A propósito do arrazoado, recordemos algumas coisinhas interessantes, de há 4 e 5 anos, sobre o Instituto Superior de "Ciências" Educativas e o seu insigne ex-docente, Pedro Passos Coelho (o que, aparentemente, continua a ser um "selling point"...)
20 September 2014
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2 comments:
Neste momento, a realidade - trágica - é esta: só com um exame de acesso (comecemos por aqui) à carreira docente se pode perceber a gravidade do problema (conheço o caso de uma professora do 1.º ciclo, professora de quadro made in Piaget, que escreveu num recado aos pupilos: "cumprem-o" e "não vão haver aulas"). Vamos até à realidade com um exemplo: um licenciado de uma universidade pública (daquelas a sério), com uma boa nota de curso e uma boa avaliação no estágio. Reúne as condições e concorre. Fica no fim da lista. Não é colocado por concurso. Quem consegue colocação? Pessoas com mais de 10 anos de serviço. Não é hipérbole. Quem tem menos do que isso já está a desistir, a aceitar a ideia (terrível) de que "não há lugar". E não haverá nos próximos longos anos. O ministro pediu desculpa devido à trapalhada nos cálculos da BCE (uma bolsa de contratação para escolas com autonomia). Foi bonito e, de facto, parece que as contas estavam mal feitas. Mas ouviu-se e leu-se, na argumentação de muitos docentes, que a injustiça estava também nisto: professores menos graduados no lugar de outros mais graduados. Como a Maria de Lurdes disse uma vez (nisto tinha carradas de razão), o principal problema que enfrentamos quando se discute a avaliação dos professores é este: os professores só aceitam ser avaliados pela graduação. Se uma escola com autonomia (neste momento são cerca de 30%) decidir adoptar como critério de selecção as habilitações académicas ou outro critério objetivo, que possa colocar um menos graduado em vantagem, chovem protestos. No fundo, a autonomia das escolas serve para quê? Se a escola não é autónoma a ponto de poder escolher os seus docentes, então que se lixe a autonomia. O argumento, claro está, é concluído com a questão das cunhas: se a escola escolhe, escolhe A ou B porque lhe apetece. E não saímos disto.
Pois. Mas, como se pode confirmar através dos links, o diagnóstico está feito há muito. Só falta a terapia. Cirúrgica invasiva.
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