30 April 2015

Todo o apoio ao movimento 
"Cavaca para presidenta!" * (XIV
(uma poetisa em Belém)



* como antes aconteceu com o C.A.L.A. e o M.A.C.A.
O vice com orelhas de burro







Diz que este palhaço racista
é professor universitário
 

(ver aqui + uma curta biografia)

29 April 2015

A JOKE A DAY KEEPS THE DOCTOR AWAY (XXI)

É tipo a cláusula-Clinton: 
 
(só um bocadinho mais a sério: e como se averigua a veracidade das respostas? e o "coito anal" - expressão maravilhosa - entre homens e mulheres heterossexuais mas badalhocamente promíscuos? e o coito como deusnossenhor manda entre homens e mulheres heterossexuais mas badalhocamente promíscuos? e - única qustão que importa - todo o sangue doado não é submetido a análise?...)
STREET ART, GRAFFITI & ETC (CLVI)

Lisboa, Portugal, 2015

Radicais livres (XII)






(+ aqui)
Ainda vão a tempo
 

28 April 2015

HONRAR O MARQUÊS


Caso exemplar de articulação da teoria com a prática, A Filosofia na Alcova, do Marquês de Sade, nos sete “diálogos” que compõem a obra, combina, de forma pedagogicamente avançada, a dissertação filosófica com a entusiástica aplicação imediata dos preceitos expostos. É no quinto capítulo desse processo de ilustração moral, política e religiosa da (por muito pouco tempo) virginal Eugénie que o Chevalier de Mirval – um dos três diligentes educadores da donzela ávida de conhecimento – se lança numa extensa e empolgada diatribe contra a religião, a monarquia e a virtude, e a favor de uma transgressiva amoralidade exuberantemente libertina que inclui tudo quanto (como, ainda hoje, ensina o sábio César das Neves) não seria suposto pensar-se, proclamar-se e, muito menos, exercer-se. Tem como título “Français, encore un effort si vous voulez être républicains” o qual, às mãos do Situacionista René Vienet, já havia sido submetido ao obrigatório "détournement" sob a forma do filme de 1977, Chinois, Encore Un Effort Pour Être Revolutionnaires, exercício de agit-prop maoísta invertida.



Em versão abreviada – Encore Un Effort – é, agora, o nome no bilhete de identidade do último álbum dos Milky Wimpshake, maravilhosas e obscuríssimas criaturas (apesar de uns bons vinte anos de árduo labor materializado em meia dúzia de CD e miudezas avulsas) de Newcastle, aliás, Pete Dale e cúmplices vários, com actividade paralela na já falecida micro-indie, Slampt Underground Organisation. De acordo com a "job description", confeccionam “love songs for punk rockers and protest tunes”, nunca esconderam a devoção por Phil Ochs, em banho "no nonsense" de Buzzcocks, Billy Bragg e Orange Juice, nem por uma certa anarco-delinquência suave (“Let me tell you that I take stuff from work, I take books and pens and machinery, no, I'm not ashamed of my thievery ‘cos I'm just taking back what was stolen from me”). No mais puro francês "geordie", "Le Revolution Politique" é capaz de derreter empedernidos corações direitistas (o dueto vocal com Sophie Evans, nesta e noutras faixas, é decisivo) e, entre outras, o hino à guerra de classes, "Coming Soon", bem como a explícita "Heterosexuality Is A Construct", nunca ofenderiam a memória de Donatien Alphonse François.
... e o Mestre... fica-se???!!!...


24 April 2015

Food For Thought (XXI)





+ aqui
Todo o apoio ao movimento 
"Cavaca para presidenta!" * (XII
(uma poetisa em Belém)


* como antes aconteceu com o C.A.L.A. e o M.A.C.A.
The Cramps - "Human Fly"

Não há "impeachment" para isto?
Portugal numa casca de noz (XXIII)

(daqui)

23 April 2015

Será mesmoestupidez?
Augie "Mad Dog" Straight Edge SS

"Ninguém tem que tirar a gravata, ninguém tem que vir de mota, ninguém tem que vir de capacete, ninguém tem que pegar na mulher ao colo a beber vinho branco em frente à Acrópole. É possível todos de gravata, todos sem capacete, com as mulheres a fazerem o que entenderem, ninguém a ver a Acrópole" (Augie "Mad Dog" SS, em versão straight edge)

Minor Threat - "Straight Edge"


Contar até 1000 para evitar as inúmeras e justíssimas respostas ordinárias que isto tanto merecia (o treino prévio ajuda)
Sonic Youth - Live in Germany 1996


O 44 deve estar eufórico, já começava a cair no esquecimento

22 April 2015

UNIVERSO PERPENDICULAR 


A catedral de Winchester, no Hampshire (dedicada a St. Swithun, grande especialista do muito apreciado milagre rural da reconstituição de cestas de ovos partidos), teve origem num velho mosteiro do século VII mas a sua estrutura e configuração definitivas – possui a nave mais longa e o maior comprimento total de qualquer catedral gótica da Europa – só cerca de 1528 seriam atingidas, descontando reparações e ampliações menores posteriores. Kate Stables agarra-se à História e argumenta que “a grande arte precisa de tempo: Winchester, o lugar onde nasci, costuma ser definido como uma cidade medieval romano-saxónica. A catedral começou a ser construída há mais de mil anos e, desde então, têm continuado a trabalhar nela”. O intuito é, afinal, justificar o motivo pelo qual This Is The Kit, banda surgida em 2006, só agora publica o terceiro álbum, Bashed Out, e apresentar atenuantes para o facto de os anteriores (Krulle Bol, 2008, e Wriggle Out the Restless, 2012) terem passado praticamente indetectados pela maioria dos radares. 



Tenha sido ou não importante o grande escultor de Yourcenar, realmente decisivo foi o apadrinhamento de Aaron Dessner, dos National, na qualidade de produtor, que, para Bashed Out, além da geometria mais ou menos variável dos TITK – Stables, compositora, voz, banjo e guitarra; Jesse D Vernon, baixo, guitarra e violino; Jamie Whitby-Coles, bateria; Rozi Plain, voz e guitarra –, cuidou de recorrer a doadores sonoros oriundos dos Walkmen e Beirut, e ao irmão, Bryce. A presença dos gémeos Dessner e acólitos poderá, sem dúvida, contribuir para a sensação de estarmos perante o que, num universo perpendicular, seria um (óptimo) álbum dos National em declive folk: tela impressionista atravessada por rastos líquidos de guitarra, delicados remoinhos de joalharia electroacústica, estojos de sopros e cordas resguardando melodias astrais, algo como uma tapeçaria de lullabies lunares em fio de seda, murmúrio de fundo para a aproximação de silenciosas tempestades (“we’ve been getting most mightily filthy, mud marks up to our necks”). Ou, então, se calhar, apenas o eco distante de uma Sandy Denny wittgensteiniana que, do fundo da ábside de uma catedral, fosse capaz de clarissimamente enunciar “blessed are those who see and are silent”.

The Tweet Of God (IX)

VINTAGE (CCXLIV)

Delta 5

"Mind Your Own Business"

"Anticipation"
Radicais livres (XI)


20 April 2015

Todo o apoio ao movimento 
"Cavaca para presidenta!" * (XI
(uma poetisa em Belém)


* como antes aconteceu com o C.A.L.A. e o M.A.C.A.


... e a vitória é de Rosa Luxemburgo que esmaga Antonio Gramsci por 1,560 contra 769!

Diz o PS de Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires que é aquela cena blakeana do universo num grão de areia, maila história do Nelso (que a madrinha queria que fosse Sandro Felício mas a mãe que era fã do anão beato não deixou)

Depois não digam que não foram avisados (VII)

Sempre, sempre a descer

18 April 2015

STREET ART, GRAFFITI & ETC (CLV)

Lisboa, Portugal, 2014/2015




"Como é que meia dúzia de pessoas sem qualquer carreira, saber académico, experiência de vida, trato do mundo, podem mandar nalguns casos mais do que um Primeiro-ministro ou um Presidente da República, ao deterem o controlo dos partidos? A resposta é: meteram muitas 'cunhas' e prestaram muitos serviços numa fase da vida, e facilitaram muitas 'cunhas' noutra. São espertos e hábeis. Conhecem-se entre si e sabem melhor do que ninguém as regras do jogo. Uns sofisticaram-se, outros não, mas há 'espaço' para todos. Mas o seu efeito na vida pública é baixar os níveis de qualidade, estiolar a competição política, controlar o seu território com mão de ferro, e gerar à sua volta um círculo de iguais. E pôr em risco a democracia" (JPP)
Depois não digam que não foram avisados (VI)

("Expresso")

16 April 2015

Há alguma justiça poética no facto de os directores do FMI terminarem a carreira indo de cana
Do uso prático da religião


"O universo, na tradição judaico-cristã, é concebido como um Livro escrito, feito de números e letras; a chave para compreender o universo reside na nossa capacidade para ler estes números e letras adequadamente e conseguir o domínio das suas combinações, aprendendo, assim, a dar forma a alguma parte desse texto colossal, numa imitação do nosso criador. (Segundo uma lenda do século IV, os eruditos talmúdicos Hanani e Hoshaiah estudavam o Sefer Yetzirah uma vez por semana e, através da combinação acertada das letras, criavam um vitelo de três anos que comiam ao jantar)" (Uma História da Leitura, Alberto Manguel)
This Is The Kit - "Two Wooden Spoons"


Radicais livres (X)


Laura Marling - "Short Movie"

15 April 2015

Poderosa e Descontrolada: A Troika
(investigação de Harald Schumann)

Portugal numa casca de noz (XXII)

BRAVA ELEGÂNCIA


Um dia destes, ainda teremos de prestar a devida homenagem a Sir Charles William Somerset Marling, 5º baronete de Marling: se já lhe devíamos o facto de ter sido ele, mal a filha, Laura, tinha completado 6 anos, a ensinar-lhe o essencial da técnica da guitarra acústica na bucólica atmosfera de Eversley, no Hampshire, agora, caso os tempos fossem outros, poderia ser considerado responsável por um novo momento-Dylan-Judas. Sim, a Laura dos vários Petrarcas da suposta "nu folk scene" londrina de há pouco menos de dez anos, (ou)viu a luz de uma guitarra eléctrica e a culpa disso deverá ser atribuída, outra vez, a Sir Charles que entendeu oferecer-lhe uma Gibson 335 vermelha, neta eventual da Lucille, de BB King. Na realidade, nem a "nu folk" era fundamentalistamente folk (ou, sequer, especialmente folk...) nem poderá dizer-se que Short Movie determine algum tipo de corte radical com a discografia anterior de Laura Marling.



Tudo decorreu, afinal, de, após a publicação de Once I Was An Eagle (2013), Dame Laura, Btss, aos 23 anos, ter atravessado uma precocíssima "midlife crisis" que a conduziu a vaguear pelos EUA, conviver com criaturas perigosamente hippie/new age, sobreviver ao temível Hurricane Sandy, em Nova Iorque, e – tal como já acontecera com Annie Clarck/St. Vincent no último álbum – a desenvolver um preocupante interesse pela obra do cineasta/guru chileno, Alejandro Jodorowsky. Adicione-se a este último ingrediente o do potencialmente explosivo George Gurdjieff, gabiru místico/esotérico da primeira metade do século passado, e teremos "Gurdjieff's Daughter", lista de recomendações do género “Never give orders, just to be obeyed” que, soando a um improvável encontro de Suzanne Vega com os Dire Straits... é surpreendentemente boa. Bem mais electricamente cortantes são "False Hope", "Don’t Let Me Bring You Down" e "Short Movie" – aqui e ali, recordando a PJ Harvey menos recente – mas, em tudo o que sobra, nunca se afasta demasiado da belíssima matriz da Marling descendente (desejavelmente) oblíqua de Joni Mitchell, em moldura folk/bluesy, na qual palavras como “I can’t be your horse anymore, you’re not the warrior I’ve been looking for” assentam com a brava elegância de uma declaração de guerra.