"Dissolve"
(sequência daqui) E, partilhando com Tom Waits uma particularidade da qual, este, há anos, falava, "Haverá, sem intenção, 'acidentes felizes' com os textos, à medida que as pessoas infundem a sua própria narrativa na minha. Gosto particularmente desta característica, pois a ideia inicial fica difusa. Gosto de coisas que corram um pouco mal e fiquem algo confusas, pois isso também é o que se passa na minha cabeça. Para que as palavras sangrem, é necessário subvertê-las de alguma forma". Crayola Lectern transforma-se assim num espaço onde céus estrelados, tardes calcinadas e falhas de memória se transformam em canções. É psicadélico, é jazz de câmara experimental, são letras singulares convertidas em confetti mental. Não foi Chris Anderson quem assim falou de Disasternoon. Talvez quem lhe chamou "melanchodelia" e louvou o alcance cinemático, a contenção minimalista, os crescendos ousados e os momentos de quietude solene, projectando sombras sob uma luz pálida.
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