(sequência daqui) Porém, no centro de tudo o que já foi escrito ou venha ainda a escrever-se acerca de Jeff Buckley, estará sempre a sua voz incomparável - um dos instrumentos mais extraordinários da música moderna - com uma extensão de 4 oitavas, capaz de se entregar à interpretação de baladas folk, ópera, jazz, gospel e rock com sobrenatural à vontade e que tinha ainda a particularidade de, ao contrário do que é habitual, quanto mais se embrenhava nos extremos das frequências agudas, mais reforçava a sua intensidade. À época. houve quem escrevesse que a voz de Jeff era uma prova definitiva da existência divina. Jeff, invocando a memória do pai, limitava-se a, pouco entusiasmadamente, declarar que "aquela voz" não era senão uma herança genética que, de geração em geração, era passada entre os homens da família, como expressão do seu estado emocional Apesar de, para David Bowie, o assunto ter ficado praticamente encerrado à primeira tentativa - "Grace é o melhor álbum alguma vez gravado" -, tanto por via da pressão editorial como pela necessidade de provar a si mesmo que Grace não fora um feliz produto dos acasos, o perfeccionismo e o comprometimento emocional de Buckley impulsionaram o processo de criação do que viria a transformar-se numa peça de referência, coesa e profundamente pessoal, do rock e da música alternativa. (segue)
08 December 2025
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