19 May 2021

 
(sequência daqui) Após dois óptimos EP de aquecimento, New Long Leg revela por inteiro a personagem de uma bibliotecária arquivista da banalidade quotidiana, operando sobre a realidade como o faria uma tesoura dadaísta a partir de matéria-prima-Beckett, em neutro registo "sprechgesang" a escorregar para "spoken-word", algo como um "morphing" vocal de Kim Gordon e Laurie Anderson. Ela diz "I've come here to make a ceramic shoe, and I've come to smash what you made, I've come to learn how to mingle, I've come to learn how to dance, I've come to join the knitting circle" e o trio masculino – comandado na sombra pelo ubíquo John Parish – oferece-lhe uma moldura de enérgico pós-punk, pele, osso e nervo. Ela pergunta “Would you choose a dentist with a messy back garden like that? I don’t think so” e Dowse quase inventa uma melodia. Em menos palavras: “Do everything and feel nothing”.

13 comments:

Anonymous said...

Boa lavadaria.
Gostei.

João Lisboa said...

Óptima lavandaria.

Anonymous said...

É preferível "lavadaria". Já o disse Leite de Vasconcelos. Aliás, diz-se lavadeira e não lavandeira, não é?
No óptima não podia concordar mais.

João Lisboa said...

https://dicionario.priberam.org/lavanderia

https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/lavandaria

... fiquei na dúvida... o que é uma coisa boa.


Anonymous said...

Para me esclarecer, costumo usar "Dicionário de Erros Frequentes da Língua" e "Por Amor à Língua" de Manuel Monteiro e "Em Português, se Faz Favor" de Helder Guégués.

João Lisboa said...

Tomo nota. Obrigado.

Anonymous said...

Manuel Monteiro, mais purista, mais normativo; Helder Guégués, mais aberto à mudança.

João Lisboa said...

Continuando a tomar notas.

Anonymous said...

À óptima música que tenho conhecido e apreciado graças a si, tenho de contrapor qualquer coisa como moeda de troca.

Daniel Ferreira said...

Já que está a tomar notas, acrescente dois dicionários de dificuldades da língua portuguesa: o de Rodrigo de Sá Nogueira e o de Vasco Botelho de Amaral. Apesar de antigos, são (com um grande avanço) os mais citados dicionários neste campo. A eles recorrem frequentemente os autores referidos anteriormente e todos os restantes. E eu, que não sou autor de porra nenhuma.

Daniel Ferreira said...

«Manuel Monteiro, mais purista, mais normativo; Helder Guégués, mais aberto à mudança.»

Ainda bem que não incluiu o do Marco Neves, totalmente aberto (às vezes de forma particularmente obscena -- no pun intended) à mudança.

Daniel Ferreira said...

E para terminar: lavandaria, lavanderia ou lavadaria (de acordo com o Houaïss; o de José Pedro Machado falha neste termo).

João Lisboa said...

Tenho TPC para umas semanas. :-)