25 March 2024

PERSONAL POLITICS
Nos anos 90, Robert Christgau, decano da crítica musical norte-americana, despachava os Stereolab classificando-os como “Marxist background music” e, numa interrogação que deveria ser lida como um elogio, acrescentava: "So it isn't just silly punk songs - yet other people want to fill the world with silly Marxist songs, and what's wrong with that?" Era a altura na qual a banda de Tim Gane e Laetitia Sadier, socorrendo-se de todas as referências a que podia deitar a mão ("avant-pop", "electronica", "post-rock", "krautrock", "lounge", minimalismo, John Cage, bossa nova, "chanson"), se entretinha a polvilhar de alusões anarco-situacionistas o "consomé" sonoro da dezena de álbuns de estúdio que, entre 1992 e 2010, publicou. Exemplo supremo destes exercícios de ironia assassina, "Ping Pong" (1994): "It's alright, 'cause the historical pattern has shown / How the economical cycle tends to revolve / In a round of decades three stages stand out in a loop / A slump and war then peel back to square one and back for more / There's only millions that lose their jobs". (daqui; segue para aqui)

"Panser L'Inacceptable"

No comments: