09 November 2022

 
(sequência daqui) Hesitaram muito quanto a abrir a encomenda que, entretanto, Laurie, já doara, com todo o resto do espólio, à New York Public Library for the Performing Arts, no Lincoln Center. Se, durante tantos anos, Lou Reed nunca desejara abri-la, teriam eles o direito de o fazer? Acabariam por ceder à curiosidade: no interior da embalagem arrumada entre vários livros de arte, numa prateleira por trás da secretária de Lou, no escritório da Sister Ray, encontrava-se uma bobina de fita magnética de 5”. Tratar-se-ia de uma espécie de talismã, uma recordação simbólica dos tempos da juventude? Mais uma vez, Laurie duvidou: sempre que houvera reedições da obra dos Velvet Underground, nunca a bobina fora mencionada ou tida em conta. Ouviram-na. O que estava perante eles era o documento que registava a primeira gravação de Lou Reed com John Cale, realizada para estabelecer aquilo que era designado como “poor man’s copyright”: aquela encomenda, datada e autenticada, provava que, naquele momento, as canções que continha existiam e pertenciam aquele autor. (segue para aqui)

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