"Sócrates, protestando o seu desinteresse pela vida pública e as suas novas tendências para a filosofia, com a convicção de um adolescente analfabeto, só pensa em abrir o caminho para um memorável ajuste de contas. Uma entrevista justificatória na RTP, um programa de 'opinião' também na RTP e, agora, o lançamento de um 'livro', para inaugurar um estatuto de 'intelectual', a que nem sequer faltou Mário Soares, Lula da Silva e uma assistência de 'notáveis', seleccionados por convite. O supracitado 'livro', absolutamente desnecessário, é de facto uma prova escolar (uma 'tese' de mestrado), sem uma ideia original ou sombra de perspicácia, que assenta na larga citação e paráfrase de – vá lá, sejamos generosos – 30 livros, que se usam pelo Ocidente inteiro, e em algumas fantasias francesas (Sciences Po oblige). O extraordinário não é que Sócrates se leve a sério, o extraordinário é que o levem a sério. Mas claro que o 'lançamento' não foi de um 'livro'." (Vasco Pulido Valente no "Público" de hoje, na íntegra aqui)
25 October 2013
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