06 January 2023

UM ASCETISMO MÍSTICO MAS ATEU

Após 3 anos de violenta ocupação militar pelas tropas alemãs – 7% da população dizimada e um país em ruínas –, a resistência grega que nunca se rendera e fora capaz de libertar dezenas de localidades e estabelecer aí um governo provisório, no final de 1944, iria ter uma amarga surpresa: o exército britânico, à entrada em Atenas aclamado como libertador pela multidão que, empunhando bandeiras gregas, americanas, inglesas e soviéticas, gritava “Viva Churchill! Viva Roosevelt! Viva Estaline!”, por indicação de Winston Churchill – receoso do poder do Partido Comunista e do Exército de Libertação Nacional após o final da guerra –, em aliança com forças pró-nazis, dedicar-se-ia ao extermínio das organizações antifascistas e ao apoio à estratégia de repor o rei da Grécia no poder. Na verdade, de acordo com a partilha da Europa do pós-guerra que fora decidida na Conferência de Moscovo de Outubro de 1944, enquanto Estaline seria premiado com o domínio sobre a Roménia e a Bulgária, a Grécia incluir-se-ia na esfera de influência do Reino Unido. Mas isso não impediria que o país, apenas há semanas libertado do Reich hitleriano, mergulhasse numa sangrenta guerra civil. (daqui; Révolutions Xenakis - 03/12/2022 - 27/03/2023, Galeria de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian; segue para aqui)
 
Iannis Xenakis - Jonchaies (1977) pour grand orchestre (Orchestre philharmonique du Luxembourg, dir. Arturo Tamayo)

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