"Love Sick"
(sequência daqui) Não sem conflitos, cenas de fúria fumegantes e equívocos – “Ele andava à procura de canções que me definissem como pessoa mas aquilo que faço em estúdio não me define enquanto pessoa” –, em 1989, Oh Mercy ressuscitaria o Dylan sobrenatural por que o universo aguardava e levá-lo-ia a escrever “Fiquei com uma admiração absoluta pelo que Lanois realizou. Voltaríamos a encontrar-nos dez anos depois e retomaríamos no ponto onde tínhamos ficado”. Na realidade, foram apenas precisos oito anos até que ambos se voltassem a encontrar para a gravação de Time Out Of Mind, o álbum que confirmaria Bob Dylan como definitivamente regressado ao número dos (muito) vivos. Os prémios e consagrações choveram mas alguém não ficaria inteiramente feliz com o resultado final. Dylan havia passado a Lanois uma série de álbuns clássicos de Charley Patton, Little Walter, Little Willie John e Arthur Alexander que ele deveria tomar como pontos de referência na busca da sonoridade assombrada e minimalista que pretendia mas, concluida a gravação, tal como, em 2001, confiaria à “Rolling Stone”, sentir-se-ia “extremamente frustrado” – “Não consegui incluir nenhuma das canções com andamento mais vivo que pretendia. Não fui capaz de dar às canções a dimensão que mereciam se tivesse tido a força de vontade para o fazer. Deixei-me ir atrás dos acontecimentos. Os ritmos eram demasiado semelhantes, sempre à volta daquela atmosfera vudu que o Daniel favorece”. (segue para aqui)
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