COM O PASSO TROCADO
“A Annie pretendia rearrumar a nossa caixa de ferramentas e reconfigurar a banda de uma forma que não perdesse de vista quem somos”, dizia Carrie Brownstein há dois anos, pretendendo justificar a escolha de Annie Clark/St. Vincent como produtora de The Center Won’t Hold, o segundo álbum das Sleater-Kinney após o regresso, em 2015, com No Cities To Love. Mas, apesar de alguns sinais de alerta de que, então, se aperceberam (“Ela pretendia somar, somar, somar, e nós víamos a tela a ficar toda preenchida e pensávamos ‘É isso mesmo mas tem de existir aí algo escorregadio’”), isso não impediu que Janet Weiss, a baterista e terceiro elemento histórico da banda com Corin Tucker e Brownstein, se sentisse marginalizada e tivesse abandonado o pioneiro trio de “riot grrrls” o que, algo profeticamente, a imagem da capa – uma colagem de estilhaços dos rostos das três Sleater-Kinney – anunciava. A marca de St. Vincent era, de facto, óbvia mas ainda que a sua intervenção não desfigurasse o álbum, um alegado abuso de “popização” levou alguns mais ortodoxos a torcer o nariz e cavou divisões nas fileiras outrora unidas. (daqui; segue para aqui)
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