31 March 2022
Juízes, juízas, putas, cornos, mentirosos, drogas, gravidezes, armas & muitas outras amabilidades afins (ou façamos figas para que, num tribunal, nunca nos calhem pela frente espécimes deste calibre)
30 March 2022
29 March 2022
28 March 2022
27 March 2022
26 March 2022
25 March 2022
24 March 2022
MATÉRIA PARA REVER
Vai ter mesmo de ser: fã dos Divine Comedy (ou de Neil Hannon, o que acaba por ser igual) digno desse nome deverá galopar até ao site do Barbican londrino e reservar bilhetes para os cinco dias de concertos, de 31 de Agosto a 4 de Setembro, nos quais a totalidade da discografia da banda (excepto o primeiro álbum, Fanfare For The Comic Muse, 1990, implacavelmente excomungado pelo autor – “Era apenas uma banda indie de guitarras a querer imitar os R.E.M., uma coisa lamentável”, dizia-nos ele em 1996 –, e o último, Office Politics , 2019, por ser “demasiado recente”) será executada, aos pares. Isto é, uma extensa maratona que, iniciando-se em Liberation/Promenade, continuará com Casanova/A Short Album About Love, Fin de Siècle/Regeneration, Absent Friends/Victory For The Comic Muse e chegará, enfim, à meta Bang Goes The Knighthood/Foreverland. Submetidos à designação geral “Venus, Cupid, Folly & Time” – inspirada no quadro homónimo do florentino Agnolo Bronzino, de 1545 –, também título da vitaminadíssima "box-set" de 24 CD que, em 2020, reuniu a integral dos Divine Comedy, serão a concretização do que, há 2 anos, deveria ter sido a celebração do 30º aniversário do grupo: “Por causa da pandemia, foi tudo remarcado para o ano passado e, quando nos aproximávamos da data prevista, compreendemos que teríamos de voltar a fazê-lo. Uma coisa parecida com o que acontece na escola quando, por algum motivo, um teste é adiado e pensamos: ‘Boa, vou ter tempo suficiente para fazer as revisões que não tinha feito’. E continuamos a não as fazer. Portanto, digamos que ainda há muita matéria para rever”. (segue para aqui)
23 March 2022
22 March 2022
20 March 2022
19 March 2022
18 March 2022
17 March 2022
16 March 2022
DESMANTELAR A CAIXA
No Outono de 2020, acabado de publicar Hey Clockface, Elvis Costello contava-nos como, no início desse ano, perante os primeiros sinais de alarme pandémico, “as pessoas começaram a deixar de aparecer nos concertos” e compreendera “que estava na altura de cancelar tudo e voltar para o Canadá para ir ter com a minha família antes que fechassem as fronteiras”. E rematava: “Ali estava eu, na ilha de Vancouver, a olhar para aquele imenso mar e a tentar perceber onde tudo isto iria parar...” Como viria a descobrir-se, a perplexidade não iria durar muito: “Temos de escolher entre rendermo-nos e escrever baladas pálidas e melancólicas acerca do isolamento ou abrir a pontapé um buraco na caixa onde nos encerraram”, confessa ele, agora, à “Uncut”. A dita caixa haveria de ser, literalmente, desmantelada: não apenas publicaria Hey Clockface mas também La Face de Pendule À Coucou (EP de "remixes" e versões francesas de Clockface com Iggy Pop, Isabelle Adjani, Tshegue e AJUQ), um luxuoso "boxset deluxe" de Armed Forces (1979), Spanish Model (uma peculiar reconfiguração de This Years’s Model (1978), em castelhano, interpretado por cantores espanhóis e latino-americanos sobre o registo instrumental original dos Attractions) e, por fim, The Boy Named If – ou, em versão oficiosa, The Boy Named If (And Other Children’s Stories) –, o 32º álbum de estúdio de uma prolífica discografia. (segue para aqui)