao "Irish Examiner". "A forma como ele interpretava cada canção era espantosa mas essa em particular agarrou-me logo. É curioso que tenha sido necessário alguém como Shane MacGowan para salvar estas canções. 'Kitty' é, talvez, uma daquelas que poderiam ter-se perdido se Shane não a tivesse gravado". De agora em diante, poderá vir a dizer-se coisa muito semelhante acerca do trajecto musical que Flynn iniciou em 2021 com o extraordinário, I Would Not Live Always. (segue para aqui)


The Pogues - "Kitty"

Edit (13:08) - ... mas a obra recente já o projectava para altíssimos voos...

07 January 2024

06 January 2024

Será possível alguma vez levar a sério conversa de tolinhos da aldeia sobre o Diabo e os gambozinos?
... e, já agora, com o "dar nota de" (para não voltar a falar da maldição das frases começadas pelo infinitivo do verbo & horrores afins)

05 January 2024

"The Down Below"
 
(sequência daqui) Ao quarto álbum, após os óptimos Choose Your Own Adventure (2016), The Age of Immunology (2019) e Ookii Gekkou (2021), os Vanishing Twin - agora, a formidável Valentina Magaletti (percussões), Susumu Mukai (multi-instrumentista, electrónica ) e Cathy Lucas (voz e guitarra) - já não são tanto os delfins dos Stereolab e/ou Broadast mas sim uma poderosa central de difusão de singularidades visionárias (escutem "Brain Weather", "Marbles", "Lotus Eater", "Lazy Garden"). À "The Quietus", Magaletti explica-se: "Dadaístas ou surrealistas, são esses os artistas que dão corpo à nossa estética. É essencial gostar do que fazemos e nunca o fazer por obrigação. Desejamos sempre ver o que se esconde por trás da moldura". Em menos palavras: "A realidade, lá fora, está cheia de coisas interessantes".

2023 - REEDIÇÕES
 
 
 
   
  
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 

 
 
 
 
Assim sendo, não deixa muito mais hipóteses do que um final "à Ceausescu"

02 January 2024

SINGULARIDADES VISIONÁRIAS
Em 1848, procurando identificar o que "distinguia a época burguesa de todas as anteriores", Marx e Engels, no Manifesto Comunista, escreviam: "Todas as relações fixas e enferrujadas, com a sua série de antigos e veneráveis preconceitos e opiniões, são varridas, e todas as novas formações tornam-se antiquadas antes de poderem consolidar-se. Tudo o que é sólido se dissolve no ar, tudo o que é sagrado é profanado". 125 anos depois, em "Melty", faixa de abertura de Afternoon X, após uma introdução feita de um ostinato de duas notas que borbulham à superfície de um caldo sonoro electrónico onde a sombra de um vibrafone flutua, a voz de Cathy Lucas, harmonicamente triplicada, entoa "All that is solid melts into air". Cinco passos à frente, nos mais de oito minutos de "The Down Below", deambulamos por um labirinto de "lounge" desfiguradamente "latino", dissonâncias febris, cornucópias em estado de liquefação, e segredos conspirativamente soprados (“Revelation! Revelation! It’s all a revelation!”, “America! America!”) no planisfério estropiado de um território imaginário. (daqui; segue para aqui)
 
"Melty"
A Winter Union - "Minstrels" 
 (W. Wordsworth)