INTRINCADO LABIRINTO
Tenham medo. Tenham muito medo. Laurie Anderson é exactamente o tipo de pessoa que, involuntariamente, quase sem se aperceber disso, actua como veículo de antecipação do futuro. Aquilo que, antigamente, se designava como profeta. Em 1981, no primeiro álbum Big Science, incluia 'O Superman', inviamente inspirada na ópera "Le Cid", de Jules Massenet, na qual, em gélido registo vocal, mecanicamente entoava: “Well, you don't know me, but I know you, and I've got a message to give to you: here come the planes, they're American planes, made in America (…) And the voice said: neither snow nor rain nor gloom of night shall stay these couriers from the swift completion of their appointed rounds”. Dez anos depois, uma semana e um dia após o atentado da Al Qaeda ao World Trade Center, Laurie Anderson actuaria no Town Hall de Nova Iorque. Durante a interpretação de peças como "Strange Angels" (“Big changes are coming, here they come, here they come”), "Let X=X" ("I feel like I am in a burning building... I gotta go"), e, sobretudo, "O Superman'", na própria gravação (Live At Town Hall, New York City, September 19-20, 2001) era palpável a tensa atmosfera glacial que se instalara. (daqui; segue para aqui)
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