10 MATRIOSCAS
Há 10 anos, a propósito de Shields, dos Grizzly Bear, pareceu-me inevitável sublinhar que – tal como já acontecia em Veckatimest (2009) – o que mais seduzia naquela música que nos afectava “do pescoço para cima”, era “a intrincada inteligência da arquitectura de cada peça que, laboriosamente, edificam”, prova definitiva de que “na linha evolutiva da música do século XX, o prog-rock não desembocou, irremediavelmente, nem beco sem saída” e era perfeitamente possível “recusar o juramento-de-sangue punk e não acabar a tocar os Brandeburgueses para banda rock com a Filarmónica de Swindon”. Agora, coincidindo com a publicação de You Belong There, primeiro álbum a solo de Daniel Rossen (com Ed Droste, o motor criativo dos Bear, desde 2020, em pausa de duração imprevisível), este, em entrevista à “Uncut”, afirma que “Para mim, fazer música é nuito semelhante a construir mundos. Na minha opinião, faz sentido enquanto forma de criar objectos – a escrita confessional de canções não é, realmente, aquilo que faço”. (daqui; segue para aqui)
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