Esclarecendo melhor
"O Nóvoa saltou para a frigideira e começou a ser frito; nada de mais. Começando o Nóvoa a falar de ética e demais coisas que povoam um pais civilizado a que quer presidir, é natural que lhe saltem ao caminho uns mastins e uns canitos a lembrar coisas. Obrigado ao rafeiro do Taborda da Gama, seja lá ele quem for. Este acréscimo do Marcelo no retrato do grupo não altera em nada o que já foi dito, esteja certo, ou errado. Cá esperamos o Marcelo, quando ele próprio se candidatar, para o confrontarmos sobre as suas próprias decisões. Aliás, achar pertinente tal informação para defesa do Nóvoa, não abona nada em favor do seu caráter. Não foi certamente por o Marcelo fazer parte do júri que o Nóvoa perdeu capacidade de intervenção, se não a estatutária, pelo menos a ética, ou a coisa é pior do que penso. Mas não é necessário conhecer o meio, para se saber que tal dissidência pública entre júri e presidente seria protocolarmente tão grave e inédito como a quebra da ordem das precedências numa procissão de catedráticos. Diz a Isabel Moreira que o Nóvoa se terá sentido incomodado. Ora, parabéns à prima. A menos que lhe tenha dado um surto psicótico, não me impressiona nada. De vez em quando, celebramos heróis que pelas suas atitudes perdem lugares, são exilados, ficam com dificuldades económicas, etc. O Estado Novo está cheio desses exemplos no ensino universitário, por exemplo. Do Nóvoa, parece ser suficiente celebrarmos o facto de o mesmo se ter sentido incomodado, algo que passa com um alka seltzer" (da caixa de comentários do VB)
5 comments:
Depois do regresso ao passado https://www.facebook.com/PauloPenalx/posts/10205000321100194 e http://expresso.sapo.pt/marcelo-desmente-saldanha-sanches=f110200 o mistério adensa-se http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=4505010
"O Expresso contactou o presidente do júri e reitor da Universidade de Lisboa, António Nóvoa, que não quis fazer qualquer comentário"
Devia estar ainda "incomodado".
Já agora, para equilibrar as coisas, a crónica de Vasco Pulido Valente, sobre o famoso Nóvoa :
«Marcelo Rebelo de Sousa, que vive desde bebé na intriga política portuguesa, deu a única explicação compreensível da presuntiva candidatura de um cavalheiro desconhecido, António Sampaio da Nóvoa, à Presidência da República.
Segundo Marcelo, o sr. Sampaio da Nóvoa é bem-visto pelo PC (porque participou numa homenagem a Cunhal), é bem-visto pelo Bloco (a quem várias vezes passou a mão pelo pêlo) e é bem-visto pelo PS (sobretudo da facção radical, que Soares continua a influenciar, agora com a ajuda de Manuel Alegre). Estas privilegiadas cabeças da política indígena acham que o sr. Sampaio da Nóvoa ajudaria Costa na campanha para as legislativas trazendo ao aprisco do PS algum voto da franja da esquerda lunática; e que a seguir conseguiria ser eleito por uma nova espécie de “frente popular”.
Há um pequeno problema nisto: a maioria dos portugueses não sabe quem seja o sr. Sampaio da Nóvoa. Uma dúzia de patetas mais fervorosos até pensam que esse pequeno facto seria favorável ao regime periclitante que nos pastoreia. Vindo do nada, o sr. Sampaio da Nóvoa nada deve aos partidos e, por isso mesmo, representaria a pureza do povo contra a imunda partidocracia que roubou Portugal aos seus legítimos proprietários. Claro que ninguém ainda observou que para se alçar a Belém qualquer candidato precisa do apoio dos partidos e, portanto, de se comprometer com eles de corpo e alma. O sonho de independência total, além da sua intrínseca má-fé, costuma anunciar uma ditadura populista ou nacionalista e não a boa cozinha democrática. O dr. Salazar, outro exemplar do género, chegou de Coimbra numa manhã de nevoeiro e ficou quase meio século.
De resto, o sr. Sampaio da Nóvoa, à sua maneira, anuncia o fim da ordem democrática que nasceu em 25 de Novembro de 1975. Nunca antes uma personagem do regime (e muito menos uma dúzia de “senadores”) nos tinha sugerido que votássemos numa criatura que não existe. O sr. Sampaio da Nóvoa, aos 60 anos, não pode apresentar um único acto político de consequência. Teoricamente, é igual votar nele ou votar num boneco fabricado pelos partidos, excepto que o boneco talvez fosse mais modesto e mais consciente do seu embaraçoso estatuto. Só um país sem espécie de vergonha levaria esta fantochada a sério.»
O caramelo está no top 5 de uma esfera da bloga portuguesa que não tem nome: os comentários dele são melhores que blogues inteiros. Já uma vez lhe perguntei pelo blogue (que não terá) e parece-me que navega melhor assim, levando lufadas de ar fresco onde quer e lhe apetece.
Desconhecia a existência do "caramelo".
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