Continuo à espera que alguém explique por que motivo, em quê, de que modo aqueles cartazes são racistas... após quase 5 décadas de manifestações, foi a primeira vez que repararam nos milhares de cartazes (I, II, III), de bom, mau e péssimo gosto, que têm desfilado livremente pelas ruas? Coisa, aliás, de antiquíssima tradição:
Edit (14:21) - (Não, não foi só ele, era o que faltava, eu também tinha!...) "Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda que no protesto dos professores no 10 de Junho também viu t-shirts com mensagens alusivas a si. (...) 'Isso não foi falado mas estavam lá!'"
12 comments:
Que ideias é que os professores veiculam junto das crianças e adolescentes, seus alunos, ao espetar lápis nos olhos do Primeiro Ministro ou do Ministro da Educação?
É que, neste 'filme', não podemos esquecer-nos que a profissão dos professores tem a ver com crianças e adolescentes. E isso faz toda a diferença.
Perseguir o Primeiro-Ministro com cartazes em que ele está com cara de porco e com lápis espetados nos olhos pode ser visto pelos alunos como um incentivo à violência, à falta de civismo.
Não é essa falta de educação e de civismo nem essa violência que os professores devem exibir junto da população e, em especial, dos seus alunos. Acho eu.
Esse é, naturalmente, um exemplo de péssimo gosto. Mas o ponto essencial aqui é... racistas???!!!...
Acerca do papel dos professores, pode gastar umas horas por aqui: https://lishbuna.blogspot.com/search/label/educa%C3%A7%C3%A3o
Neste caso, não me prendo tanto à palavra que ele usou (se eu estivesse a ser perseguida por aquela gente aos gritos e com cartazes daqueles não sei se teria grande discernimento para escolher uma palavra inquestionável...), mas ao que se passou.
Pô-lo com cara de porco não sei como deve ser classificado, naquele contexto, tal como não sei como se poderia ele referir, numa única palavra, a um cartaz que o mostrasse com lápis espetados nos olhos.
Por isso, penso que desviar a atenção do que se passou para a palavra que o António Costa usou quase deixando passar em claro a violência e a falta de civismo que aqueles cartazes representam, ainda por cima empunhados por professores, não é a melhor ideia.
Basta ver as televisões cheias de gente a discutir se a palavra racista foi bem usada, como se isso fosse relevante. Eu gostava de ver se um daqueles comentadores fosse perseguido na rua por gente aos berros, com cartazes mostrando-os com focinho de porco e lápis espetados nos olhos, e com as televisões a mostrarem aquilo, para toda a gente ver (crianças incluídas) se sentiriam confortáveis...
Enfim.
Eu percebo o seu ponto, João. Só que, no contexto, em minha opinião, esse não é 'o' ponto...
"não me prendo tanto à palavra que ele usou (...) desviar a atenção do que se passou para a palavra que o António Costa usou"
Mas foi, justamente, por a palavra usada ter sido essa que a discussão começou.
"(se eu estivesse a ser perseguida por aquela gente aos gritos e com cartazes daqueles não sei se teria grande discernimento para escolher uma palavra inquestionável...)"
Pois, mas o Costa anda nisto "desde pequenino".
Os cartazes acabam por servir de desculpa para que nenhuma das partes tente sequer desafiar o "bluff" da outra, a saber, qual é o projecto educativo que têm para o país? Como nenhuma parece ser particularmente virtuosa neste particular, passam o tempo entre exigências corporativas e constrangimentos financeiros. Todos têm a sua razão e vai-se vivendo de "happenings". É a sociedade do espectáculo. O país, esse eterno ignorado, continua adiado. Vai-se andando, vai-se fazendo pela vidinha, como há tempos ouvimos o Costa explicar ao Maduro. Quem tem massa, resolve o problema no privado. Há uma secessão em curso das "elites".
Só tenho a dizer: vivemos tempos muito, muito estúpidos!
Sem dúvida. E não se esfumarão tão cedo.
Concordo.
«...qual é o projecto educativo que têm para o país?»
Desde Roberto Carneiro que não existe qualquer projecto educativo para esta nação perdida.
O plano inclinado começou, precisamente, com o Roberto Carneiro, aliás, figura de proa de várias outras aventuras:
https://lishbuna.blogspot.com/2014/05/blog-post_9646.html
https://lishbuna.blogspot.com/2009/07/como-diz-o-outro-esta-gente-e-um-nojo.html
... e ainda https://lishbuna.blogspot.com/2016/01/o-que-e-particularmente-terrivel-em.html
O discurso do facilitismo serve em boa medida para mascarar a secular vontade das "gentes de bem" em evitar tanto quanto possível a competição com os restantes. Quanto pior preparadas forem as crianças do povo (classe média, perdåo), mais bem protegidos ficam os privilégios. A decadência da escola pública e o pulular de privados caros caíram que nem ginjas para muitos desses poucos. Verdi para o povo? Não querias mais nada, pá!... ;-)
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