15 November 2022

FRICÇÃO
Na listinha longamente cogitada das piores coisas que ardentemente desejamos aos maiores inimigos, encontram-se, de certeza, conflitos identitários e existenciais como o que é a história da vida de Liraz Charhi: filha de pais judeus sefarditas iranianos nascida em 1978, em Israel, para onde a família, anos antes da Revolução Islâmica, emigrara – “Começaram a aperceber-se do caminho que o Irâo iria seguir. Sairam na altura certa”, diria Liraz a “The Telegraph” –, transformar-se-ia no símbolo vivo da co-existência entre ferozes inimigos políticos, religiosos e culturais. Proibida desde 1979 – ano da tomada do poder em Teerão pelos aiatolas –, na qualidade de cidadã israelita, de visitar o Irão, seria, em Westwood, Los Angeles (onde ensaiaria uma experiência no cinema), que, na zona de Tehrangeles (ou Little Persia), local de concentração de emigrantes iranianos, redescobriria, os sinais da sua cultura de origem sob a forma de instrumentos musicais e dezenas de vinis de artistas persas como Googoosh ou Hayedeh. Mas também de Kate Bush, Blondie e Tori Amos. (daqui; segue para aqui)
"Roya"

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