23 April 2010

SOMAR 2 + 2, SFF



Há cerca de um ano (08.05.09) o director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Jorge Torgal, "alertava" para que, se houvesse uma epidemia da gripe A em Portugal, poderiam registar-se "dois a três milhões de infectados e 75 mil mortos". No mesmo dia, era revelado que, no Inverno de 2008-2009, a gripe sazonal "provocou mais 1961 mortes do que seria normal neste período (...) as estimativas apontam para um número médio de 1773 óbitos, por época gripal". Nada disto - no início ou no fim da da "saison" de gripe 2008-2009 - abriu telejornais ou foi objecto de megacampanhas de terrorismo mediático. Mas, como pelo "alerta" de Jorge Torgal se adivinhava, havia já uma em curso: "the great H1N1 Swindle".

Hoje, um ano depois de terem sido conhecidos os primeiros casos de gripe A no México, "foram confirmadas 17.798 mortes no mundo [a média anual de óbitos por gripe sazonal é de 250 000 a 500 000] e 121 pessoas morreram em Portugal". Mas, aparentemente, na opinião da subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, e de Filipe Froes, pneumologista e consultor da Direcção-Geral da Saúde, as coisas não correram bem: "na Suécia, a taxa de vacinação andou pelos 60 por cento (...) Portugal ficou-se pelos cinco por cento de cobertura vacinal". Mesmo assim, sem esta cobertura, "teriam morrido duas a três vezes mais pessoas". Ora, no "worst case scenario", 121 x 3 = 363... um bocadinho abaixo dos 75.000 previstos (para não falar dos "habituais" 1773), não ?... Os "culpados" do "insucesso", no entanto, são fáceis de identificar: "Com os media convencionais (jornais, TV, rádio) até correu bem, mas onde circularam as notícias mais estranhas, sobre as vacinas, foi em blogues anónimos, no YouTube, Facebook, Twitter".



Este blog não-anónimo faz questão de reproduzir os últimos parágrafos do artigo do "Público": "O fornecimento de vacinas contra a gripe A tem ajudado no aumento das receitas de alguns dos maiores laboratórios. Entre Janeiro e Março deste ano, os lucros do grupo suíço Novartis cresceram 49 por cento e as vendas 25 por cento, para mais de 2200 milhões de euros - 300 milhões de euros acima do previsto pela farmacêutica. Mais de 826 milhões de euros deveram-se às vacinas contra o H1N1. A GlaxoSmithKline, que forneceu a vacina a Portugal, foi outro dos laboratórios que mais lucraram com a venda de novos produtos contra a gripe. Só entre Outubro e Dezembro de 2009 forneceu 130 milhões de doses de vacinas para o H1N1. No ano passado, as vendas desta vacina traduziram-se num ganho acrescido de 1020 milhões de euros para as receitas do grupo britânico, para além de quase 832 milhões com o anti-viral Relenza". E já nos começam a "alertar" que, em 2010-2011, é que pode ser mesmo terrível...

(2010)

7 comments:

Hugo said...

meu caro não sabes o que dizes. não queres pica não levas pica. de resto, não teorizes sobre a coisa.

João Lisboa said...

Teorizar? Factos e números. Apenas. E "não sabes o que dizes", como argumento, é catita.

Táxi Pluvioso said...

Ó eu adoro números, pode-se fazer o que se quiser com eles, provar uma coisa e o seu contrário, são fantásticos.

João Lisboa said...

Mazóconcerteza.

Unknown said...

É de tal forma tão bem engendrada esta falácia monumental da Gripe A e das vacinas que nem um George Orwell ou um Aldous Huxley se lembrariam.

João Lisboa said...

Por acaso, até está cheia de buracos evidentes por todos os lados. E - tendo rendido uns valentes aéreos por via da complacência/cumplicidade dos governos - até não foi o avassalador êxito de marketing junto do povo vacinável. Culpa "dos blogs", claro, que "os media convencionais" até foram amiguinhos...

João Lisboa said...

(comentário - meu - mais mal escritinho e cheio de "atés"!... o próximo será melhor)