27 September 2024

O BAÚ DOS ANTÍPODAS

Há um ano, nas "liner notes" do seu terceiro e óptimo álbum, Every Acre, H.C. McEntire alinhava uma lista de povos nativos norte-americanos - Lumbee, Occaneechi, Shakori, Eno, Saponi, Tuscarora, Catawba, Sissipahaw, Tutelo, Adshusheer, Cheraw - sublinhando ter sido nos seus territórios ancestrais que as gravações haviam decorrido. E, em "Turpentine", cantava "We can tend the land for a little while, bones of those beneath the boundary lines, east in sets first, then clockwise, every acre that you ever owned, hissed and split like a radiator hose”. Agora, Oyster Cuts (quarto longa duração dos Quivers e primeiro para a já clássica "indie" Merge Records, da Carolina do Norte - que, por coincidência, também publicara o de H.C. McEntire) faz questão de declarar que "termos gravado em Melbourne, na Austrália, significa que andámos pelas terras tradicionais do povo Wurundjeri da Nação Kulin e manifestamos o nosso respeito a todos os seus representantes passados e presentes que nunca abdicaram da sua soberania". Nem num nem no outro caso, se trata de colagem oportunistamente identitária, apenas aproveitar um bom pretexto para o devido reconhecimento de factos históricos demasiadas vezes esquecidos. (daqui; segue)

"Apparition"

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