14 February 2021

(sequência daqui) Para o produzir, escolheram o catalão Raül Refree, o mesmo que, temperado nas colaborações com Lee Ranaldo (Sonic Youth), Josh Rouse, Sílvia Pérez Cruz e Rosalia, no ano passado, ao lado de Lina, reimaginou o fado como nunca antes o ouvíramos. Aqui, sem cerimónias, vira do avesso estes “cants polifonics a dançar” (“rondèus” gascões, “sauts” e “branles” do Béarn, “borrèias” de Rouergue, “escòtishas”, mazurkas, e valsas), como quem, em idioma occitano – exuberantemente reescrito, retalhado, inventado –, fantasia um micro-mistério das vozes búlgaras, vergastadas por "tambourins à cordes" e percussões corporais, em intrincada roda livre. Uma espécie de detalhado minimalismo vocal-instrumental avassalador, banda sonora para o que, de agora em diante, ficará obrigatoriamente conhecido como o País das Cocanha. (segue para aqui)

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