Pithoprakta - Luxembourg Philharmonic Orchestra (dir. Arturo Tamayo)
(sequência daqui) Quando, em 1947, o governo grego começou a prender antigos elementos da resistência, Xenakis, via Itália e com um passaporte falso, fugiu para Paris (pelo que seria condenado à morte pelas autoridades gregas, pena apenas anulada com a queda da junta militar fascista em 1974). Chegaria a Paris a 11 de Novembro de 1947, com uma consciência intranquila e pesada: “Durante anos, vivi atormentado pela culpa de ter abandonado o país pelo qual tinha lutado. Deixara para trás os meus amigos – uns estavam presos, outros tinham sido mortos, outros ainda tinham conseguido fugir. Sentia-me em dívida para com eles e tinha de arranjar forma de pagar essa dívida. Sentia ter uma missão. Tinha de fazer algo importante para reconquistar o direito a viver. Não era apenas uma questão de música – era algo muito mais significativo”. O caminho para saldar essa dívida passaria pelo atelier de arquitectura de Le Corbusier com quem colaboria nos projectos do convento de Sainte Marie de La Tourette, em Lyon, e no Pavilhão da Philips, na Expo 58 de Bruxelas, experiências das quais resultaria um dos pilares do seu pensamento musical: toda a música assentaria em conceitos arquitecturais. (Révolutions Xenakis - 03/12/2022 - 27/03/2023, Galeria de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian; segue para aqui)
No comments:
Post a Comment