(sequência daqui) Mas não tem nenhuma noção acerca disso?
Tudo o que faço é intuitivo. O que fiz nos anos 80 era intuitivo. Agora, continua a ser. Não analiso muito aquilo que faço. Se me ocorre uma ideia, agarro-a e trabalho sobre ela. E não penso demasiado nisso.
Mas, por exemplo, enquanto trabalhava para este álbum, nunca se apercebeu de nenhuma relação com a sua música anterior ou com a de outros músicos?
Imagino que possa reflectir algumas influências de Marvin Gaye ou de Barry White... mas nunca é intencional. São coisas que podem aparecer à superfície. E não vejo nenhuma relação entre o nosso passado e agora. A verdade é que isso me desinteressa por completo. Não me dá prazer nenhum olhar para trás. Na segunda parte do concerto interpretamos algumas das canções antigas mas reinterpretamos-las de acordo com a forma como agora as encaramos. Aliás, comparar os primeiros álbuns dos Dexys com este último é como tentar comparar Taxi Driver com The Irishman (ambos filmes de Martin Scorsese, de 1976 e 2019). É impossível compará-los. São completamente diferentes. A minha forma de ver as coisas mudou tremendamente desde o primeiro álbum. Nem sequer me recordo de quem era o tipo que escreveu aquelas canções. Nem sequer era real. Nem se conhecia a si próprio. (segue para aqui)
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