03 November 2010

NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA, SIGAMOS OS SEUS MELHORES
EXEMPLOS ENRIQUECENDO O LÉXICO POLÍTICO E PARLAMENTAR


















Respondendo ao angustiado desabafo do inefável presidente Cavaco, aqui se apresenta uma singela proposta para o enriquecimento vocabular da classe política. As sugestões foram recolhidas nas páginas 203 e 204 de O Poder E O Povo (3ª edição, 1999), de Vasco Pulido Valente, e datam dos primeiros anos da República.

Assim, um adversário político poderá ser variadamente classificado como "sapo asqueroso e nojento", "rufia", "pavão farfalhudo", "insuficiente", "tiranete de farsa", "soba de sertão", "alma pequenina", "tlim das flores", "maluquinho de Arroios", "rei da madureza", "grande marau", "velho gaiteiro", "tubarão de comprida dentuça e grandes barbatanas", "sardanápulo", "pato mudo", "peçonhento" ou "cérebro dessorado".

Para melhor o caracterizar, alegar-se-á que "tira borriés do nariz, não lava os pés e manifesta uma decidida aversão a banheiras e sabonete", que é possuidor de uma "personalidade grotescamente estúpida", senhor de "mesquinha cupidez" e "vaidade senil", vícios decorrentes da "reles patologia nervosa do seu fraco espírito" o que o conduz a socorrer-se de "métodos tão repugnantes que até os jesuítas os desconheciam". Tudo, enfim, características de gente "irascível e selvagem", "megalómana e paranóica", "estadistas de pacotilha", "cataventos" e "tretas".

Ficam disponíveis para imediata utilização da totalidade do espectro político. A bem da Nação.

(2010)

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