27 January 2021

(sequência daqui) A participação [de Kate Stables] na gravação de I Am Easy To Find (2019), dos National, e, na posterior digressão poderão igualmente ter tido algo a ver com esse processo: “Durante a digressão tive a sensação de estar envolvida num projecto de investigação. Foi um privilégio poder escutar todas as noites a interpretação daquelas canções, ouvir atentamente as palavras e compreender como abordavam a música. Ainda não estou certa de já ter sido capaz de digerir tudo quanto absorvi naqueles concertos. Preciso de ouvir outras opiniões, os meus ouvidos ainda estão demasiado presos a este álbum para o poder apreciar com objectividade”. A “The National connection” é, aliás, antiga: “Conheci o Bryce Dessner quando ele vivia em Paris. Eu tinha 17 anos e ele era amigo da minha irmã. Alguns anos depois, o irmão, Aaron, ouviu a minha música e acabou por produzir o Bashed Out (2015). Temos já uma longa relação de amizade. Recentemente, o Bryce voltou a viver em Paris – a mulher dele, Mina Tindle, é francesa – e foi nessa altura que, em 2019, me convidou para cantar no álbum deles, I Am Easy To Find. Um outro aspecto particularmente evidente em Off Off On é uma vincada aproximação a tonalidades jazz. Estará a ocorrer uma tentativa de diversificar a paleta sonora? Volta a rir-se: “Gostava de lhe poder responder que sim porque isso significaria que tinha reflectido um bocadinho sobre esse assunto. Na verdade, foi apenas um acidente. Há uma série de músicos com quem adoro trabalhar. Um deles é um saxofonista italiano, Lorenzo Prati. Tínhamos um dia para trabalhar em estúdio com sopros e ele apareceu. Se é ao Jesse Vernon que se deve essa especial inclinação nos arranjos, foi o Lorenzo que a aprofundou. No final, também enviámos as gravações para o Adam Schatz que vive em Nova Iorque, um músico de jazz incrível e também explorador de sonoridades electrónicas. Mas, na realidade, nunca houve plano nenhum, tratou-se apenas da contribuição dos diversos músicos”. (para aqui)

No comments: