O EIXO SOMBRIO DO MUNDO
Em Superstars: Andy Warhol e os Velvet Underground (Assírio & Alvim, 1992) – extenso dossier incluindo entrevista quadripartida e dicionário sobre os VU, publicado por “Les Inrockuptibles” aquando da reunião histórica da banda para a abertura da exposição Andy Warhol System, Pub, Pop Rock, a 15 de Junho de 1990, na Fundação Cartier, em Paris – John Cale, por entre um desfile de memórias agridoces, aqui e ali, vai deixando cair uma ou outra confissão que ajudam a iluminar melhor o percurso dele e da banda. Por exemplo, logo a abrir, ele que, enquanto jovem, tocara com a National Youth Orchestra do País de Gales, estudara no Goldsmiths College, de Londres, aproximara-se de John Cage, do Fluxus e do Theatre Of Eternal Music de La Monte Young, dispara: “Não existe qualquer futilidade no rock’n’roll. Na vanguarda, sim. O rock’n’roll é demasiado urgente para ser fútil e é isso que ele tem de fantástico”. Tudo começara quando, aos 15 anos, num cinema de Gales, assistiu a Rock Around The Clock. Para ele que, até ali, “imaginara o rock’n’roll como algo semelhante à música de Stravinsky”, o choque fora tremendo: “Fiquei terrivelmente confuso: queria mesmo dedicar-me à música de vanguarda ou atirar-me ao rock’n’roll?”, conta ele, agora, ao “New York Times”. (daqui; segue para aqui)
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