31 March 2023


 
(sequência daqui) Poderá, sem dúvida, permanecer. Ninguém venha, contudo, iludido com a expectativa de que aqui será possível voltar aos grandes picos musicais de Boy (1980), Achtung Baby (1991) ou Zooropa (1993). Como, a propósito de All That You Can't Leave Behind (2008), Simon Reynolds escrevia, “É impossível imaginar que podemos voltar a ser virgens”. E, por muito que se procure reconfigurar os estentóricos hinos de estádio sob a forma de delicadas baladas, quase "lullabyes", instrumentalmente rendilhadas e despojadas – o que se, em "Pride (In The Name Of Love)", por exemplo, transfigura verdadeiramente a canção, em "One" ou "With Or Without You", as deslassa irremediavelmente – aquilo que, maioritariamente, resulta é tão só o que poderia perfeitamente ter cumprido a sua missão como lados-B, "bonus tracks" ou, vá lá, um único álbum de curiosidades para fãs incondicionais. Em versão quádrupla, talvez nem estes tenham estômago para tão pesada refeição.

No comments: