07 July 2023

 
(sequência daqui) Outra memória de Dorset que lhe ficou agarrada à pele foi o dialecto local, essa antiquíssima descendência saxónica, variante do Old English, quase totalmente dizimada no século XX em consequência da chegada do caminho de ferro mas ainda vestigial nalgumas aldeias e, em particular, no vale de Blackmore, cenário de Tess of the d'Urbervilles, de Thomas Hardy. Foi nesse universo vocal de "h" ausentes e "r" farpados que Polly Jean, durante oito anos, foi escrevendo Orlam, um poema narrativo em variante britânica do realismo mágico, sob o olhar atento do poeta e amgo escocês, Don Paterson: "Era muito claro que a Polly estava determinada a escrever no seu dialecto nativo. Encorajei-a a fazê-lo sem hesitar. Leu todos os livros de William Barnes, o grande poeta da West Country, bem como o seu dicionário do dialecto de Dorset. Devorou aquilo tudo. Acabou por escrever Orlam que é, na realidade, a primeira obra escrita no dialecto de Dorset desde há um século. No fundo, é apenas mais uma parcela de um movimento geral através do Reino Unido. Podemos observar as mais variadas formas de celebrar a nossa dupla herança. Imensa gente escreve tanto em inglês-padrão como nos seus dialectos locais". (segue para aqui)

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