"Dueto de Gatos"
(sequência daqui) A "pièce de résistance" foi, entretanto, o 'Duetto Buffo Di Due Gatti', de Rossini (na verdade, uma colagem de excertos de diversas peças realizada por Robert Lucas de Pearsall, sob o pseudónimo de G. Berthold): "Foi, de todos, o que me deu mais trabalho. Foi a minha irmã que me deu essa sugestão. Estive quase para desistir. Pensei em coisas muito diferentes. Mas, como ia descaracterizar um pouco o acompanhamento 'de época' do Rossini, não conhecia ninguém da clássica ou do jazz com quem me sentisse à vontade para fazer esse pedido. A partir do momento em que decidi que seria eu a fazer os dois gatos - nós podemos ter vocação para sermos várias personagens mas é, porventura, mais fácil com a escrita do que a cantar -, os nossos timbres são os nossos timbres e, por muito que haja entoações diferentes, não foi, de todo, fácil. Claro que poderia ter recorrido à facilidade de criar uma voz mais digital mas, por aconselhamento de alguns amigos, decidi não o fazer. Para os arranjos, não pretendi grandes inovações, apenas a linguagem 'clássica' do quarteto, cabendo ao Zé Martins a criação de ambientes sonoros que fossem, por essa via, inovadores". Como diria Charles Bukowski, "Ter gatos à volta é bom. Se não estivermos lá muito bem, basta olhar para eles que nos sentiremos logo melhor, porque eles sabem que as coisas apenas são como são".
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