Teria graça - imagine-se que o PSD ganha as eleições e vai negociar com os professores a reposição dos anos congelados; o "se houver condições económicas" permite tudo, parece-me... - perceber que, a dada altura, para limitar subidas de despesa, se irá tocar na questão das cotas e - coisa terrível! - na avaliação dos professores. Nesse momento, voltaremos a constatar a triste realidade: os professores não aceitam um modelo que identifique os melhores e, consequentemente, impeça a progressão de alguns. Teremos, portanto, isto: querem a eliminação das cotas para muito bons e excelentes (e vão todos no mesmo saco) ou fingem discutir e ninguém aceita um modelo diferenciador, terminando todas as discussões num "pois" seguido de silêncio. Parte de um diálogo em que participei em tempos numa escola:
Colega 1 - Sermos avaliados por colegas é inadmissível! [fala-se da observação de aulas] Eu - Nesse caso, teremos de aceitar a observação por alguém de fora, cientificamente preparado... Professor universitário? Colega 1 - Nem pensar. Vivem nos seus gabinetes, sabem lá o que é dar aulas! Colega 2 - Então é justo ser um colega, mas de outra escola. Colega 1 - Mas esse não conhece a nossa realidade, e a realidade concreta de cada escola é essencial na relação pedagógica! Eu - ...
Quando se chega à avaliação da "relação pedagógica", eu desisto e vou beber um café.
Eu lembro-me da proposta... Era giro pôr isso na sala de professores! :-)
A propósito:
"Ponto de ordem à mesa!
1. Não sou professora; 2. Estou-me nas tintas para o Mário Nogueira, mas não me custa dar-lhe razão: mais vale uma pequena e incerta vitória do que uma derrota em toda a linha; 3. Acho que há professores péssimos (basta olhar para os programas ou ver, por exemplo, o número de professoras de português que desmaiam com o Peixoto e com o Valter...); 4. Acho que, como todas as outras classes profissionais, os professores têm direito a defender os seus interesses profissionais e não são obrigados a querer mudar o mundo, nomeadamente o mundo dos paizinhos e mãezinhas que sonham com uma escola aberta 24 horas por dia, incluindo fins-de-semana, feriados e dias santos; 5. Ninguém até hoje teve tomates para enfrentar a besta: dá pelo nome de Escolas Superiores de Educação; 6. Era isto." (Ana Cristina Leonardo, Facebook)
Presumo que seja a vitória de inscrever o princípio na lei. Depois, do princípio à realidade concreta da remuneração, vai mais uma legislatura. E, volto ao ponto (e aí se verá o alcance da vitória), gostava de saber como vão atuar as condições que o PSD impõe e o sindicalista aceita.
5 comments:
Teria graça - imagine-se que o PSD ganha as eleições e vai negociar com os professores a reposição dos anos congelados; o "se houver condições económicas" permite tudo, parece-me... - perceber que, a dada altura, para limitar subidas de despesa, se irá tocar na questão das cotas e - coisa terrível! - na avaliação dos professores. Nesse momento, voltaremos a constatar a triste realidade: os professores não aceitam um modelo que identifique os melhores e, consequentemente, impeça a progressão de alguns. Teremos, portanto, isto: querem a eliminação das cotas para muito bons e excelentes (e vão todos no mesmo saco) ou fingem discutir e ninguém aceita um modelo diferenciador, terminando todas as discussões num "pois" seguido de silêncio.
Parte de um diálogo em que participei em tempos numa escola:
Colega 1 - Sermos avaliados por colegas é inadmissível! [fala-se da observação de aulas]
Eu - Nesse caso, teremos de aceitar a observação por alguém de fora, cientificamente preparado... Professor universitário?
Colega 1 - Nem pensar. Vivem nos seus gabinetes, sabem lá o que é dar aulas!
Colega 2 - Então é justo ser um colega, mas de outra escola.
Colega 1 - Mas esse não conhece a nossa realidade, e a realidade concreta de cada escola é essencial na relação pedagógica!
Eu - ...
Quando se chega à avaliação da "relação pedagógica", eu desisto e vou beber um café.
Já há bastante tempo fiz uma proposta:
versão 1: http://lishbuna.blogspot.com/2008/11/uma-modesta-proposta-para-prevenir-que.html
versão 2 (ligeiramente modificada): https://lishbuna.blogspot.com/2013/11/custava-te-muito-dizer-preto-no-branco.html
Eu lembro-me da proposta... Era giro pôr isso na sala de professores! :-)
A propósito:
"Ponto de ordem à mesa!
1. Não sou professora;
2. Estou-me nas tintas para o Mário Nogueira, mas não me custa dar-lhe razão: mais vale uma pequena e incerta vitória do que uma derrota em toda a linha;
3. Acho que há professores péssimos (basta olhar para os programas ou ver, por exemplo, o número de professoras de português que desmaiam com o Peixoto e com o Valter...);
4. Acho que, como todas as outras classes profissionais, os professores têm direito a defender os seus interesses profissionais e não são obrigados a querer mudar o mundo, nomeadamente o mundo dos paizinhos e mãezinhas que sonham com uma escola aberta 24 horas por dia, incluindo fins-de-semana, feriados e dias santos;
5. Ninguém até hoje teve tomates para enfrentar a besta: dá pelo nome de Escolas Superiores de Educação;
6. Era isto."
(Ana Cristina Leonardo, Facebook)
"mais vale uma pequena e incerta vitória do que uma derrota em toda a linha"
Não consigo é ver onde está a "vitória", mesmo que "incerta" e pequena".
Presumo que seja a vitória de inscrever o princípio na lei. Depois, do princípio à realidade concreta da remuneração, vai mais uma legislatura. E, volto ao ponto (e aí se verá o alcance da vitória), gostava de saber como vão atuar as condições que o PSD impõe e o sindicalista aceita.
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