(sequência daqui) Não propriamente uma banda de agitadores políticos – que, em regra, não fazem muito mais do que pregar para os já convertidos –, em No Gods No Masters, porém, o quarteto deita as garras de fora e, sem meias palavras, desde o primeiro segundo, após o som de moedas chocalhando numa "slot machine", explica ao que vem: “The men who rule the world have made a fucking mess, the history of power, the worship of success, the king is in the counting house, he’s chairman of the board, the women who crowd the courtrooms all accused of being whores”. Pouco depois, interroga- se: “Smiling at fireworks that light all the skies up, while black boys get shot in the back, were they caught riding their bike? or guilty of walking alone?” e descobre-se “waiting for God” justamente no mesmo comprimento de onda do Tom Waits que informava “God’s Away On Business”. Alistando-se, enfim, nas brigadas das guerras de género, provoca: “If I had a dick would you know it? If I had a dick would you blow it? Call me a bitch, I'm a terrorist”. À “DIY”, Shirley Manson confessou: “A loucura que varre o mundo é tal – na forma como os negros, outras pessoas de côr, e os povos indígenas são discriminados, na patológica violência contra as mulheres – que não conseguiria viver bem comigo mesma se fugisse a falar de tudo isto”. Falou. Com fúria, insolência, rock subliminarmente pirómano e “no master or gods to obey”.
04 August 2021
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