(sequência daqui) Mas fê-lo apenas por causa da digressão ou devido ao facto de ser complicado permanecer na Rússia enquanto activista anti-Putin?
Fugi da Rússia porque, para concretizar esta digressão, não tinha outra solução senão fazê-lo. Mas também porque um dos objectivos destes concertos é angariar fundos para apoiar a reconstrução de um hospital pediátrico, em Kiev, na Ucrânia. Houve (e continua a haver) muitas crianças vítimas da guerra que precisam de todo o apoio que conseguirmos oferecer-lhes.
Pode dizer-se que o grupo que vem tocar consigo são ainda as Pussy Riot que, em 2012, assaltaram a Catedral do Cristo Salvador, em Moscovo?
Sem dúvida. Várias das actuais Pussy Riot são-no já desde 2012, outras... há 60 anos! (risos) Mas, para além daquele instante em que estamos juntas num palco, muito antes disso, já partilhámos inúmeras peripécias.
A Nadya Tolokonnikova, o outro elemento das Pussy Riot que, em 2012, foi presa, julgada e condenada consigo, já não vive na Rússia há bastante tempo. Apesar disso, mantêm-se em contacto e têm alguma espécie de estratégia comum?
Mantemo-nos em contacto, evidentemente, mas isso nem sempre é fácil. No entanto, os nossos sonhos e objectivos continuam a ser os mesmos.
Desde o início, as Pussy Riot nunca corresponderam aquilo que habitualmente designamos como “uma banda” ou mesmo “uma banda punk”. Como deveríamos chamar-lhes? Uma brigada de agitação e propaganda?
Nós não somos uma banda punk. Somos um colectivo político-artístico que luta contra a ditadura de Putin, um colectivo feminista e a favor dos direitos LGBTQ. (segue para aqui)
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