SOMAR 2 + 2, SFF
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Há cerca de um ano (08.05.09) o director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Jorge Torgal, "alertava" para que, se houvesse uma epidemia da gripe A em Portugal, poderiam registar-se "dois a três milhões de infectados e 75 mil mortos". No mesmo dia, era revelado que, no Inverno de 2008-2009, a gripe sazonal "provocou mais 1961 mortes do que seria normal neste período (...) as estimativas apontam para um número médio de 1773 óbitos, por época gripal". Nada disto - no início ou no fim da da "saison" de gripe 2008-2009 - abriu telejornais ou foi objecto de megacampanhas de terrorismo mediático. Mas, como pelo "alerta" de Jorge Torgal se adivinhava, havia já uma em curso: "the great H1N1 Swindle".
Hoje, um ano depois de terem sido conhecidos os primeiros casos de gripe A no México, "foram confirmadas 17.798 mortes no mundo [a média anual de óbitos por gripe sazonal é de 250 000 a 500 000] e 121 pessoas morreram em Portugal". Mas, aparentemente, na opinião da subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, e de Filipe Froes, pneumologista e consultor da Direcção-Geral da Saúde, as coisas não correram bem: "na Suécia, a taxa de vacinação andou pelos 60 por cento (...) Portugal ficou-se pelos cinco por cento de cobertura vacinal". Mesmo assim, sem esta cobertura, "teriam morrido duas a três vezes mais pessoas". Ora, no "worst case scenario", 121 x 3 = 363... um bocadinho abaixo dos 75.000 previstos (para não falar dos "habituais" 1773), não ?... Os "culpados" do "insucesso", no entanto, são fáceis de identificar: "Com os media convencionais (jornais, TV, rádio) até correu bem, mas onde circularam as notícias mais estranhas, sobre as vacinas, foi em blogues anónimos, no YouTube, Facebook, Twitter".
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Este blog não-anónimo faz questão de reproduzir os últimos parágrafos do artigo do "Público": "O fornecimento de vacinas contra a gripe A tem ajudado no aumento das receitas de alguns dos maiores laboratórios. Entre Janeiro e Março deste ano, os lucros do grupo suíço Novartis cresceram 49 por cento e as vendas 25 por cento, para mais de 2200 milhões de euros - 300 milhões de euros acima do previsto pela farmacêutica. Mais de 826 milhões de euros deveram-se às vacinas contra o H1N1. A GlaxoSmithKline, que forneceu a vacina a Portugal, foi outro dos laboratórios que mais lucraram com a venda de novos produtos contra a gripe. Só entre Outubro e Dezembro de 2009 forneceu 130 milhões de doses de vacinas para o H1N1. No ano passado, as vendas desta vacina traduziram-se num ganho acrescido de 1020 milhões de euros para as receitas do grupo britânico, para além de quase 832 milhões com o anti-viral Relenza". E já nos começam a "alertar" que, em 2010-2011, é que pode ser mesmo terrível...
(2010)
7 comments:
meu caro não sabes o que dizes. não queres pica não levas pica. de resto, não teorizes sobre a coisa.
Teorizar? Factos e números. Apenas. E "não sabes o que dizes", como argumento, é catita.
Ó eu adoro números, pode-se fazer o que se quiser com eles, provar uma coisa e o seu contrário, são fantásticos.
Mazóconcerteza.
É de tal forma tão bem engendrada esta falácia monumental da Gripe A e das vacinas que nem um George Orwell ou um Aldous Huxley se lembrariam.
Por acaso, até está cheia de buracos evidentes por todos os lados. E - tendo rendido uns valentes aéreos por via da complacência/cumplicidade dos governos - até não foi o avassalador êxito de marketing junto do povo vacinável. Culpa "dos blogs", claro, que "os media convencionais" até foram amiguinhos...
(comentário - meu - mais mal escritinho e cheio de "atés"!... o próximo será melhor)
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