(sequência daqui) "Apesar de a Igreja preconizar o livre consentimento dos cônjuges no matrimónio, apesar de o amor cortesão fazer da mulher aparentemente 'a senhora' do trovador, em ambos os casos esta, na verdade, servia os interesses masculinos. (...) Mas, na Cocanha, em função do seu espírito panteísta, sexo e sentimento formam um todo que se manifesta de forma constante e natural. Não há necessidade de um espaço específico para o jogo amoroso, como a côrte no caso trovadoresco, ou um espaço para legitimar a união sexual, como a igreja no caso do cristianismo. (...) A Cocanha ultrapassa o conceito amoroso tanto cristão quanto feudal, ao possibilitar liberdade sexual - ali faz-se amor nas ruas -, sem com isso diminuir o padrão moral das pessoas, que são virtuosas como os clérigos e corteses como os trovadores". (Hilário Franco Júnior - Cocanha - A História de Um País Imaginário - 6)
Cocanha - 5 Cants Polifonics A Dançar (na íntegra aqui)
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