"Mão Na Mão"
(sequência daqui) Do mesmo lado da barricada, Ana Lua Caiano, reconhece a afinidade com intrépidos profanadores da sacrossanta tradição como os já vetustos Gaiteiros de Lisboa e sua contemporânea descendência, em cruzamento de genes com os Deolinda, os bravíssimos Cara de Espelho: "A articulação de vozes e instrumentos dos Gaiteiros que, às vezes, chega a apoximar-se do rap, é extraordinária e os Cara de Espelho são um projecto muito entusiasmante que, de alguma forma acaba por nos inspirar também". Mesmo correndo o risco de, antes de desfrutar plenamente do presente, se pretender enxergar ansiosamente o futuro, é praticamente invevitável perguntar a Ana Lua se faz alguma ideia do horizonte para onde a música que faz se encaminhará ou se se tratará apenas de um muito natural desdobramento do que até aqui chegou. Aguardemos, então: "Como nunca parei de compor diariamente, será necessariamente um desdobramento. Haverá certamente diferenças mas que só deverão decorrer de um processo natural, mas não muito racional - quando componho não consigo ser muito analítica. Mas se, porventura, ensaiasse outro tipo de estratégias, isso nunca poderia ser nada forçado".
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