(sequência daqui) Pode dizer-se que a concepção, gravação e, agora, a apresentação de The Feminine Divine constituiu um processo de terapia?
Acho que sim, é verdade. Mas, ao mesmo tempo, quando pomos alma e coração numa coisa em que estamos muito empenhados e a lançamos para o mundo, não podemos deixar de nos sentir muito vulneráveis.
A mudança do nome da banda - de Dexys Midnight Runners para apenas Dexys - significa um desejo de corte com o passado?
Não! Essa modificação do nome deixa claro que continuamos a ser nós. Em Inglaterra, toda a gente sempre se referiu a nós como Dexys. Não é nada de novo. O que sublinha é o facto de não pretendermos ser uma "revival band". Não temos a pretensão de sernos como em 80, 82 ou 85, é impossível. Não podemos recriar ou voltar a viver no passado. Não nos envergonhamos do nosso passado mas, hoje, é preciso fazer coisas diferentes. Pense no Bob Dylan: não pretendo comparar-me com ele mas ele, hoje, não pode voltar a escrever "Blowin' In The Wind" ou "Sad Eyed Lady Of The Lowlands". Precisa de fazer algo que seja diferente e relevante.
Não fez ele outra coisa ao longo de toda a carreira!... Mas o que, desde o início até agora, diria que permanece constante na música dos Dexys?
Não sei. E não me parece que isso seja coisa para eu fazer. Esse é o seu trabalho. (segue para aqui)
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