"Flea"
(sequência daqui) Claro que St. Vincent não só não ignora como voluntariamente admite que, no seu processo de permanente reinvenção, o exemplo de Bowie foi determinante: "Sempre que gravamos um disco, estamos a subir a fasquia. Olho para os meus heróis e penso: será que o meu trabalho está à altura do deles? Tenho a minha matemática interior para avaliar o que penso ser excelente e o que não é suficientemente bom. Essas fasquias estão constantemente a elevar-se. Quem são esses heróis? É óbvio, Bowie, em termos de inúmeras coisas... como, por exemplo, ser um daqueles artistas capazes de publicar um dos seus álbuns mais absolutamente geniais pouco antes de morrer!" confessou à "Uncut". Não precisou, porém, de multiplicar as assinaturas para que, ao longo dos 6 álbuns anteriores, as diversas personagens emergissem claras e distintas: da (autoclassificada) "Pollyana assexual" de Marry Me (2007) e Actor (2009) à "cult leader" de St. Vincent (2014), à “dominatrix num asilo de loucos” de Masseduction (2017) ou à "besta grotesca" prosteticamente desfigurada de Love This Giant, o álbum que gravou a meias com David Byrne, em 2012. No anterior Daddy's Home (2021), no entanto, em "The Melting Of The Sun", aludindo cripticamente a Joni Mitchell, Tori Amos e Nina Simone, já se interrogava: "Saint Joni ain't no phony (...) Brave Tori told her story (...) Proud Nina got subpoenaed, singing 'Mississippi good goddamn', but me, I never cried, to tell the truth, I lied". (segue para aqui)
2 comments:
Luv ya!
E no Strange Mercy? Uma naughty girl com crise de identidade? :-D
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