18 October 2023

"Por mais cruéis que os ataques do Hamas possam ser, e são-no de facto, eles não fazem mais nada do que continuar a lógica de guerra israelita: a guerra civil, a guerra contra civis, a guerra contra os palestinianos como cidadãos sem direitos e como povo sem existência ou em sub-existência. É condenável o ataque do Hamas, como são condenáveis todas as formas de violência que Israel tem exercido incessantemente. O cinismo ocidental está precisamente aí: condenar o Hamas por fazer aquilo que Israel não cessa de fazer. Ora, isto não significa legitimar a acção do Hamas, significa situá-la no contexto de uma guerra que fez da vida civil uma vida nua — para tomar de empréstimo o conceito cunhado por Giorgio Agamben —, uma vida sem direitos reduzida ao limiar da subsistência e que está sempre perante a possibilidade de ser tomada enquanto objecto da violência militar, vida exposta à morte. Um Estado que lança herbicida sobre as colheitas de um outro 'território', um Estado que mata sumariamente, ao arrepio de qualquer legalidade, crianças, mulheres, jornalistas, é um Estado que mobiliza tácticas de terror, é um Estado terrorista. Terrorismo de Estado não deixa de ser terrorismo. E é isso que a 'comunidade internacional' prefere não ver, tem pudor em aceitar" (daqui; + aqui)

3 comments:

Anonymous said...

O contexto é que nunca quiseram ter ISRAEL como vizinho. Foi desde sempre indesejável. ISRAEL é forçada pelos inimigos que a querem esmagar a combatê-los. A teoria dos Dois Estados é para adormecer meninos, enquanto o HAMMAS e o IRÃO não serem vergados.
Em ISRAEL existe pluripartidarismo, as pessoas não são presas por terem ideias diferentes dos que governam, existem manifestações, liberdade informativa, associativa, etc ONDE É QUE EXISTEM ESTAS CARACTERÍSTICAS DE VIDA EM SOCIEDADE nos países ou movimentos que querem acabar com ISRAEL ?

João Lisboa said...

"nunca quiseram ter ISRAEL como vizinho"

Nunca quiseram ter Israel como invasor colonial.

Miguel said...

Anonymous,

Ao contrário do que sugere, o direito a uma vida digna e em segurança para todas as pessoa não depende do regime político vigente na sociedade onde vive. Assassinar um palestino é um crime tão grande como assassinar um israelita. Não há nenhuma diferença. Não se identificam cidadãos com o Estado. Isso não se faz.