"Nestes tempos em que tudo se 'globaliza', sentimo-nos perturbados pelo que, estando longe de nós, afinal parece imiscuir-se no nosso quotidiano, baralhando evidências e certezas. Por exemplo, que está em jogo quando, dos EUA, surge uma petição contra a exposição de um quadro de Balthus (Thérèse Dreaming, 1938) nos salões do Metropolitan Museum of Art?(...) Em muitos circuitos de (des)informação, deixou de ter qualquer relevo o facto de haver uma história humana das imagens, das grutas de Lascaux às piscinas de David Hockney, passando pelos auto-retratos de Rembrandt — as imagens apenas existem em função dos efeitos 'perniciosos' que alguém lhes possa atribuir. (...)" (S + V)