(sequência daqui) Que fizeram, pois, no celeiro, Young, Talbot, Molina e Lofgren? Naturalmente, aquilo que três moços de 70 e tal anos e um recém-chegado ao clube (Lofgren), com muitos quilómetros de música, se ainda se mantêm não apenas fisiologicamente vivos, costumam fazer: tocaram, inventaram canções em tempo real e, sob a orientação de um crente na (traiçoeira) filosofia “first thought, best thought”, guardaram umas, esqueceram outras e fizeram sabe-se lá o quê às restantes. Como, à “Rolling Stone”, Young explicou o método, “Eu só escrevi as letras. Não me sentei com a guitarra e cantei as canções. Tinha as letras dispersas por uma quantidade de autocolantes que, para não me perder, tive de ir numerando. Às vezes, escrevo tão depressa que é fácil perder-me. Posso cantar um verso e ir entoando uma melodia mas não volto a fazê-lo até começar a gravar com a banda. Imeditamente antes, mostro-lhes a sequência de acordes e deixo-os tocar por uns minutos. Então, começamos. Nesse primeiro encontro com a música estamos a descobrir tudo – se funciona, se não funciona. Pelo caminho, podemos ir improvisando, uma vez que não temos nenhum percurso a seguir obrigatoriamente. Não há nenhuma regra, nada. Não é por alguma coisa ter resultado bem noutra altura que iremos, agora, repeti-la. Coisas dessas, neste método não acontecem”. É um clássico de Neil Young com os Crazy Horse como Rust Never Sleeps (1979), Ragged Glory (1990) ou Weld (1991)? Não, muito longe disso. Mas é um daqueles discos acerca dos quais apetece dizer “O que eu não dava para ter passado uns dias naquele celeiro...”
24 January 2022
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2 comments:
“O que eu não dava para ter dias daquele celeiro...”
Um invejoso poderia antes dizer " o que eu não daria para ter uma fortuna como a de Neil Young..."
As estrelas rock vivem e comem à custa do capitalismo. No entanto as letras das suas músicas reflectem os problemas das classes mais baixas.
Não são consequentes, vivem na contradição.
Dexter Morgan
Em frente pelo Movimento dos Rockers Franciscanos!
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