O QUE O OUVIDO FILTRA
Algures pelo final do século passado, Tom Waits gabava-se da sua receita de galinha de churrasco com molho de manga, limão, alho e gengibre e, se antes já havia associado a escrita de canções a “uma questão de trajectórias e balística” mas também de “cirurgia plástica, biologia, química e física básica”, dessa vez, desenvolveu mais o ponto de vista: “Cozinhar acaba por ser o mesmo que dirigir, arranjar e compor música. È a mesma psicologia de avaliar qual o ingrediente correcto, o que é compatível com o que se utilizou, quanto tempo deixar a apurar e quando voltar a mexer-lhe, se deve fritar-se ou cozer-se”. Vinte e picos anos depois, Claire Rousay, gaba-se do seu frango duplamente grelhado em marinada de amoras e não resiste a observar que “na verdade, é apenas um exercício de improvisação: estamos ali, no momento, de vez em quando provamos, apercebemo-nos de que falta um tempero qualquer, cozinhamos um pouco mais (às vezes, demais) e temos de ir inventando soluções”. (segue para aqui)
"it feels foolish to care"
5 comments:
Seguramente, um dos conjuntos de palavras mais deliciosos que já escreveste (e recordo-me que escrevi aqui, um dia, que andei talvez 2 anos a ler-te sem jamais ter deixado qualquer comentário :)
Quase só citei...
Quando quase só citas continuas absolutamente elegível para aluguer:
Não passei dois anos a ler-te sem comentar para que penses que és tu a determinar o quão verdadeiros são os meus comentários.
Portanto! :)
Prontos...
Perfect!
Podes continuar :)
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