07 January 2025

"Gato Que Brincas Na Rua" (F. Pessoa)
 
(sequência daqui) Mas, desta vez, o modus operandi de Amelia para abordar o tema dos pequenos tigres de salão alterou-se: "Não foi como nos outros. Comecei a trabalhar aquele tema, houve leituras, e a busca de ideias que me ajudassem a criar uma narrativa. Inclusivamente, o facto de eu ter percebido o intenso lado emocional vivido pelas pessoas que gostam deles e os têm, levou-me também a canalizar o meu interesse para uma escrita mais diversificada: não pensar só nos adultos mas também nos mais pequenos e poder ter nesse espaço de escrita um campo mais alargado". Estava Amélia naquela hesitação de "vou fazer alguma coisa/não vou/se fizer é só um livro", quando teve uma conversa com André Santos (guitarrista, Melech Mechaya) que foi, nesse momento, decisiva: "Ele insistiu e convenceu-me que não teria nenhum sentido não fazer um trabalho também musical. Como eu já tinha dois temas - 'Gato Que Brincas Na Rua', do Fernando Pessoa, e a 'Maria Gata' que tinha escrito para a Mariana Abrunheira, a partir daí, dei uma espreitadela para o mundo dos escritores para tentar descobrir o que os gatos tinham trazido â escrita e fiquei, de facto, espantada: há imensos escritores que reconheceram essa divindade de diversas formas, umas mais explícitas, outras menos, e em ambientes muito diversos". (segue)

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