E porque aqui foi referido, coloque-se a incontornável interrogação:
Como não votar em Eduardo Baptista?
Como ser insensível a alguém que confessa "Durante a adolescência não tive dúvidas sobre o que queria para mim - uma carreira nas Forças Armadas. Não durou muito. Aos 28 comecei a gostar de estudar". Mais vale tarde que nunca.
Porém... não: "Tentei as belas artes... e consegui. Mas era inconciliável com uma profissão durante o dia".
Qual polímato renascentista, tudo o atraía: "Comecei então a interessar-me pelas ciências sociais. Depois de ter frequentado o primeiro ano de psicologia, acabei por ter de abandonar o curso. Vida de militar não é fácil".
Logo a seguir, "um curso de seleção e experiência nas áreas do recrutamento e seleção de pessoal", "uma missão em Timor Leste" ("dando-me a conhecer outras culturas e povos"), e "o interesse pelo direito". E, "como tudo está interligado, haja vontade de ligar as pontas, pude juntar direito com psicologia e abraçar o desafio de criar uma Rede sobre o Género".
Uma epifania, então, o sacudiu: "Havia muito mais para além da instituição militar"! Guiado por uma força invisível, "arranjei assim um lugar na Associação de Moradores da Tapada das Mercês, perto de Sintra".
E, como, imparavelmente, o mundo pula e avança, "Com a chegada da austeridade e os problemas decorrentes desta, como ter ficado sem 1/3 do ordenado, surge uma oportunidade na esfera da iniciativa privada - produzir e vender cogumelos". Abrindo novos horizontes à agricultura, inventou "um processo de produção que reduzia quase a zero a energia consumida no processo", numa "pequena experiência de empreendedorismo". Sem dúvida, "uma experiência enriquecedora pelo contacto com formadores, empresários e vendedores". Mas a deusa Fortuna não o bafejou: "Não é fácil ser-se empresário, concluiu-se".
Ao mesmo tempo, a literatura chamava-o: "Também escrevi um livro". Morte Aos Romanos era "um romance de ficção que junta aventura com engenharia social. Foi uma resposta à enorme angustia que Portugal vivia na altura. Sem dinheiro e a ter que ficar em casa fechado, porque não escrever um livro. Talvez ainda providenciasse algum orçamento...mas não!! Quem quer saber de livros?"
Mas nunca desistiu: "O ritmo da vida não nos deixa parar, pois à sempre mais um desafio na linha do horizonte, mais uma janela de oportunidades por onde se espreitar". Depois de "quase três anos e meio num cargo internacional, num Quartel-general da NATO, na Holanda"... tcharaam!... "Chega-se a Portugal de armas e bagagens, mesmo em cima deste acontecimento - a campanha eleitoral para Presidente da República". (continua);
6 comments:
Coca? :)
Pior do que as drogas pesadas, só mesmo essa tentação nefasta de parir livros. E imagine-se se lhe dá para auto-biografia.
"Coca?"
Não, cogumelos.
"E imagine-se se lhe dá para auto-biografia"
Eu ia logo comprar! :-)
tu desculpa, mas os cogumelos não dão assim tanta genica...
Mas podem confundir um bocadinho a cabeça.
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