"Senhora Minha" (Camões/A. Muge)
(sequência daqui) Estamos, pois, perante uma assombrosa terceira vida do fado: após os passos iniciais, em modo "castiço", de tão grande pobreza formal que Fernando Lopes Graça lhe chamaria “o execrando fado, canção incaracterística e bastarda”, depois da transfiguração que Amália, com Alain Oulman (e posteriores e mais actuais discípulos), lhe determinariam, eis agora o processo daquilo a que Lina chama "trazer para o futuro aquilo que nasceu tão simples", agarrada à intemporalidade de Camões e pronta a, sem medo da desconfiança da ortodoxia, aí lhe insuflar uma outra respiração. Na verdade, agradecida até a eventuais manifestações puristas: "Ainda bem que os puristas existem, estão sempre a recordar-nos de como é a base, a raíz. Assim, podemos desconstruir, voltar a construir e colorir de outra forma".
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